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Cabeleira fake: uma breve história da calvície

Falemos sobre ela, assunto que voltou à tona com a revelação da careca de Eike Batista

(Felipe Dana/Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de março de 2017 às 13h16.

Última atualização em 12 de outubro de 2018 às 08h34.

Quando o empresário Eike Batista, 60 anos, foi preso em 30 de janeiro último, a revelação de sua calvície bombou no Facebook e Twitter. O cabelo fake de Eike – desculpe a rima – colocou um indiscreto holofote sobre um tabu: o uso de peruca pelo homem. Nos anos 40, o ator Humphrey Bogart (de Casablanca) as usava, mas só nas filmagens. Nos restaurantes de Beverly Hills, exibia a vasta calvície (de ralos fios curtos no topo). O careca seguro de si é um bastião da masculinidade bem resolvida.

Homem que é homem deveria fazer as pazes com a careca? Cada vez mais se elevam, dentre o público masculino, cabeças discordantes. Segundo a especialista em prótese capilar Sandra Masiero, diretora da clínica Cabelo Mais, em Porto Alegre, cresce o número de homens que buscam solução na cobertura capilar artificial. A cirurgia nem sempre é opção.

“Às vezes, a área calva é muito grande, e o resultado do transplante de folículos capilares não é bom”, diz Sandra. Foi o caso de Eike Batista. Como o empresário revelou à entrevistadora Marília Gabriela em 2010, fez um implante capilar malsucedido. Adotou então a prótese capilar, mas isso era um segredo bem guardado.

Um detalhe: prótese não é peruca. Ao contrário da peruca tradicional, que é móvel e feita com um revestimento grosso no qual os fios (de cabelo ou sintéticos) são tecidos à base, a prótese é fixa.

No tempo de vacas gordas, Eike encomendava as suas da Itália, feitas artesanalmente de micropele e base injetada. A micropele é uma película fina, transparente e porosa, feita em geral de silicone ou poliuretano, na qual o cabelo (real, neste caso) é injetado fio a fio. Essa película é presa no couro cabeludo com fitas adesivas ou cola.

Apesar de fixa, a prótese é superventilada e dá transparência ao couro cabeludo. “Com ela, o usuário tem liberdade total. Pode fazer natação, andar de jet ski, lavar a cabeça, até fazer chapinha”, diz Sandra. Especula-se que a prótese de Eike tenha custado entre 9 e 30 mil reais. Uma de igual qualidade pode ser obtida no Brasil a partir de 2 mil reais. A inconveniência é o usuário ter de ir regularmente ao especialista, para trocar as tiras que a prendem e higienizar o couro cabeludo. E, claro, virar chacota no caso de ser preso.

Curiosidades cabeludas

Não fosse a sífilis

A sífilis deu uma forcinha à popularização da peruca na França do século 16 em diante. Uma das sequelas da doença contagiosa, que assolou a Europa a partir de 1580, era a perda irreversível de cabelo. O rei Luís XIV, sifilítico, tinha à disposição, no palácio real, 48 confeccionadores de perucas.

Caubói emperucado

O astro de faroestes John Wayne ouviu um jornalista chamar seu cabelo de “fajuto”. Wayne tirou a peruca e respondeu: “Fajuto? Não é meu cabelo, mas que é cabelo de alguém, isso é”.

-(Wikipédia/Reprodução)

E Trump?

Não, o presidente americano não usa peruca, diz a cabeleireira Amy Lasch, que trabalhou com ele no programa O Aprendiz. Amy, no entanto, diz que a franja exagerada é obtida com um penteado do tipo “comb over” (tudo para um lado) e muito laquê. Trump teria cabelo ralo, mas fios anormalmente longos que, penteados, dão ilusão de uma cabeleira.

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