Viu Bom dia, Verônica? Agora veja 7 dicas da série para todo profissional
Série brasileira que está entre as 10 mais vistas da Netflix traz ensinamentos a todo profissional, em especial, a quem está começando uma carreira
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2020 às 09h33.
Última atualização em 26 de outubro de 2020 às 15h30.
A série brasileira Bom dia, Verônica está há quase um mês entre as dez mais vistas na plataforma de streaming Netflix . A trama estrelada pelas atrizes Camila Morgado e Tainá Müller retrata o dia a dia de uma jovem escrivã da delegacia de homicídios de São Paulo (vivida por Tainá) em meio a duas investigações sobre crimes contra mulheres.
Para dois especialistas em recursos humanos, o enredo da série traz ensinamentos importantes a todo tipo de profissional – em particular quem está em início de carreira.
Veja abaixo a análise de Rodrigo Vianna, presidente da Mappit, empresa do Talenses Group especializada em recrutamento para início de carreira, e de Leonardo Freitas, presidente da Hayman-Woodward, empresa especializada em mobilidade global e consultoria profissional.
Rodrigo Vianna
A ética sempre deve vir em primeiro lugar
Um dos pontos mais mostrados na série é: até que ponto vai o limite moral e ético para que a pessoa chegue ao poder, ou cresça profissionalmente. Esse tipo de situação pode acontecer em diversos setores, não só na Polícia. A corrupção, em diversos níveis, está presente na sociedade como um todo. E, para um profissional em início de carreira, a principal dica nesse sentido é: seja cuidadoso, conheça e aplique à risca as políticas de compliance da companhia em que atua. A ética sempre deve vir em primeiro lugar . E, principalmente: caso note alguma anormalidade nesse sentido ético, procure ajuda, acione imediatamente os responsáveis pelo assunto.
Projetos complexos exigem trabalho em equipe
No caso da série, a protagonista estava inserida em um complexo esquema de corrupção que a colocava em risco em diversas situações . Mas, de forma geral, o ideal é que a busca por resultados positivos em projetos complexos (nesse caso, a prisão de um assassino em série), seja sempre realizada junto a uma equipe de profissionais experientes e com competências diversas . Infelizmente, nesse caso da ficção, a personagem se viu praticamente sozinha nessa jornada, e foi possível notar como isso dificultou potencialmente que ela tenha os recursos necessários para colocar em prática a estratégia e o plano traçados para cumprir seu objetivo final.
A importância de ser resiliente
Durante praticamente todos os episódios, a competência da protagonista da série foi subvalorizada por ela se tratar de uma profissional inexperiente em comparação com os demais membros da equipe. Os superiores a pediam para fazer funções diferentes do seu escopo, como servir café, e duvidavam de sua capacidade em situações que exigiam um preparo mais sênior. De forma geral, em diferentes segmentos, esse tipo de situação acontece. De fato, é preciso entender que as demandas mais complexas devem ser desenvolvidas por profissionais mais experientes, ou ao menos supervisionadas por eles. Isso é normal no mercado de trabalho como um todo. O que não pode acontecer é o assédio moral, ou seja, um superior desrespeitar um profissional apenas por causa de sua falta de vivência profissional . Caso isso aconteça, é preciso reportar o caso ao departamento de recursos humanos. Além disso, é importante também que os superiores saibam ensinar sua equipe, e não boicote de funções mais elaboradas por não os considerar competentes para tanto. O ensinamento acontece aos poucos, no dia a dia, de forma gradativa, mas a chance de aprendizado precisa ser dada a todos de forma igual.
Leonardo Freitas
A prática é diferente da teoria
Em todas as áreas, é possível notar como a prática do dia a dia profissional é completamente diferente da teoria aprendida. No início da série, é possível notar como a Verônica, personagem protagonista, tem uma visão muitas vezes idealista da sua profissão . E, ao decorrer dos episódios, ela nota os inúmeros desafios da prática. Então, a principal dica é: observe como funciona a dinâmica do trabalho que executa. Não adianta nada você ter dom ou ter estudado para desempenhar tal função. A dinâmica do dia-a-dia só se aprende no cotidiano e nem todas as coisas estão nos livros. A vivência profissional faz a diferença na hora de resolver problemas.
Tenha iniciativa e seja proativo
No início de carreira, uma das principais dicas é que os profissionais tenham iniciativa e não se restrinjam apenas às funções solicitadas. Ser proativo faz toda a diferença para se destacar . No caso da série, não fossem todas as complexas questões de corrupção e outros situações, a Verônica teria conseguido diversos resultados positivos por conta de sua proatividade. É possível notar como ela tinha disposição, criatividade e energia para resolver os casos, e estava sempre disposta e disponível para o que fosse necessário. Então, a dica é: se você já executou suas atribuições, ajude os outros ou ofereça ajuda. Vista a camisa da companhia e do projeto que está participando. Numa simples iniciativa, como atender uma chamada telefônica, pode surgir um desafio maior e que poderá aumentar suas chances de visibilidade perante chefes e superiores.
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Faça networking
Na série, a dificuldade de encontrar pessoas corretas em um sistema completamente corrupto foi um dos principais obstáculos para a Verônica alcançar seu objetivo de prender um criminoso. Apesar da ficção mostrar uma situação muito específica da Justiça de forma geral, é possível notar como o networking e o estabelecimento de relações com profissionais confiáveis fazem a diferença , e isso vale para qualquer área ou segmento. É preciso se relacionar com pessoas e criar parcerias de confiança.
Saiba se defender em qualquer situação
No caso específico, a Verônica deveria procurar apoio em tutores e na própria Corregedoria para que nem sua carreira e nem sua vida sejam ameaçadas. Ela tentou o fazer, mas a trama mostrou dificuldades até nisso. Mas, apesar do enredo, como em toda a força pública, o funcionário costuma passar por um período comprobatório de três anos até atingir a estabilidade de emprego. Nesse período, ou em qualquer outro, havendo assédio de qualquer tipo, ou perseguição por parte de superior, é indispensável que haja a denúncia pela parte ameaçada para que as instituições fiquem cientes e tomem as providências necessárias.