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Sabe o que é escuta ativa? A técnica vai melhorar sua vida profissional

De nada adianta uma boa oratória se não houver uma escuta ativa. Entenda como desenvolver essa habilidade na coluna da Sofia Esteves

 (foto/Getty Images)

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Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 2 de março de 2020 às 12h14.

A maioria das pessoas adora falar, contar histórias, problemas, ou sugerir novas ideias . É muito gostoso poder se expressar livremente, não é mesmo? Nos sentimos bem quando o outro lado parece nos ouvir, mas e quando é a sua vez de ocupar esse papel? Sabia que escutar é uma arte e que essa ação exige mais atenção do que apenas não falar enquanto o outro está dizendo algo?

É através dos diálogos que podemos aprender algo, gerar conexão, criar novos negócios, parcerias ou conseguir vender um produto. Porém, de nada adianta uma boa oratória se não houver uma escuta ativa. Como vivemos em ambientes profissionais acelerados, além dos inúmeros estímulos tecnológicos, tem sido cada vez mais desafiador manter a concentração nos diálogos. O que gera uma série de conflitos e distrações que atrapalham a produtividade e as relações dos profissionais.

Escuta ativa? O que é isso?

O termo foi criado pelos psicólogos americanos Carl Rogers e Richard Farson em 1950, como uma abordagem terapêutica e que nos últimos anos vem se expandindo como uma prática essencial no ambiente de trabalho. Ainda mais agora que temos a diversidade como uma nova realidade nas empresas e escutar e incluir visões diferentes será primordial.

A escuta ativa é uma técnica que traz eficiência para o diálogo, baseada na compreensão e no cuidado ao ouvir o outro. Consiste não apenas em ouvir, mas compreender e interpretar com atenção as informações recebidas, sejam elas verbais ou não-verbais. Porque o que não foi dito, ou o silêncio, também têm muito a dizer.

A escuta ativa não é passiva, não é apenas escutar e ter que concordar, mas compreender, se colocando no lugar do outro e absorvendo o que ele transmite até chegar o seu momento de interagir com o assunto. No ambiente corporativo, são inúmeras as situações em que a escuta ativa pode ser implementada: em uma reunião, ao ouvir um feedback, em uma instrução para a execução de uma tarefa, na produção de uma nova solução em equipe, ou até, em casos de divergências com seus gestores ou colegas de trabalho.

Como desenvolver a escuta ativa?

Vivemos com os nossos olhos atentos buscando uma nova mensagem no celular ou e-mail, que precisam ser respondidos prontamente a todo o momento. Além disso, interferir na sua produtividade, já que a todo momento você para de executar uma tarefa para responder alguém, essa prática é terrível durante um diálogo.

Quando estiver em contato verbal com alguém, pare tudo que esteja fazendo e apenas preste atenção, evitando que essas interferências gerem ruídos na mensagem e você possa compreender corretamente o que está sendo dito.

Sabe quando alguém está falando e ele nem terminou, mas você já sabe que resposta vai dar? Ou até, quando percebe, sua mente está indo para a lista de compras do mercado?  Pois é, alimentar diálogos mentais enquanto se escuta alguém é um grande convite à desconexão com o mensageiro. Eu também penso rápido, mas aprendi o quanto é importante parar e não julgar ou querer antecipar um diálogo dentro da minha cabeça. Parar com esse hábito exige atenção constante e prática.

Se não entendeu, pergunte. O tempo que você leva tentando compreender o que está sendo dito é o tempo que o mensageiro está falando e você já deixou de escutar. Em casos de dúvidas, vale a interrupção para que vocês dois aproveitem melhor o diálogo. Isso também demonstra interesse, outro importante componente da escuta ativa. Mostre com ações verbais ou físicas, o quanto você está interessado no diálogo, mas esteja realmente, rs. Não vale fingir uma linguagem que não é genuína. Cedo ou tarde ficará claro que não há conexão, e, de fato, você deixará de absorver o melhor da conversa.

Lembre-se de buscar compreender o que está sendo dito a partir da visão do mensageiro para entender sua motivação e linha de raciocínio. Evite julgamentos, abra-se sempre para novas ideias e visões e ao final da fala do mensageiro, traga feedbacks de valor. Mesmo que você não concorde com o que foi proposto, tenha cuidado do seu “não”, não virar uma repressão à expressão de quem falou. Seja gentil. Escuta ativa é uma gentileza, é um ato de respeito e, assim como você, todos merecem.

Boa escuta, quer dizer, bom trabalho!

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