Para Bill Gates, só a Geração Z poderá resolver um dos maiores riscos globais dos próximos anos
O bilionário é reconhecido por seu império tecnológico e por suas ações sociais, mas há um problema global que ele não encontrou solução
Repórter
Publicado em 6 de setembro de 2024 às 16h15.
Última atualização em 6 de setembro de 2024 às 16h27.
O fundador da Microsoft, Bill Gates , também é conhecido por seus trabalhos filantrópicos. Por meio da fundação Bill e Melinda Gates, o executivo busca soluções para acabar com grandes problemas do mundo, como a pobreza e a falta de investimento em setores como saúde e educação. Mas há um grande problema que Gates está entregando para a nova geração.
“A desinformação é aquela em que eu, um pouco, tive que dizer, ‘ok, entregamos esse problema à geração mais jovem’”, disse Gates à CNBC Make It.
O posicionamento de Bill Gates, traz a luz o desafio que a nova geração, especialmente a Geração Z , terá com os problemas da desinformação, afirma Lara Bezerra, coach executiva e ex-CEO da Bayer.
“A implicação maior da desinformação ficará sobre a Geração Z. É a geração que mais se beneficia das mídias, da inteligência artificial e de informação desses meios para tomada de decisão”, afirma a brasileira que soma mais de 20 anos como executiva internacional.
Além de impactar diretamente os mais jovens, Bezerra reforça que será a Geração Z que terá que buscar uma maneira de resolver esse grande problema de identificar uma informação falsa ou verdadeira.
“Já é a geração mais impactada, mas também é a que pode trazer a maior solução”, afirma a ex-CEO da Bayer e da Roche.
A importância de conhecer o que não se vê
A desinformação gerada pela inteligência artificial será abordada pelo bilionário no documentário “What’s Next? The Future With Bill Gates”, com estreia prevista para 18 de setembro, na Netflix.
Em uma exibição antecipada da série fornecida à CNBC Make It, Gates compartilha à filha que se sente mal por não ter uma solução para combater a disseminação das fake news, e reforça que quando fundou a Microsoft, pensava que a maioria das pessoas iria usar os computadores domésticos e a internet para fins do trabalho e não se interessariam por informações falsas.
Mas a realidade é outra. A internet e a inteligência artificial vieram para facilitar a vida de muitos profissionais, mas sem controle, podem ser potenciais provedores de informações falsas, afirma Camila Rocca, ex-executiva da Meta . Para a executiva que trabalha atualmente nos Estados Unidos, a questão sobre como preparamos as novas gerações para o uso das novas tecnologias pode ser uma medida para combater a desinformação.
“Hoje, a descentralização permite que qualquer informação se espalhe rapidamente. Portanto, é crucial focar em capacitar as pessoas, principalmente profissionais, para que questionem, verifiquem fontes e reflitam sobre as informações que recebem, formando indivíduos mais críticos e preparados para os desafios futuros”, afirma Rocca.
Algumas empresas e escolas nos Estados Unidos já estão adotando medidas para combater esse problema que se intensificou com o digital, afirma Bezerra.
“É comum aqui dentro das escolas e em grandes empresas o letramento digital, mostrando como funciona a internet e os algoritmos para a pessoa ter um discernimento quanto à escolha da informação que irá receber”, diz. “Meta e Google, por exemplo, estão usando várias estratégias, como usar a IA para fazer uma tag para alertar notícias falsas”, diz Bezerra.