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Global Retail Show: na pandemia, empresas digitalizam a gestão de pessoas

Soluções em inteligência artificial podem facilitar a contratação de mão de obra no varejo, dizem especialistas no Global Retail Show, evento do setor

Com a pandemia, empresas que continuaram contratando tiveram de se adaptar a processos seletivos e entrevistas 100% online. Mas essas opções não surgiram durante a pandemia (Divulgação/Divulgação)
LB

Leo Branco

Publicado em 16 de setembro de 2020 às 20h53.

Última atualização em 17 de setembro de 2020 às 16h47.

A área de recursos humanos (RH) nas empresas deve se tornar mais virtual, digital e automatizada para que todos os varejistas possam fazer contratações inteligentes, otimizar pools de candidatos em tempo real e se adaptar a novos modelos e mudanças na demanda.

É a conclusão de especialistas no assunto presentes ao Global Retail Show , um dos maiores eventos do varejo no país, realizado em 2020 de forma virtual em virtude do distanciamento social na contenção da pandemia.

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Daqui para a frente, o cenário da indústria continuará a evoluir. Processos e sistemas de RH eficientes, flexíveis e digitais ajudarão os varejistas a equilibrar eficácia e segurança nos negócios. Essas são as expectativas de Kevin Graff, presidente da consultoria empresarial canadense Graff Retail, um dos palestrantes do Global Retail Show nesta quarta-feira, 15 de setembro, de acordo com informações divulgadas pelo portal Mercado&Consumo.

Segundo Graff, as soluções baseadas em inteligência artificial podem tornar mais rápido e fácil para os varejistas recontratar antigos funcionários sazonais para se adaptar às flutuações na demanda e na rotatividade. Para o empresário, “há muito que todos nós sabemos e muito mais que não sabemos sobre o futuro”.

Conexão e interação

A tomada de decisão baseada em fatos vem sendo essencial em tempos de pandemia. “Os humanos são programados para a conexão e a interação social. Isso não existe com muita profundidade online”, analisa.

Questionado se haverá mudanças, Graff diz que sim, mas afirma que, agora, só consegue fazer suposições. “O mais provável é que varejistas de todos os tipos terão de aumentar seus esforços substancialmente em todas as áreas de operação. Com isso, o consumidor vai ganhar novamente”, diz.

Para ele, as videochamadas, embora boas, não substituem as interações olho no olho. “Os humanos são conectados por cabo” afirma Graff. O receio do executivo é que o mundo vivencie um colapso na cultura das empresas no médio a longo prazo. Um modelo híbrido, com um mix entre o home office e o escritório, pode ser o caminho.

Responsabilidade da equipe

Kevin Graff alertou, ainda, sobre a importância do pessoal que está na linha de frente neste momento. Haverá menos tráfego nas lojas por muito tempo, então a única maneira de manter e fortalecer as vendas é aumentar as taxas de conversão e a venda média — e isso recai predominantemente sobre os ombros da equipe.

Portanto, em meio à necessidade de treinamento e protocolos de segurança, está a necessidade de dar à equipe as habilidades e o conhecimento de que precisam para criar uma ótima experiência para o cliente e, por meio desse processo, impulsionar as vendas. “O RH terá de se preparar, encontrar os recursos e colocar a equipe na linha de frente.”

Tinder dos empregos

Com a pandemia, empresas que continuaram contratando tiveram de se adaptar a processos seletivos e entrevistas 100% online. Mas essas opções não surgiram durante a pandemia.

“As empresas costumavam abordar esse modelo somente em uma das etapas do processo seletivo e não em todo ele, como está comum agora’, disse Stephanie Florio, uma das fundadoras da Swob, segundo informações divulgadas pelo portal Mercado&Consumo.

Lançada em novembro de 2017 por ela e pelo irmão Alexander e com sede em Toronto, a empresa desenvolveu um aplicativo que permite que alunos procurem empregos de meio período, sazonais e de período integral nos setores de varejo, serviços alimentícios e hospitalidade.

A modalidade de recrutamento inteiramente virtual reúne vantagens, desvantagens, críticas e elogios. Para a especialista, os pontos positivos conseguem superar os negativos. Com relação ao futuro dessa modalidade, Stephanie aposta no crescimento mesmo após a crise.

“A pandemia trouxe muitas mudanças de comportamento, e as empresas que não se adaptarem perderão competitividade. Por isso, temos observado uma movimentação no universo corporativo para aderir ao que está sendo chamado de novo normal”, diz.

 

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