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Os primeiros passos da dislexia

É possível identificar os primeiros sinais de dislexia quando a criança entra na escolinha, aos três ou quatro anos de idade. Dificuldades para decorar as músicas, juntar peças de um quebra-cabeça ou desenhar podem já significar alguns sinais do distúrbio de linguagem. "Na pré-escola os pais já têm condições de desconfiar do problema", diz a […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h33.

É possível identificar os primeiros sinais de dislexia quando a criança entra na escolinha, aos três ou quatro anos de idade. Dificuldades para decorar as músicas, juntar peças de um quebra-cabeça ou desenhar podem já significar alguns sinais do distúrbio de linguagem. "Na pré-escola os pais já têm condições de desconfiar do problema", diz a fonoaudióloga Maria Ângela Nico, coordenadora da Associação Brasileira de Dislexia. "O diagnóstico correto, porém, só pode ser dado durante ou após o processo de alfabetização."

É nessa fase que a criança vai demonstrar os verdadeiros sintomas do distúrbio - dificuldade para ler e escrever. "Ela vai misturar letras ao escrever e só sentem dificuldade para ler uma palavra completa", diz Maria Ângela. "Neste período, a presença de um especialista é fundamental."

O diagnóstico do distúrbio é feito por exclusão, já que não há nenhum exame concreto que identifique um disléxico. "O aluno não pode ter sofrido nenhuma lesão, deve ser inteligente e não apresentar crises psicológicas", diz Maria Ângela. "Pois qualquer outro tipo de problema pode interferir no aprendizado e não podemos identificar o aluno como disléxico."

O mito da matemática

Há quem diga que os disléxicos possuem um raciocínio além do comum e são gênios da matemática. Segundo os especialistas, no entanto, isso não passa de um mito - talvez associado a um dos disléxicos mais famosos - Albert Einstein, o pai da Teoria da Relatividade. A explicação mais válida para esse tipo de associação está na discrepância entre as notas de português e as de matemática - ainda quando o disléxico está nos primeiros anos escolares. "Eles tiram notas boas em matemática assim como os outros alunos podem também tirar", diz o neurologista Luiz Celso Vilanova, chefe do setor de neurologia infantil da Escola Paulista de Medicina. "O problema é que há uma diferença grande entre as notas de português ou geografia, matéria em que eles precisam ler e escrever, e as notas de matemática, que são só cálculo."

Prova disso é que quando os testes de matemática apresentam qualquer tipo de texto, principalmente, enunciado de problemas, o aluno disléxico não vai saber como fazer, porque não entende a questão. "Pode até existir algum gênio entre eles", diz o neurologista Abram Topczewski, do Hospital Albert Einstein. "Mas isso não tem nada a ver com o fato de ele ser disléxico."

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