Entenda como NFT promete criar novos negócios para esportes e entretenimento
Com Rock in Rio como aspiração, empresas inovam e começam a lançar plataformas próprias baseadas em tokens de utilidade
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2022 às 08h00.
A indústria dos novos negócios tem evoluído com o aparecimento de ferramentas cada vez mais modernas, e os utility tokens aparecem como uma nova tendência deste mercado. Apesar de o público comum ainda estar pouco habituado com essas nomenclaturas, esses mecanismos já fazem parte do nosso dia-a-dia, ao permitir que os criadores de conteúdo ofereçam acessos a momentos nunca antes abertos aos seus consumidores.
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Entre os clubes de futebol, por exemplo, eles são chamados de 'fans tokens', e em alguns casos permitem que os fãs detentores desses produtos escolham músicas no estádio, cores nas camisas e até mesmo desafio junto aos jogadores - práticas essas mais comuns na Europa.
Já no mercado imobiliário, essa tecnologia está em franca ascensão, muito em razão de queimar etapas de burocratização e o tempo que envolvendo qualquer negocação de compra e venda de imóveis. De acordo com MarketsandMarkets, o segmento deve saltar de US$ 2,3 bilhões em 2021 para US$ 5,6 bilhões em 2026, com crescimento médio anual de 19%.
"Os trâmites que envolvem principalmente cartórios, construtoras e bancos, por exemplo, passam a ser substituídos por esses tokens de utilidade, que vão diminuir consideravelmente o tempo de compra e venda, sem contar em uma democratização cada vez maior dos serviços envolvidos, e daí podemos incluir até mesmo setores de engenharia e arquitetura dentro deste processo", afirma o advogado Flávio Ordoque, diretor jurídico na Biolchi Empresarial e professor de pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho.
Até mesmo entre os bancos já se fala no surgimento dos tokens de utilidade. De acordo com informações do mercado, o Banco Original deve lançar para o primeiro semestre de 2023 esse tipo de serviço, o que vai diferencia-lo de outras instituições como Itaú e Santander. A ideia é oferecer uma nova linha de benefícios por meio de um aplicativo do próprio banco.
No mundo do entretenimento, o Rock in Rio aparece como uma das aspirações para empresas dispostas a lançar suas próprias plataformas. Uma delas é a Feel The Match, startup brasileira de desenvolvimento de propriedades intelectuais, que lança em setembro a primeira plataforma baseada em utility tokens. Seguindo uma tendência mundial, ela dará acesso a dezenas de eventos, bastidores, artistas, celebridades e marcas ligadas ao entretenimento.
“Cada um que vai até a Cidade do Rock o faz por uma experiência diferente. Tem quem vá pra ver um show de um artista de quem é super fã, tem que vá pelo evento, quem vai para roda gigante, quem vai pra ver e ser visto. Mas existe uma curadoria capaz de juntar dezenas de públicos em torno de uma mensagem em comum. Este é um conceito que queremos oferecer nas experiências que estarão Feel The Match X", afirma Bruno Maia, CEO da empresa e especialista em inovação e novas tecnologias do esporte e entretenimento.
Dentro deste contexto acima, a empresa também vai lançar nos próximos dias o documentário "Reinaldo, Rei do Galo", que será disponibilizado para o mercado através de estruturas de blockchain, que permitirão o investimento de fãs e entusiastas das histórias de futebol a serem sócios do filme.
Além disso, o projeto lançará a plataforma de Utility NFTs da empresa, que oferecerá experiências durante o desenvolvimento das propriedades intelectuais, que vão se estender a outras produtos de entretenimento do mercado, sempre transformando a jornada do consumidor em uma série de possibilidades de envolvimento e entretenimento, o que, do ponto de vista da empresa, aumentará a rentabilidade para os produtores e desenvolvedores de propriedades intelectuais.
A ideia de tudo isso começou a tomar forma em 2021, quando a Feel The Match desenvolveu a série “Romário, O Cara”, sobre a vida de um dos maiores jogadores do planeta. Em uma das viagens de produção, a equipe de filmagem passou por vários clubes e encontrou vários ídolos do futebol mundial, e muitos amigos do idealizador e produtor Bruno Maia pedia para irem juntos na viagem, dizendo que pagariam para ter essa chance. “Foi ali que caiu a ficha. Como eu poderia cobrar deles para acessar algo incrível que havíamos criado? Não dava, não existia código social para aquela transação. Percebi que se houvesse um Utility Token, teria sido possível”, revela o executivo.
Dentro de todo esse contexto, as plataformas voltadas para utility tokens permitirão as mais diversas opções para seus usuários, que vão desde os bastidores de um filme até as etapas de produção, a turnê de um grande artista nacional, um grande festival de música e uma experiência sensorial oferecida por uma celebridade.
No caso da Feel The Match X, por exemplo, será possível adquirir as experiências por Pix, cartão de crédito, boleto bancário, criptomedas e também por uma moeda da própria, o “FTMX”, que dará descontos nos itens e projetos. Além disso, haverá um mercado secundário no qual todos os itens poderão ser revendidos por quem os adquiriu, garantindo que o produtor de conteúdo também seja remunerado pela valorização do seu produto após a primeira venda.
“Acreditamos muito na ideia de comunidade para produtos de Web3. Transformar tudo em marketplace leva a um esgotamento dos formatos e pouca geração de valor real. Vimos isso em muitos projetos de NFTs, por exemplo. Ao mesmo tempo, isso não significa ser nichado. Seremos grandes com curadoria”, explica Bruno Maia, que complementa esclarecendo que esse mecanismo não tem a intenção de criar produtos para que fiquem guardados na carteira digital, como um mero documento, esperando um dia ser valorizado. "Queremos propiciar experiências únicas e inéditas, que antes não eram possíveis de serem comercializadas até por falta de um código social e transacional. Com os Utility Tokens, podemos oferecer”, finaliza.
Apesar de não ser como os outros citados, a IDG NFT, empresa global de colecionáveis digitais especializada na criação de conteúdo de NFTs, Memorabilia e Fan Experience, possui uma categoria que se assemelha com os chamados Utility NFTs, que são os 'Legendarys'. Um dos exemplos se refere ao atacante Richarlison, do Tottenham, da Inglaterra, e seleção brasileira.
O dono do card que adquirir, por exemplo, a opção 'Legendary', terá direito a uma viagem para duas pessoas com destino a Inglaterra, três noites de hospedagem, e também acompanhará um jogo no camarote do jogador, além de garantir um jantar com o atleta e uma camisa assinada pelo mesmo.
Outros dois NFTs Legendary serão lançados em breve com momentos marcantes da partida que ajudou a livrar o Everton, seu ex-clube, do rebaixamento na Premier League (3 a 2 contra o Crystal Palace). Um dos cards garantirá ao comprador também o uniforme completo usado pelo atleta no jogo, autografado.
“O NFT atrelado a uma experiência aproxima o jogador ou músico do seu fã. É um bem digital que poderá ser guardado para sempre, além de um momento único e especial com o ídolo. A IDG trás nos seus NFTs legendários essa ponte entre o mundo digital e o físico, oferecendo camisas e posters autografados e até um encontro com o seu herói", afirma Sylmara Multini, CEO da IDG.