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Ausência de atores negros pode voltar a ofuscar festa do Oscar

Dezenas de ativistas prometem protestar no domingo antes do começo da festa mais assistida do mundo

É a segunda vez desde 1998 que os brancos dominam as categorias de interpretação, principais e coadjuvantes. (Robyn Beck/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2015 às 19h37.

O debate sobre a falta de diversidade em Hollywood voltou a ganhar força horas antes da cerimônia do Oscar, quando várias associações prometem ofuscar a festa com uma manifestação organizada devido à falta de atores negros indicados neste ano.

Dezenas de ativistas prometem protestar no domingo às 14h locais (20h de Brasília), três horas antes do começo da festa mais assistida do mundo.

"O objetivo é enviar uma mensagem à Academia" (de cinema, que atribui os prêmios), explicou durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira Earl Ofari Hutchinson, presidente da associação LA Urban Policy Roundtable.

"Esta mensagem é clara: não estão representando os Estados Unidos. As mulheres, os hispânicos, os negros (...) são invisíveis em Hollywood", acrescentou.

A falta de diversidade na própria Academia é um mistério que até agora não pôde ser resolvido.

"Entre seus 6.000 membros, ao redor de 93% são brancos, 70% são homens e a idade média é de 63 anos", contou Darnell Hunt, diretor do centro de estudos afro-americanos da Universidade da Califórnia (UCLA) e autor de vários informes sobre o tema.

"É um clube de pessoas com uma experiência concreta (da vida) e uma forma particular de entender os filmes", disse.

Em sua opinião, as características demográficas dos membros da Academia dão poucas possibilidades de que haja mais pluralidade nos filmes.

Mudar o perfil

"Este ano, quando vi que não havia atores negros indicados, fiquei surpreso, mas nem tanto, porque geralmente são poucos", disse Hunt.

É a segunda vez desde 1998 que os brancos dominam as categorias de interpretação, principais e coadjuvantes.

Mas esta situação chamou muito a atenção este ano, devido ao momento delicado que atravessam os Estados Unidos, após vários meses de manifestações em todo o país, denunciando a violência da polícia contra os negros.

Entre os filmes apontados como favoritos para liderar a disputa está "Selma", filme sobre Martin Luther King e a luta pelos direitos civis dos negros.

Mas nenhum de seus atores - entre eles David Oyelowo, no papel de King - nem sua diretora, Ava DuVernay, entraram na competição. O filme, no entanto, foi indicado ao Oscar.

"As mulheres diretoras brilham pela ausência em Hollywood. As mulheres negras? nem mesmo se fala delas (...) Este ano há uma mulher que faz um filme que disputa a estatueta, mas não foi incluída na disputa ao prêmio de melhor direção", acrescentou o professor da UCLA.

Mas Peter Saphier, membro da Academia, que produziu "Scarface", considera que "esta polêmica é um pouco exagerada".

Segundo ele, os afiliados se reúnem por profissão. Portanto, "os diretores nomeiam os diretores candidatos" e, se DuVernay não entrou na lista, "é porque consideraram que outros o fizeram melhor".

O mesmo ocorreu com Oyelowo: "Considerou-se que não o fez tão bem quanto os outros cinco atores indicados", disse.

Este produtor admite, no entanto, que a demografia da Academia pode comprometer o resultado final do Oscar.

"Deveria haver mais diversidade. Somos velhos demais e o fato de que 70% sejam homens brancos é ridículo", afirma.

A Academia "tenta mudar esta situação. Agora, temos uma presidente negra (Cheryl Boone Isaacs) e ela está fazendo tudo o possível por ampliar" o perfil dos novos membros.

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Dezenas de ativistas prometem protestar no domingo às 14h locais (20h de Brasília), três horas antes do começo da festa mais assistida do mundo.

"O objetivo é enviar uma mensagem à Academia" (de cinema, que atribui os prêmios), explicou durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira Earl Ofari Hutchinson, presidente da associação LA Urban Policy Roundtable.

"Esta mensagem é clara: não estão representando os Estados Unidos. As mulheres, os hispânicos, os negros (...) são invisíveis em Hollywood", acrescentou.

A falta de diversidade na própria Academia é um mistério que até agora não pôde ser resolvido.

"Entre seus 6.000 membros, ao redor de 93% são brancos, 70% são homens e a idade média é de 63 anos", contou Darnell Hunt, diretor do centro de estudos afro-americanos da Universidade da Califórnia (UCLA) e autor de vários informes sobre o tema.

"É um clube de pessoas com uma experiência concreta (da vida) e uma forma particular de entender os filmes", disse.

Em sua opinião, as características demográficas dos membros da Academia dão poucas possibilidades de que haja mais pluralidade nos filmes.

Mudar o perfil

"Este ano, quando vi que não havia atores negros indicados, fiquei surpreso, mas nem tanto, porque geralmente são poucos", disse Hunt.

É a segunda vez desde 1998 que os brancos dominam as categorias de interpretação, principais e coadjuvantes.

Mas esta situação chamou muito a atenção este ano, devido ao momento delicado que atravessam os Estados Unidos, após vários meses de manifestações em todo o país, denunciando a violência da polícia contra os negros.

Entre os filmes apontados como favoritos para liderar a disputa está "Selma", filme sobre Martin Luther King e a luta pelos direitos civis dos negros.

Mas nenhum de seus atores - entre eles David Oyelowo, no papel de King - nem sua diretora, Ava DuVernay, entraram na competição. O filme, no entanto, foi indicado ao Oscar.

"As mulheres diretoras brilham pela ausência em Hollywood. As mulheres negras? nem mesmo se fala delas (...) Este ano há uma mulher que faz um filme que disputa a estatueta, mas não foi incluída na disputa ao prêmio de melhor direção", acrescentou o professor da UCLA.

Mas Peter Saphier, membro da Academia, que produziu "Scarface", considera que "esta polêmica é um pouco exagerada".

Segundo ele, os afiliados se reúnem por profissão. Portanto, "os diretores nomeiam os diretores candidatos" e, se DuVernay não entrou na lista, "é porque consideraram que outros o fizeram melhor".

O mesmo ocorreu com Oyelowo: "Considerou-se que não o fez tão bem quanto os outros cinco atores indicados", disse.

Este produtor admite, no entanto, que a demografia da Academia pode comprometer o resultado final do Oscar.

"Deveria haver mais diversidade. Somos velhos demais e o fato de que 70% sejam homens brancos é ridículo", afirma.

A Academia "tenta mudar esta situação. Agora, temos uma presidente negra (Cheryl Boone Isaacs) e ela está fazendo tudo o possível por ampliar" o perfil dos novos membros.

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