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Veja 5 costumes comuns na cultura de trabalho dos EUA que não são no Brasil, segundo especialista

Algumas iniciativas históricas de liderança ajudam ainda hoje muitos trabalhadores nos Estados Unidos a serem mais produtivos e motivados no trabalho – e não se restringe apenas ao salário em dólar, mas a forma de liderar uma equipe

Fabiane Borges, coach e especialista em gestão de pessoas: “Há uma cultura mais forte de apoio ao desenvolvimento de carreira por parte dos líderes americanos do que no Brasil” (Fabiane Borges /Divulgação)

Publicado em 12 de agosto de 2024 às 11h42.

Última atualização em 12 de agosto de 2024 às 11h50.

Os Estados Unidos estão entre os países em que os brasileiros mais buscam para estudar e trabalhar, segundo estudo da Belta (Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio) divulgado neste ano – mas o que leva muitos brasileiros a trabalharem em outro país? Quais diferenças culturais no trabalho eles poderão encontrar em outra nação?

Algumas iniciativas históricas de liderança ajudam ainda hoje muitos trabalhadores nos Estados Unidos a serem mais produtivos e motivados no trabalho – e não se restringe apenas ao salário em dólar. De acordo com a administradora Fabiane Borges, coach e especialista em gestão de pessoas com mais de 25 anos de carreira,há uma cultura mais forte de apoio ao desenvolvimento de carreira por parte dos líderes americanos do que no Brasil.

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“Eles frequentemente realizam reuniões individuais, focam em reuniões de equipes objetivas e não são apegados ao funcionário”, afirma Borges que estará nos Estados Unidos em outubro deste ano para ministrar sobre liderança no curso “Salto Alto”, em Orlando.

Para o líder que busca desenvolver pessoas e bater a meta que lhe foi proposta de forma estratégica e sustentável, Borges, que também é formada em desenvolvimento de dirigentes pela Fundação Dom Cabral, compartilhou5 costumes comuns na cultura americana que podem fazer muitos times avançarem no Brasil.

Dar e receber feedback

Nos Estados Unidos,o feedback é visto como um presente, e por isso é encarado de maneira profissional e não pessoal, o que facilita a comunicação aberta e franca.

"Lá, eles entendem que o feedback, seja uma crítica ou um elogio, é para o desenvolvimento profissional. Aqui no Brasil, o feedback muitas vezes é levado para o lado pessoal, o que pode gerar conflitos e dificultar o processo", afirma Borges que é pós-graduada em Gestão de Recursos Humanos pela FGV – RJ e possui MBA em Gestão Estratégica de Negócios pela UFF – RJ.

Ter visão

Um dos principais elementos que norteiam a cultura corporativa americana é a clareza de visão, afirma Borges. A coach explica que nos Estados Unidos, os líderes têm uma noção muito definida dos objetivos da empresa e comunicam isso de forma constante e direta a seus funcionários."Eles fazem reuniões de 15 minutos porque têm muita clareza de visão. Eles sabem exatamente aonde querem chegar", conta Borges.

Essa abordagem contrasta fortemente com o cenário brasileiro, onde, muitas vezes, as reuniões são longas e acabam sem decisões concretas, devido à falta de foco e mudança constante de prioridades, afirma a especialista. "Aqui no Brasil, muitos líderes não têm essa clareza, e isso leva a uma equipe desmotivada, menos produtiva e que não sabe exatamente para onde está indo".

Fazer sessões de one-on-one

Conversas individuais entre líder e o funcionário são conhecidas por sessões “one-on-one”. Enquanto o feedback olha para o passado, o one-on-one foca no futuro, diz Borges, que reforça que nesses encontros o líder dedica tempo para entender os anseios, sonhos e expectativas de carreira do funcionário, criando um plano de desenvolvimento personalizado.

“Uma reunião individual entre o gestor e o funcionário é muito comum nos Estados Unidos. Este encontro busca ouvir os anseios e expectativas de carreira do funcionário, ajudando-o a alinhar seus objetivos pessoais com os da empresa", diz a especialista em RH.

No Brasil, essa prática ainda é menos frequente, mas, segundo Borges, pode ser uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento de carreira e para fortalecer as relações no ambiente de trabalho.

Adotar a cultura do elogio e da honra

Importada das empresas americanas, essa culturafoca no reconhecimento dos funcionários, premiando-os por tempo de casa e realizando elogios públicos.

“No Brasil, essa prática ainda enfrenta resistência devido a crenças limitantes sobre o impacto do elogio na performance dos funcionários. Já nos EUA é comum, desde os professores até líderes corporativos celebrarem e reconhecerem as pequenas vitórias de cada aluno ou profissional”, afirma a executiva que possui certificação em Leadership Excellence pelo Disney Institute.

Não se apegar aos funcionários

Os líderes americanos tendem a não ser apegados aos membros de sua equipe,entendendo que os funcionários pertencem à empresa como um todo, e não apenas ao seu time específico.

“Em contraste, no Brasil, ainda há muitos líderes que adotam uma postura mais rígida e apegada, onde a retenção de talentos dentro do próprio time é priorizada, mesmo que isso não seja o melhor para o desenvolvimento do funcionário ou da empresa.”

Veja imagens do programa Salto Alto que será realizado em Orlando, EUA

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