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Um guia da Olimpíada de Inverno em Pequim para brasileiro ver

Os Jogos terão 15 modalidades diferentes, disputadas tanto na neve quanto gelo; a delegação brasileira conta com 11 atletas

Trabalhadores dos Jogos Olímpicos de Inverno preparam a superfície de gelo na Wukesong Hockey Arena. (Richard Heathcote/Getty Images)

Trabalhadores dos Jogos Olímpicos de Inverno preparam a superfície de gelo na Wukesong Hockey Arena. (Richard Heathcote/Getty Images)

JS

Julia Storch

Publicado em 3 de fevereiro de 2022 às 06h00.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2022 às 09h17.

Esta 24ª edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, que começam amanhã (4) em Pequim, terão 15 modalidades diferentes, disputadas tanto na neve quanto gelo. A expectativa é que cerca de 3 mil atletas de todo o mundo participem das competições que vão até dia 20 de fevereiro.

Entre as maiores promessas dos jogos estão veteranos como o 3 vezes medalhista de ouro Shaun White, americano do Snowboard que disputará sua última Olimpíada, e o japonês da patinação artística Hanyu Yuzur, que levou a medalha de ouro para casa nos jogos de Sochi, em 2014, e de PyeongChang, em 2018. 

Shaun White

(Mike Egerton/Getty Images)

O atleta americano é um dos maiores nomes do Snowboard no mundo e é também um veterano de medalhas de ouro nas olimpíadas de inverno. Representando os Estados Unidos, White já venceu ouros em Turim 2006, Vancouver 2010 e PyeongChang 2018. Recentemente, ele anunciou que os jogos de Pequim marcarão sua aposentadoria no esporte, tornando a expectativa pela quarta e última medalha ainda mais alta. 

Hanyu Yuzur

Nas duas últimas edições das Olimpíadas de Inverno, o japonês Hanyu Yuzur conseguiu escrever seu nome na história dos jogos como um dos mais proeminentes atletas da patinação artística, trazendo para casa duas medalhas de ouro no individual masculino. Com movimentos suaves e certeiros, a expectativa é que Yuzur conquiste o terceiro ouro da carreira Pequim, se tornando o primeiro homem a fazer tal feito desde 1928.

Ireen Wüst

Holandesa número 1 na patinação de velocidade, Wüst coleciona nada menos do que 11 medalhas nos jogos de olímpicos de inverno, feito raro até mesmo nos jogos de verão. Premiada nas 4 últimas edições das olimpíadas, a atleta poderá se tornar pentacampeã em Pequim. 

Mikaela Shiffrin

(Mattia Ozbot/Reprodução)

Competindo na modalidade Esqui Alpino, Mikaela Shiffrin é uma das maiores apostas dos Estados Unidos. Além de ser bicampeã olímpica nos jogos de inverno, Shiffrin está em uma boa fase: no ano passado, ela faturou 4 medalhas no campeonato mundial de esqui alpino.

Arianna Fontana

Patinadora de velocidade em pista curta, a italiana Arianna Fontana deve ser o grande destaque de sua categoria em Pequim 2022. Na última Olimpíada de 2018, ela arrematou um ouro nos 500 metros, uma prata nos 3000 metros e um bronze nos 1000 metros. Ao todo, a atleta tem 8 medalhas nos últimos 4 jogos, uma das patinadoras mais bem-sucedidas da história.  

Os brasileiros na disputa 

A delegação brasileira que está em Pequim para representar o Brasil nos Jogos de Inverno conta 11 atletas, 2 a mais do que os 9 desportistas escalados para a última edição de PyeongChang, em 2018. 

Dentre os nomes estão: Manex Silva, Jaqueline Mourão e Bruna Moura, do Esqui cross country; Edson Bindillati, Edson Martins, Erick Vianna, Rafael Souza e Jefferson Sabino, do Bobsled; Nicole Silveira, do Skeleton; Michel Macedo, do Esqui alpino, e Sabrina Cass, do Esqui estilo livre.

Por mais que, por razões óbvias, não exista a tradição de o Brasil garantir muitas medalhas nos Jogos de Inverno, em Pequim 2022, a gaúcha Nicole Silveira, do Skeleton, está sendo vista como uma promessa por seu bom desempenho nessa temporada. A expectativa é que a atleta fique pelo menos no top de sua modalidade.

Jaqueline Mourão, do Brasil. (Matthias Hangst/Getty Images)

Outra brasileira que pode chamar atenção é Jaqueline Mourão, do Esqui cross country. Aos 46 anos, a mineira é a mais velha da delegação do Brasil e está na sua 8ª Olimpíada, sendo 5 de inverno e 3 de verão. Com isso, ela passa  a ser a atleta brasileira que mais participou de olimpíadas.

Calendário das competições do Brasil

A atleta mineira Jaqueline Mourão vai para a neve no dia 8 (domingo) a partir das 5h, horário de Brasília. No dia 10 ela participará da prova de 10km do estilo clássico às 4h. Sua última prova será no dia 16, no sprint por equipes às 8h de Brasília. A atleta Eduarda Ribera também participará das duas últimas competições, além do dia 6 às 5h de Brasília no sprint do esqui cross-country.

Michel Macedo compete no slalom gigante no dia 12 às 23h15 no horário de Brasília, e no slalom, no dia 15 às 23h15.

No skiathlon esqui cross-country, Manex competirá no dia 6 (domingo) às 4h, horário de Brasília. Na modalidade sprint, o atleta entra na neve no dia 8 (terça-feira) às 7h55, horário de Brasília. Ele ainda compete na prova de 15km estilo clássico no dia 11 às 4h, horário de Brasília e nos 50km da largada em massa, no dia 19 às 3h em Brasília.

A atleta gaúcha Nicole Silveira inicia na competição no dia 10 de fevereiro às 22h30 no horário de Brasília. Sua segunda descida está prevista para a meia noite no horário do Brasil. As duas últimas etapas, acontecem no dia 12 às 9h20 e 10h55 no horário de Brasília.

A equipe do bobsled se divide em trenós com 2 e 4 atletas. No trenó de 2 atletas estão os atletas Edson Bindilatti e Edson Martins. A primeira descida da dupla acontece no dia 14 de fevereiro às 9h05 no horário de Brasília, a segunda descida será no mesmo dia às 10h40. As duas últimas descidas serão no dia seguinte, 15, às 9h15 e 10h50 no horário brasileiro.

Além do capitão da equipe, Edson Bindilatti, estão no trenó de 4 atletas, Edson Martins, Erick ViannaRafael Souza e Jefferson Sabino na reserva. A equipe tem as competições marcadas no dia 18 às 22h30, no dia 19 à 00h05 e às 22h30. A última descida acontece na virada do dia 19 para o dia 20 pelo horário de Brasília.

Boicotes e coronavírus

Os Jogos com alguns atletas infectados pelo coronavírus, boicotes diplomáticos e polêmicas com a Rússia.

A segunda olimpíada em meio a pandemia não será um evento aguardado por diversos países, que acusam a China de ferir os direitos humanos. Um dos casos com grande repercussão midiática aconteceu no ano passado com a tenista chinesa Peng Shuai. Após acusar o vice-primeiro-ministro aposentado, Zhang Gaoli, por abuso sexual por vários anos, a atleta desapareceu do público e teve suas postagens nas redes sociais apagadas.

Além deste caso, outros motivos do boicote à China incluem a perseguição do povo tibetano, dos povos uigures no extremo oeste do país e o fim das liberdades e repressão aos manifestantes de Hong Kong.

Ainda que a China negue as acusações, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Austrália boicotaram os jogos, e ativistas apelidaram o evento de “Jogos do Genocídio”.

Por outro lado, Mohammed bin Salman, da Arábia Saudita, Imran Khan, do Paquistão, e Mohammed bin Zayed al Nahyhan, dos Emirados Árabes Unidos, estão entre os líderes que possivelmente irão comparecer à cerimônia de abertura. Dentre os países europeus, apenas a Polônia e a Sérvia confirmaram a ida de seus chefes de Estado.

Vladmir Putin também será uma figura marcada no evento, em um momento que o mundo observa as ações da Rússia na fronteira da Ucrânia. O presidente da Rússia assistirá os atletas do país competirem como “Comitê Olímpico Russo”, sem a bandeira e o hino nacional. Esta será a terceira olimpíada consecutiva em que o país cumpre sanções por ter fraudado exames antidoping em 2014.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, também participará da cerimônia de abertura com a justificativa de que "o ideal olímpico é algo que devemos valorizar”.

Sem gritos, somente aplausos

Sem a participação de espectadores internacionais, os organizadores permitiram que pequenos grupos de chineses assistam as competições.

Com a alta das infecções causadas pela variante Ômicron, para barrar a disseminação do vírus, as autoridades chinesas recomendam que os espectadores locais apenas aplaudam e não comemorem gritando.

As arquibancadas vazias também serão um alívio para o governo chinês, visto que, desta forma, não haverá manifestações políticas.

Em janeiro, Yang Shu, vice-diretor geral do departamento de relações internacionais do comitê organizador de Pequim disse em entrevista coletiva que qualquer comportamento ou discurso que seja contra o espírito olímpico e especialmente contra as leis e regulamentos chineses está sujeito a certas punições. "Qualquer expressão que esteja de acordo com o espírito olímpico, tenho certeza que será protegida".

Durante as olimpíadas de Tóquio, no ano passado, o Comitê Olímpico Internacional permitiu que atletas usassem roupas ou acessórios e fizessem pequenos gestos simbólicos durante as competições.

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