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Diego Maradona morre aos 60 anos

Maradona tinha 60 anos e estava se recuperando de uma cirurgia recente para a retirada de um coágulo na cabeça. Mais informações em instantes

Diego Maradona comemora o título da Argentina na Copa do Mundo de 1986 (David Yarrow/Divulgação)

Diego Maradona comemora o título da Argentina na Copa do Mundo de 1986 (David Yarrow/Divulgação)

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Bibiana Guaraldi

Publicado em 25 de novembro de 2020 às 13h23.

Última atualização em 25 de novembro de 2020 às 18h09.

O ex-jogador argentino Diego Armando Maradona morreu nesta quarta-feira de parada cardiorespiratória, segundo o jornal argentino Clarín. Maradona tinha 60 anos e estava se recuperando de uma cirurgia recente para a retirada de um coágulo na cabeça.

Maradona é das maiores personalidades da história da argentina, para além das conquistas futebolísticas. Dentro de campo, levou o país ao título da Copa do Mundo de 1986 com uma campanha que incluiu uma partida antológica contra a Inglaterra com um gol feito de mão e outro driblando metade do time adversário, que ficou conhecido como "o gol do século".

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Fez história também no Napoli, time do sul da Itália que levou a conquistar pela primeira vez o campeonato italiano em 1987, novamente em 1990, além de uma Copa da Itália em 1987 e uma Copa da Uefa em 1991, e a ser um dos maiores esquadrões europeus entre o fim dos anos 80 e início dos anos 90. Em Napoli, consolidou uma imagem que unia genialidade em campo com contestação social -- e muita confusão. Fez do time pobre do sul do país um desafiante de peso às ricas equipes do norte.

Mas também foi nas ruelas e nas festas do sul da Itália que passou a conviver com o vício em cocaína, que abreviou sua carreira e que marcou para sempre seu destino. Na Copa do Mundo de 94 foi suspenso após um exame anti-doping, e nunca mais voltou a atuar em alto nível.

Nos últimos anos, aliou uma turbulenta vida fora de campo com trabalhos no futebol. Chegou a treinar a seleção argentina na Copa do Mundo de 2010, quando foi eliminado nas quartas-de-final. Nos últimos 20 anos esteve tantas vezes perto da morte que o jornal argentino Clarin nesta quarta-feira começa seu texto sobre o ex-craque com "e um dia aconteceu". Em 2000 ele destruiu sua caminhonete contra um ônibus em Havana, em 2004 passou num jogo de seu time do coração, o Boca Júniors, e foi internado às pressas, ficando oito dias em coma.

No início de novembro fez uma cirurgia na cabeça para tirar um coágulo, e vinha se recurepando em casa, junto de seu médico particular. Até que deixou definitivamente o mundo para entrar na história.

Amigo por décadas do líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, Maradona morreu no dia em que a morte de Fidel completa quatro anos. O Centro Internacional de Salud La Pradera uniu para sempre duas das mais carismáticas figuras públicas latino-americanas contemporâneas. Foi lá que Diego Maradona se tratou da dependência de cocaína, em 2000, e onde conheceu Fidel Castro. A partir dali, os dois se tornariam amigos próximos e Maradona passaria a ser figurinha carimbada no país caribenho, onde morou por quatro anos.

Autoridades, personalidades do futebol e clubes onde Maradona jogou lamentaram sua morte nas redes sociais. O presidente da Argentina publicou em seu Twitter: “Você nos levou ao topo do mundo. Você foi o maior de todos. Obrigado por ter existido, Diego. Nós vamos sentir sua falta para sempre”.

Pelé escreveu em seu perfil do Instagram: “Que notícia triste. Eu perdi um grande amigo e o mundo perdeu uma lenda. Ainda há muito a ser dito, mas por agora, que Deus dê força para os familiares. Um dia, eu espero que possamos jogar bola juntos no céu.”

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