13 mitos e verdades sobre a cerveja que você precisa saber
Pode ficar tranquilo, porque a cerveja não dá barriga e é muito mais saudável que as bebidas destiladas
Daniela Barbosa
Publicado em 7 de agosto de 2015 às 09h27.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h36.
São Paulo – Ela já foi tema de música, tem um dia só dela e sempre é usada como pretexto para reunir os amigos. Sim, estamos falando da cerveja – a bebida alcoólica mais consumida no país. Toda primeira sexta-feira de agosto é comemorado no Brasil e em outros 50 países o Dia Internacional da Cerveja e, por isso, nada melhor do que usar a data para desmistificar alguns fatos sobre ela. Esqueça, por exemplo, aquele mito de que cerveja pode dar barriga, pois pesquisas comprovam que quando bebida com moderação não dá. Além disso, quando comparada com outras bebidas, principalmente as destiladas, ela é muito mais saudável e pode sim ser inserida a um estilo de vida balanceado. Os mitos e verdades foram listados pelo beer sommelier Tulio Rodrigues, fundador da Beer Academy e professor da Fundação Getúlio Vargas na disciplina Administração dos Negócios da Cerveja. Veja nas imagens 13 mitos e verdades sobre a cerveja que você precisa saber.
De acordo com Tulio Rodrigues, a melhor posição para armazenar e gelar cervejas é de pé, “para que a superfície de contato do líquido com o ar seja menor”. Além disso, o especialista alerta também que a cerveja deve ser resfriada gradualmente, ou seja, colocá-la no congelador, só se for um pouco antes de consumi-la.
Tulio explica que quando servida em baixíssima temperatura, a cerveja acaba anestesiando as papilas gustativas da língua, que fazem com que a sensibilidade para degustar a bebida seja perdida. “O calor pede cervejas geladas, mas sem exageros”, afirma o beer sommelier.
Segundo Tulio, esse é o mito mais famoso que existe sobre a cerveja, mas a ciência já comprovou que, se consumida com moderação, a cerveja não é a responsável pelo aumento de peso nem de gordura abdominal. Estudos mostraram que o que engorda não é a cerveja, mas os alimentos gordurosos, os famosos tira-gostos, que são frequentemente combinados com a bebida.
O chope e a cerveja são a mesma bebida. A diferença, no entanto, é que a cerveja passa pelo processo de pasteurização - tratamento térmico que garante maior prazo de validade ao produto. Já o chope, por sua vez, não passa pelo mesmo processo, é mais calórico do que a cerveja e tem um prazo de validade menor.
“Esse é outro pensamento bastante equivocado disseminado aqui no Brasil”, afirma Tulio. O especialista explica que , assim como o vinho, a cerveja é feita de ingredientes naturais cujos benefícios são cientificamente comprovados. “Um bom exemplo disso é a cevada, que dá origem ao malte, e o lúpulo. Ambos são ricos em antioxidantes, vitaminas e minerais, que, além de ajudarem a dar corpo, aroma, sabor e textura à cerveja, fazem da bebida uma aliada na dieta balanceada”, diz o sommelier.
Se você acha que não, o colarinho tem sim papel importante, pois a espuma protege a bebida da oxidação, reduz a perda de gás e mantém a temperatura. “Dois dedos de espessura é o ideal”, explica Tulio.
Cada estilo de cerveja pede um tipo de copo adequado para que os sabores e aromas sejam ressaltados.A pilsen pode ser apreciada em uma tulipa ou caneca, a lambic pede taças do tipo flauta e a weissbier deve ser servida em copos maiores.Se não tiver o copo ideal, utilize taças de vinho branco, ensina o sommelier.
Se comparada com outras bebidas, como o vinho e até o suco de laranja, a cerveja pode ser considerada uma bebida de baixa caloria. Uma taça de cerveja tem em média 120 calorias, já a mesma quantidade de vinho 240 calorias. A cerveja também possui os mesmos compostos orgânicos benéficos à saúde que o vinho: antioxidantes, vitaminas e sais minerais, explica Tulio.
De acordo com Tulio, podemos classificar as cervejas de acordo com a forma como elas são produzidas. “A diferença básica entre elas é que as cervejas chamadas de mainstream têm um processo de fabricação bastante elaborado, complexo, justamente para garantir a qualidade da reprodutibilidade da receita”. Já as cervejas ditas artesanais têm foco na licença criativa. “São cervejas de produções pequenas e mais ousadas, principalmente em termos de ingredientes”. Por fim, as cervejas especiais são todas cujo preço é 20% maior do que as mainstream. “O que classifica uma cerveja como especial é o valor puramente econômico”, diz o especialista.
A função do lúpulo vai muito além de garantir o amargor da cerveja. Tulio explica que ele é um poderoso conservante natural, que pode ser utilizado até na culinária e também como cosmético.
Segundo Tulio, apreciar e degustar uma cerveja pode ser uma verdadeira experiência sensorial. O especialista explica que é necessário ativar os cinco sentidos. “Uma dica é procurar sentir os aromas da cerveja, criando uma memória olfativa da bebida, assim como o tato bucal e até a análise visual de uma cerveja”, dizTulio.
Bebidas fermentadas, como a cerveja e o vinho, são mais saudáveis que as destiladas, como a cachaça e o whisky.Além disso, a cerveja tem teor alcoólico menor que outras bebidas e o álcool da cerveja é obtido a partir de um processo natural, ou seja, mais saudável.
Tulio afirma que produto é o mesmo, não importa o recipiente, porém, o aroma e sabor podem ser influenciados pelo modo de conservar e resfriar a bebida.Por isso, o ideal é manter a temperatura constante, seja ela fria ou sem refrigeração. “Quando ocorre a mudança brusca de temperatura, o sabor da cerveja é prejudicado”, afirma o especialista.