Os setores que garantem mais (e menos) felicidade profissional
Confira quais as áreas que mais favorecem (ou não) a satisfação na carreira
Talita Abrantes
Publicado em 26 de fevereiro de 2012 às 08h36.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h26.
São Paulo – Diversos fatores podem determinar o seu nível de satisfação no trabalho, mas alguns setores, quase que por definição, conseguem transformar esse caminho para a felicidade na carreira , digamos, mais fácil. Outros, ao contrário, só conspiram contra essa meta de todo profissional. O site Career Bliss (em parceria com a Forbes ) mapeou quais são as áreas que garantem mais e menos felicidade profissional nos Estados Unidos. Para chegar à lista, foram avaliados itens como relacionamento com a chefia, ambiente de trabalho, salário, oportunidades de crescimento, cultura da companhia, tarefas diárias e autonomia. Ao todo, 43 mil profissionais participaram da pesquisa.
O número de inscritos em concursos públicos no Brasil pode dar pistas que ter o governo como patrão pode ser uma boa opção de carreira. Guardadas as devidas diferenças, quem optou pela carreira pública nos Estados Unidos têm um nível de satisfação de 4.07. Nos Estados Unidos, os funcionários públicos estão bastante satisfeitos com as tarefas diárias e com seus colegas de trabalho. Mas, insatisfeitos com salários e futuro profissional. No Brasil, os salários (muitas vezes) de tirar o fôlego somados à promessa de estabilidade contribuem para que os sonhos com uma carreira no setor público atraiam mais e mais profissionais super qualificados com o objetivo simples de ser feliz. Para se ter uma ideia, o concurso para a carreira de diplomata (que aceita profissionais com qualquer formação no Ensino Superior) promete salários iniciais de 12.962,12 reais
Nos Estados Unidos, a área de educação é figura presente nos rankings de satisfação no trabalho. As atividades diárias, a autonomia para lidar com o próprio trabalho e o ambiente são itens que levam pontos elevados nas avaliações desses profissionais. No final do ano passado, ranking da Universidade de Chicago apontou que 69,2% dos profissionais de educação admitiram que estão muito satisfeitos com o próprio trabalho. Na nota do Career Bliss, a área conquistou nota de satisfação de 4,06.
Dois setores conquistaram a terceira posição no quesito felicidade no trabalho, de acordo o site Career Bliss. Apesar da crise que abalou o mercado imobiliário e o setor de atacado de distribuição nos Estados Unidos, ambos setores levaram nota 3,98.
A razão para isso, segundo o site, é que quem permaneceu nas duas áreas está muito satisfeito com a relação que mantém com seus colegas de trabalho e as tarefas diárias que precisa fazer. No Brasil, o mercado imobiliário vive um período de ebulição. Fato que pode gerar bons salários, além de autonomia – de acordo com a sua função.
A razão para isso, segundo o site, é que quem permaneceu nas duas áreas está muito satisfeito com a relação que mantém com seus colegas de trabalho e as tarefas diárias que precisa fazer. No Brasil, o mercado imobiliário vive um período de ebulição. Fato que pode gerar bons salários, além de autonomia – de acordo com a sua função.
A ebulição do setor somado ao ambiente de trabalho amigável garantiu para a área de telecomunicações a quarta posição entre os setores mais felizes. No ano passado, só em investimentos estrangeiros, o setor de telecomunicações brasileiro recebeu 11,266 bilhões de reais.
A pressão típica do mercado financeiro não parece tirar a satisfação de quem escolheu esse setor para ganhar a vida. Tanto que o setor levou 3.95 no quesito felicidade no trabalho. Os salários de tirar o fôlego e a possibilidade de ascensão meteórica na carreira podem estar por trás de tanta felicidade. PAra se ter uma ideia, um analista financeiro do Goldman Sachs pode ganhar 68.800 dólares por ano – só em remuneração fixa.
Salários baixos, rotinas estafantes, diminutas perspectivas de crescimento na carreira e a tecnologia cada vez mais roubando empregos colocaram os profissionais de agricultura e mineração na lista dos mais infelizes dos Estados Unidos. Por lá, o índice de satisfação é de 3,76. Apesar do papel das commodities para a economia brasileira, o cenário não é diferente por aqui. Ainda persistem os relatos de maus tratos e até trabalho escravo.
A área de software e internet e o terceiro setor empataram em nível de satisfação – igualmente baixos. Ambos setores levaram nota 3.81. Apesar do crescimento vertiginoso da área, os profissionais que trabalham no baixo escalão das áreas de software e tecnologia estão insatisfeitos com as oportunidades de crescimento no setor. As elevadas cargas de trabalho também pesam contra. A pesquisa mostra que não há idealismo que sobreviva firme e forte diante de uma crise econômica. Apesar da satisfação de ajudar terceiros, quem trabalha no terceiro setor americano está apreensivo com o risco que sua carreira corre. Fato que acaba com qualquer fonte de felicidade.
Ambos setores carregam características que justificam insatisfação. Salários não tão atraentes, rotinas estafantes e lidar com terceiros que podem estar muito irritados (no caso do atacado, os clientes; no dos profissionais de mídia, fontes e público em geral). Não deu outra, ambos conquistaram nota 3.85 no ranking
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