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Apelo para tirar Mel Gibson da lista negra inflama Hollywood

Hollywood está debatendo a reabilitação do vencedor do Oscar oito anos depois do seu brado antissemita ao ser preso por dirigir embriagado

Mel Gibson: filmes do ator, de “Mad Max” a “Coração valente” e “Apocalypto”, arrecadaram US$ 3,6 bilhões brutos (John Sciulli/Getty Images for GDay Australia USA)
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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2014 às 17h53.

Londres - Oito anos depois do brado antissemita de Mel Gibson ao ser preso por dirigir embriagado, Hollywood está debatendo a reabilitação do vencedor do Oscar que já foi uma das estrelas mais rentáveis da indústria.

A acalorada discussão foi inflamada por uma coluna de opinião que apareceu dia 12 de março no Deadline Hollywood de Allison Hope Weiner, escritora freelance que cobriu a infame espiral negativa de Gibson e que agora o considera um amigo. Seu apelo para o fim do que chamou de “lista negra silenciosa” gerou mais de 5.700 comentários na página de cinema do Yahoo.com e mais de 800 no site do Deadline Hollywood, que é lido por muitos do setor.

“Ele já esteve de castigo o suficiente”, escreveu Weiner. “Chegou a hora de dar-lhe outra chance”.

Os filmes de Gibson, de “Mad Max” a “Coração valente” e “Apocalypto”, arrecadaram US$ 3,6 bilhões brutos, de acordo com a Rentrak, o que incentiva os estúdios e agências a analisarem sua absolvição. Suas transgressões em particular e a quantidade delas ao longo dos anos sugerem que não será uma tarefa fácil.

Perdoar Gibson “não é a mesma coisa que perdoar Lindsay Lohan por ser muito festeira”, disse Elizabeth Currid-Halkett, autora de “Starstruck: The Business of Celebrity” e professora adjunta da Universidade do Sul da Califórnia em Los Angeles. “Antissemitismo não é simplesmente um mau comportamento”.

Embora Gibson, 58, ainda dirija e atue — recentemente terminou uma produção coestrelada por Sylvester Stallone, “Os Mercenários 3” — os grandes estúdios “ainda estão receosos ou preferem não trabalhar com ele”, disse Michael Fleming, montador do Deadline Hollywood. “Fico surpreso que isso tenha durado tanto. Ele fez com que muita gente ganhasse muito dinheiro”.

Diatribe em Malibu

A discussão entre os que comentaram a coluna de Weiner se resume a uma velha questão em Hollywood: se o que alguém diz ou faz fora das telas, mesmo que seja repugnante, deve interferir em sua aptidão para fazer filmes.

Gibson tem sido há muito um exemplo claro da questão. Os golpes à sua reputação não se restringem aos da diatribe de que os judeus foram “responsáveis por todas as guerras do mundo”, lançada quando foi preso em 2006, em Malibu, Califórnia.


Em 2010, apareceram gravações de áudio de ameaças que ele fez a sua então namorada, Oksana Grigorieva, contaminadas por epítetos racistas. No ano seguinte, ele não se defendeu de uma contravenção por lesão corporal após uma briga com Grigorieva, mãe de sua filha mais nova.

‘Palavras danosas’

Em 1992 ele ofendeu a comunidade gay com declarações em entrevista a um jornal espanhol e posteriormente disse à Playboy que se desculparia “quando o inferno congelasse”.

Mas ele se desculpou depois de sua prisão em Malibu pelo que qualificou de “palavras sarcásticas e danosas”, e após negar-se a discutir ou admitir uma acusação por dirigir embriagado, foi sentenciado a três anos em condicional.

“Gibson foi afastado sem ter cometido nenhum crime; suas maiores ofensas foram apenas o uso de linguagem áspera”, disse Weiner em sua coluna de mais de 3.400 palavras. Ela disse que decidiu publicá-la no 10º aniversário de “A paixão de Cristo” que, segundo ela, é “sobre a disposição de um homem inocente para perdoar a maior injustiça”.

O lançamento independente arrecadou US$ 612 milhões brutos em bilheterias de todo o mundo, e Gibson pessoalmente arrecadou US$ 210 milhões em 2004, de acordo com a Forbes. Sua fortuna foi estimada em US$ 850 milhões pelo Los Angeles Business Journal, e a revista People disse que o divórcio de 2011 reduziu essa quantia à metade.

Contornando os cinemas

Um dos maiores sucessos de Gibson como ator antes do incidente em Malibu foi “Sinais”, um thriller de 2002 dirigido por M. Night Shyamalan que arrecadou US$ 228 milhões brutos. Um dos maiores fracassos foi “Um novo despertar” com Jodie Foster, de 2011, que faturou menos que US$ 1 milhão nos cinemas dos EUA, de acordo com a Internet Movie Database.

Ele contornou a bilheteria com “Plano de fuga” em 2012, que foi lançado apenas na TV paga. No ano passado, ele coestrelou com Charlie Sheen “Machete mata”, que não alcançou o sucesso comercial ou de crítica. Em Hollywood, “alguns poderão perdoar e outros nunca perdoarão”, disse Michael Sitrick, presidente e CEO do Sitrick Brincko Group, uma empresa de relações públicas e gerenciamento de crises que já representou o rapper Chris Brown, o jogador de basebol Alex Rodriguez e a socialite Paris Hilton. “Não é questão de ser tendencioso. Tem que ser genuíno”.

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A acalorada discussão foi inflamada por uma coluna de opinião que apareceu dia 12 de março no Deadline Hollywood de Allison Hope Weiner, escritora freelance que cobriu a infame espiral negativa de Gibson e que agora o considera um amigo. Seu apelo para o fim do que chamou de “lista negra silenciosa” gerou mais de 5.700 comentários na página de cinema do Yahoo.com e mais de 800 no site do Deadline Hollywood, que é lido por muitos do setor.

“Ele já esteve de castigo o suficiente”, escreveu Weiner. “Chegou a hora de dar-lhe outra chance”.

Os filmes de Gibson, de “Mad Max” a “Coração valente” e “Apocalypto”, arrecadaram US$ 3,6 bilhões brutos, de acordo com a Rentrak, o que incentiva os estúdios e agências a analisarem sua absolvição. Suas transgressões em particular e a quantidade delas ao longo dos anos sugerem que não será uma tarefa fácil.

Perdoar Gibson “não é a mesma coisa que perdoar Lindsay Lohan por ser muito festeira”, disse Elizabeth Currid-Halkett, autora de “Starstruck: The Business of Celebrity” e professora adjunta da Universidade do Sul da Califórnia em Los Angeles. “Antissemitismo não é simplesmente um mau comportamento”.

Embora Gibson, 58, ainda dirija e atue — recentemente terminou uma produção coestrelada por Sylvester Stallone, “Os Mercenários 3” — os grandes estúdios “ainda estão receosos ou preferem não trabalhar com ele”, disse Michael Fleming, montador do Deadline Hollywood. “Fico surpreso que isso tenha durado tanto. Ele fez com que muita gente ganhasse muito dinheiro”.

Diatribe em Malibu

A discussão entre os que comentaram a coluna de Weiner se resume a uma velha questão em Hollywood: se o que alguém diz ou faz fora das telas, mesmo que seja repugnante, deve interferir em sua aptidão para fazer filmes.

Gibson tem sido há muito um exemplo claro da questão. Os golpes à sua reputação não se restringem aos da diatribe de que os judeus foram “responsáveis por todas as guerras do mundo”, lançada quando foi preso em 2006, em Malibu, Califórnia.


Em 2010, apareceram gravações de áudio de ameaças que ele fez a sua então namorada, Oksana Grigorieva, contaminadas por epítetos racistas. No ano seguinte, ele não se defendeu de uma contravenção por lesão corporal após uma briga com Grigorieva, mãe de sua filha mais nova.

‘Palavras danosas’

Em 1992 ele ofendeu a comunidade gay com declarações em entrevista a um jornal espanhol e posteriormente disse à Playboy que se desculparia “quando o inferno congelasse”.

Mas ele se desculpou depois de sua prisão em Malibu pelo que qualificou de “palavras sarcásticas e danosas”, e após negar-se a discutir ou admitir uma acusação por dirigir embriagado, foi sentenciado a três anos em condicional.

“Gibson foi afastado sem ter cometido nenhum crime; suas maiores ofensas foram apenas o uso de linguagem áspera”, disse Weiner em sua coluna de mais de 3.400 palavras. Ela disse que decidiu publicá-la no 10º aniversário de “A paixão de Cristo” que, segundo ela, é “sobre a disposição de um homem inocente para perdoar a maior injustiça”.

O lançamento independente arrecadou US$ 612 milhões brutos em bilheterias de todo o mundo, e Gibson pessoalmente arrecadou US$ 210 milhões em 2004, de acordo com a Forbes. Sua fortuna foi estimada em US$ 850 milhões pelo Los Angeles Business Journal, e a revista People disse que o divórcio de 2011 reduziu essa quantia à metade.

Contornando os cinemas

Um dos maiores sucessos de Gibson como ator antes do incidente em Malibu foi “Sinais”, um thriller de 2002 dirigido por M. Night Shyamalan que arrecadou US$ 228 milhões brutos. Um dos maiores fracassos foi “Um novo despertar” com Jodie Foster, de 2011, que faturou menos que US$ 1 milhão nos cinemas dos EUA, de acordo com a Internet Movie Database.

Ele contornou a bilheteria com “Plano de fuga” em 2012, que foi lançado apenas na TV paga. No ano passado, ele coestrelou com Charlie Sheen “Machete mata”, que não alcançou o sucesso comercial ou de crítica. Em Hollywood, “alguns poderão perdoar e outros nunca perdoarão”, disse Michael Sitrick, presidente e CEO do Sitrick Brincko Group, uma empresa de relações públicas e gerenciamento de crises que já representou o rapper Chris Brown, o jogador de basebol Alex Rodriguez e a socialite Paris Hilton. “Não é questão de ser tendencioso. Tem que ser genuíno”.

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