Os mitos que rondam a procura por emprego
Confira quais os mitos que podem atrasar a conquista da oportunidade certa no mercado, segundo o especialista em recrutamento Robert Wong
Camila Pati
Publicado em 21 de junho de 2013 às 06h00.
São Paulo – A possibilidade de mudança de emprego é considerada por 76,7% dos 7,5 mil profissionais participantes de recente pesquisa “Guia Salarial 2013” realizada pela consultoria Hays, em parceria com o Insper. Destes, 28,1% já estão ativamente em busca de uma nova oportunidade no mercado de trabalho e mais da metade - 51,3% - ainda não encontrou a posição certa.
De acordo com Robert Wong, especialista em recrutamento, sócio e presidente da Robert Wong Consultoria Executiva, há muitos mitos em relação à busca por emprego que atrapalham a preparação e a trajetória dos profissionais até a oportunidade desejada. Confira os mitos que rondam o tema e que, segundo ele, muita gente acredita e não deveria:
1Quanto mais currículos enviar melhor
A lógica de quem pensa assim é a de que quanto maior o número de destinatários maiores as chances de conseguir a atenção e indicação de alguém para uma oportunidade profissional , certo? Errado, diz Wong.
“É preciso ser seletivo no envio de currículos”, diz. E o especialista se refere às pessoas e também às oportunidades para as quais o profissional se candidata. É melhor enviar o documento para 5 pessoas que você sabe que estão dispostas a ajudar do que disparar aleatoriamente uma mensagem com seu currículo para um sem número de pessoas que você nunca viu na vida, mas encontrou o email no site da empresa.
A mesma coisa em relação ás oportunidades de seu interesse. “A pessoa tem que encontrar um emprego que esteja alinhado com seu talento, com seus valores e que permita trabalhar com chefes e pares compatíveis com sua personalidade”, diz.
2Um currículo impecável garante a oportunidade
“Ninguém consegue emprego baseado em currículo”, diz Wong. O que ele quer dizer é que o currículo por si só não é a certeza de vestir o crachá da empresa. “Nunca vai acontecer que um recrutador pegar um currículo, gostar, e ligar e contratar”, diz.
Ele explica que o currículo tem que ser encarado como uma peça de marketing e não como uma peça de venda. “O currículo abre portas, desperta o interesse, mas é um meio para conseguir e não um fim”, diz.
Acreditando neste mito, muita gente pode cair na armadilha de “florear” o currículo, omitir dados e criar outros com o objetivo de seduzir o recrutador. Mas, as chances de mentiras serem descobertas na entrevista e o profissional sair “queimado” são enormes. “A gente sabe quando a pessoa está mentindo, a linguagem corporal denuncia”, diz Wong.
3Competência técnica é menos importante do que o “QI” (quem indica)
É difícil um profissional que nunca tenha ouvido falar em “QI”. Mas não a sigla relacionada ao quociente de inteligência, e sim, à expressão “Quem indica”. De acordo com a consultoria Deloitte, seis em cada dez empresas no Brasil utilizam a indicação de funcionários na hora de contratar.
Sim, conhecer pessoas dentro da empresa facilita o acesso à oportunidade, mas não mantém um profissional tecnicamente incompetente empregado. “Muita gente acha que é mais importante ter o QI, mas meu parecer é de que há dois fatores importantes relacionados, é a combinação da competência técnica e do relacionamento interpessoal”, explica. Ou seja é o cruzamento do know how ( técnica) e do know who ( quem você conhece) que vai fazer a diferença, segundo Wong.
Não adianta muito ser brilhante tecnicamente, mas não saber se relacionar com pares, não investir em networking. Por outro lado, ser um ótimo “relações públicas” e cometer falhas técnicas graves não vai leva-lo a uma ascensão profissional sustentável.
4Ter sido demitido é vergonhoso e deve ser omitido na entrevista
Não, não é, diz Wong. “Hoje em dia isso é algo tão comum tendo em vista a preocupação das empresas em reduzir custos que, se a pessoa não estava envolvida em falcatrua, não é motivo de vergonha”, explica. A honestidade é o melhor caminho e explicar o que aprendeu com a demissão faz com que o profissional ganhe pontos com o recrutador. “Isso é rico, a experiência é valorizada”, diz Wong.
5Com um passado “brilhante” a oportunidade está ganha
As pessoas creem que suas realizações vão garantir a colocação mas não é bem isso, de acordo com Wong. “A empresa quer contratar pelo presente e pelo futuro, não pelo passado”, defende o especialista.
Por isso, a preparação para uma entrevista é essencial. Saber no que suas competências técnicas e comportamentais podem vir a agregar em termos de valor à companhia é um diferencial para os candidatos.
São Paulo – A possibilidade de mudança de emprego é considerada por 76,7% dos 7,5 mil profissionais participantes de recente pesquisa “Guia Salarial 2013” realizada pela consultoria Hays, em parceria com o Insper. Destes, 28,1% já estão ativamente em busca de uma nova oportunidade no mercado de trabalho e mais da metade - 51,3% - ainda não encontrou a posição certa.
De acordo com Robert Wong, especialista em recrutamento, sócio e presidente da Robert Wong Consultoria Executiva, há muitos mitos em relação à busca por emprego que atrapalham a preparação e a trajetória dos profissionais até a oportunidade desejada. Confira os mitos que rondam o tema e que, segundo ele, muita gente acredita e não deveria:
1Quanto mais currículos enviar melhor
A lógica de quem pensa assim é a de que quanto maior o número de destinatários maiores as chances de conseguir a atenção e indicação de alguém para uma oportunidade profissional , certo? Errado, diz Wong.
“É preciso ser seletivo no envio de currículos”, diz. E o especialista se refere às pessoas e também às oportunidades para as quais o profissional se candidata. É melhor enviar o documento para 5 pessoas que você sabe que estão dispostas a ajudar do que disparar aleatoriamente uma mensagem com seu currículo para um sem número de pessoas que você nunca viu na vida, mas encontrou o email no site da empresa.
A mesma coisa em relação ás oportunidades de seu interesse. “A pessoa tem que encontrar um emprego que esteja alinhado com seu talento, com seus valores e que permita trabalhar com chefes e pares compatíveis com sua personalidade”, diz.
2Um currículo impecável garante a oportunidade
“Ninguém consegue emprego baseado em currículo”, diz Wong. O que ele quer dizer é que o currículo por si só não é a certeza de vestir o crachá da empresa. “Nunca vai acontecer que um recrutador pegar um currículo, gostar, e ligar e contratar”, diz.
Ele explica que o currículo tem que ser encarado como uma peça de marketing e não como uma peça de venda. “O currículo abre portas, desperta o interesse, mas é um meio para conseguir e não um fim”, diz.
Acreditando neste mito, muita gente pode cair na armadilha de “florear” o currículo, omitir dados e criar outros com o objetivo de seduzir o recrutador. Mas, as chances de mentiras serem descobertas na entrevista e o profissional sair “queimado” são enormes. “A gente sabe quando a pessoa está mentindo, a linguagem corporal denuncia”, diz Wong.
3Competência técnica é menos importante do que o “QI” (quem indica)
É difícil um profissional que nunca tenha ouvido falar em “QI”. Mas não a sigla relacionada ao quociente de inteligência, e sim, à expressão “Quem indica”. De acordo com a consultoria Deloitte, seis em cada dez empresas no Brasil utilizam a indicação de funcionários na hora de contratar.
Sim, conhecer pessoas dentro da empresa facilita o acesso à oportunidade, mas não mantém um profissional tecnicamente incompetente empregado. “Muita gente acha que é mais importante ter o QI, mas meu parecer é de que há dois fatores importantes relacionados, é a combinação da competência técnica e do relacionamento interpessoal”, explica. Ou seja é o cruzamento do know how ( técnica) e do know who ( quem você conhece) que vai fazer a diferença, segundo Wong.
Não adianta muito ser brilhante tecnicamente, mas não saber se relacionar com pares, não investir em networking. Por outro lado, ser um ótimo “relações públicas” e cometer falhas técnicas graves não vai leva-lo a uma ascensão profissional sustentável.
4Ter sido demitido é vergonhoso e deve ser omitido na entrevista
Não, não é, diz Wong. “Hoje em dia isso é algo tão comum tendo em vista a preocupação das empresas em reduzir custos que, se a pessoa não estava envolvida em falcatrua, não é motivo de vergonha”, explica. A honestidade é o melhor caminho e explicar o que aprendeu com a demissão faz com que o profissional ganhe pontos com o recrutador. “Isso é rico, a experiência é valorizada”, diz Wong.
5Com um passado “brilhante” a oportunidade está ganha
As pessoas creem que suas realizações vão garantir a colocação mas não é bem isso, de acordo com Wong. “A empresa quer contratar pelo presente e pelo futuro, não pelo passado”, defende o especialista.
Por isso, a preparação para uma entrevista é essencial. Saber no que suas competências técnicas e comportamentais podem vir a agregar em termos de valor à companhia é um diferencial para os candidatos.