Cannes rebate acusações de sexismo contra seleção
"Esse problema não começará a ser resolvido em Cannes, mas ao longo de todo o ano", indicou Frémaux
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2012 às 14h25.
Paris - O diretor geral do Festival de Cannes, Thierry Frémaux, aproveitou esta segunda-feira para se defender das acusações de sexismo por parte de um grupo feminista, que, por sua vez, lamenta que a seleção deste ano não apresente nenhuma mulher entre os 22 diretores da competição oficial.
"Ninguém dúvida que o espaço reservado às mulheres no cinema deve aumentar. Mas, esse problema não começará a ser resolvido em Cannes, mas ao longo de todo o ano", indicou Frémaux em uma coluna publicada na edição online do jornal "L"Express".
Segundo o diretor, como cidadão, ele concorda plenamente com o compromisso feminista, mas, como profissional, ele deve selecionar as obras de acordo com os critérios de avaliação, rejeitando a ideia do evento ter um sistema de cotas. O Festival de Cannes, que começa nesta quarta-feira, se estenderá até o dia 27 de maio.
"Nunca vamos escolher um filme que não mereça estar selecionado simplesmente porque tenha sido feito por uma mulher. Essa suposta política de cotas poderia prejudicar a causa neste sentido", indicou o diretor em resposta à coluna divulgada pelo jornal "Le Monde" na última semana, a qual era assinada pelo coletivo feminista "La Barbe".
De acordo com o diretor do festival, "a causa feminista deve ser defendida além de Cannes, que é uma ilustração do que é o cinema atual". Desta forma, ele acredita que "acusar o festival não resolverá estritamente nada".
Na coluna que originou esta reação, divulgada na última sexta, a atriz Fanny Cottençon e as diretoras Virginie Despentes e Coline Serreau afirmaram que a competição oficial desta 65º edição envia uma mensagem "forte", mas equivocada, tanto em relação à profissão como ao público.
A seleção deste ano, segundo as ativistas, demonstra mais uma vez "que os homens amam a profundidade nas mulheres, mas somente em seu decote". Desta forma, as mulheres acabam assumindo o papel de "perfeitas anfitriãs".
"Às mulheres, as bobinas de costurar e, aos homens, as dos irmãos Lumière!", concluia a coluna assinada pela organização feminista, que lembra que a Palma de Ouro foi entregue a uma mulher em uma única ocasião: em 1993, com "O Piano", de Jane Campion.
Entre os concorrentes ao máximo prêmio desta edição figuram grandes nomes da cinematografia mundial, como o brasileiro Walter Salles, Michael Haneke, Ken Loach, David Cronenberg, Carlos Reygadas e Alain Resnais.
Paris - O diretor geral do Festival de Cannes, Thierry Frémaux, aproveitou esta segunda-feira para se defender das acusações de sexismo por parte de um grupo feminista, que, por sua vez, lamenta que a seleção deste ano não apresente nenhuma mulher entre os 22 diretores da competição oficial.
"Ninguém dúvida que o espaço reservado às mulheres no cinema deve aumentar. Mas, esse problema não começará a ser resolvido em Cannes, mas ao longo de todo o ano", indicou Frémaux em uma coluna publicada na edição online do jornal "L"Express".
Segundo o diretor, como cidadão, ele concorda plenamente com o compromisso feminista, mas, como profissional, ele deve selecionar as obras de acordo com os critérios de avaliação, rejeitando a ideia do evento ter um sistema de cotas. O Festival de Cannes, que começa nesta quarta-feira, se estenderá até o dia 27 de maio.
"Nunca vamos escolher um filme que não mereça estar selecionado simplesmente porque tenha sido feito por uma mulher. Essa suposta política de cotas poderia prejudicar a causa neste sentido", indicou o diretor em resposta à coluna divulgada pelo jornal "Le Monde" na última semana, a qual era assinada pelo coletivo feminista "La Barbe".
De acordo com o diretor do festival, "a causa feminista deve ser defendida além de Cannes, que é uma ilustração do que é o cinema atual". Desta forma, ele acredita que "acusar o festival não resolverá estritamente nada".
Na coluna que originou esta reação, divulgada na última sexta, a atriz Fanny Cottençon e as diretoras Virginie Despentes e Coline Serreau afirmaram que a competição oficial desta 65º edição envia uma mensagem "forte", mas equivocada, tanto em relação à profissão como ao público.
A seleção deste ano, segundo as ativistas, demonstra mais uma vez "que os homens amam a profundidade nas mulheres, mas somente em seu decote". Desta forma, as mulheres acabam assumindo o papel de "perfeitas anfitriãs".
"Às mulheres, as bobinas de costurar e, aos homens, as dos irmãos Lumière!", concluia a coluna assinada pela organização feminista, que lembra que a Palma de Ouro foi entregue a uma mulher em uma única ocasião: em 1993, com "O Piano", de Jane Campion.
Entre os concorrentes ao máximo prêmio desta edição figuram grandes nomes da cinematografia mundial, como o brasileiro Walter Salles, Michael Haneke, Ken Loach, David Cronenberg, Carlos Reygadas e Alain Resnais.