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Correr em dupla ajuda a melhorar desempenho

Um bom parceiro pode ajudá-lo a ir mais rápido e mais longe na corrida e nos treinos

Para atletas menos experientes, contar com um parceiro pode ser o segredo para se comprometer com uma corrida às 5 da manhã (Sanja Gjenero / StockXchng)

Para atletas menos experientes, contar com um parceiro pode ser o segredo para se comprometer com uma corrida às 5 da manhã (Sanja Gjenero / StockXchng)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2012 às 10h12.

São Paulo - Mesmo que você esteja acostumado a correr sozinho, dê uma chance para um parceiro de treinos. Segundo Steve Portenga, diretor de psicologia do esporte da Universidade de Denver, nos Estados Unidos, atletas apresentam melhor desempenho em grupo do que sozinhos. Estudo feito com ciclistas em 1998 mostrou que os atletas tendem a ultrapassar suas expectativas ou recordes pessoais quando treinam com um grupo ou são observados por ele.

"Você se concentra mais e se distrai menos com a dor quando outras pessoas estão assistindo ou correndo com você", afirma Portenga. "O segredo é encontrar alguém que o mantenha focado em suas metas."

Todo corredor pode sair ganhando com o treino em grupo. Para atletas menos experientes, contar com um parceiro pode ser o segredo para se comprometer com uma corrida às 5 da manhã. Para os mais avançados, pode representar o estímulo para aumentar a quilometragem e ganhar velocidade. Para obter vantagens dessa aliança nas pistas, tenha em mente alguns princípios.

Saiba Escolher

Achar gente que corre não é difícil — puxe papo com alguém que você vê sempre no parque, peça para juntar-se ao treino de um colega na hora do almoço ou procure em uma rede social. Encontrar alguém com quem você queira correr sempre já é mais complicado. Prepare-se para fazer — e responder — perguntas sobre planilhas de treino e objetivos a curto e longo prazo, recomenda Portenga (saiba mais no quadro "Para o bem ou para o mal"). É melhor saber de antemão se vocês compartilham expectativas e métodos de treino. Faça pelo menos duas corridas experimentais antes de se comprometer. Você logo perceberá se a outra pessoa será um bom parceiro de treino.

Foque no Ritmo

Dois corredores não precisam ter exatamente o mesmo objetivo, mas devem compartilhar um aspecto do treino. Por exemplo, um corredor treinando para uma prova de 5 km pode fazer tiros em pista com alguém que tem como meta uma prova de 10 km, e um corredor treinando para 10 km e um maratonista podem fazer juntos corridas mais curtas, desde que eles concordem antecipadamente com o ritmo a ser adotado.


"O ritmo é ainda mais importante que a afinidade", diz Barbara Walker, psicóloga esportiva do Center for Human Performance, em Cincinnati (EUA). "Você não ficará feliz se não correr no seu ritmo, se estiver se sentindo rápido ou lento demais para o grupo."

Evite Disputas "Amigaveis"

"Quando você se torna muito competitivo, desvia o foco do programa de treinamento e do seu objetivo", diz Portenga. "Isso pode acabar sabotando seu desempenho. Se quer competir, que seja apenas consigo mesmo." A vantagem de correr com alguém é um ajudar o outro a superar períodos de platô (estagnação) e ambos turbinarem suas metas.

Nesse sentido, pode ser interessante mesclar em um grupo atletas avançados e iniciantes. Isso evitaria o excesso de competitividade que pode dominar um grupo só de amadores de elite. E a turma que dá seus primeiros passos pode ganhar inspiração com os veteranos.

Separe as Coisas

O vínculo entre parceiros de corrida é único: não tem a mesma dinâmica de uma amizade típica, em constante mudança, nem a bagagem da família ou a distância profissional de colegas de trabalho.

Para algumas pessoas, pode ser como uma terapia. O ato de correr permite que as palavras fluam com facilidade. Por isso, muitos parceiros de treino compartilham coisas durante as corridas que não costumam falar com outras pessoas.

Barbara Walker conta que manter limites claros com os colegas foi essencial para seu sucesso como maratonista e triatleta. "Meus parceiros de corrida e eu temos um acordo: o que é dito no treino fica no treino", conta ela. "Se vamos jantar fora, não quero que a conversa se misture." A bioquímica pode ser a responsável por tornar essas relações tão gratificantes.

"A endorfina está fluindo, portanto suas defesas estão baixas", explica Barbara. "O cortisol está baixo: em consequência, o estresse também está. É uma relação paralela, em que as pessoas nem mesmo estão se olhando. Há um ritmo; é um estado quase meditativo."

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