Os erros de português em texto sobre as manifestações
Professor Diogo Arrais, do Damásio Educacional, analisa trecho de texto que trata das manifestações
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2016 às 13h47.
* Escrito por Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa do Damásio Educacional
Com a intensidade política dos últimos meses, vê-se muito conteúdo na internet. No entanto, poucos são os textos coerentes, desfeitos de ambiguidade, revisados e em acordo às regras gramaticais. Analisemos o trecho abaixo (que me foi enviado):
“No último final de semana, teve políticos e não-políticos nas ruas. Teve gente até na Costa do Sauípe.”
É desnecessário o uso de “final de semana” em referência ao tempo decorrido entre a noite de sexta-feira e a manhã de segunda, aproveitado para o descanso e o lazer. A expressão adequada é “fim de semana” – com a correspondência ao inglês “weekend”.
Ademais, vale registrar que “fim de semana”, antes hifenizado, perde o sinalzinho por critério do Novo Acordo Ortográfico. É também registrado pela Academia Brasileira de Letras que, de agora em diante, quando não- e quase- forem prefixos e formarem um vocábulo, o hífen deixa de existir.
Com a crítica sangrenta às mãos, muita gente ainda se esquece de que o verbo “ter” não deve ser utilizado para a relação de existência. Ter não é acontecer, ocorrer; para isso, existe – por exemplo - o invariável verbo “haver” nesse sentido.
Caro leitor, a reforma ortográfica não extinguiu o acento gráfico apenas de paroxítonos, como “ideia, estreia, voo, enjoo, creem, leem”. Hiatos (formados por i/u) precedidos de ditongo decrescente – por questões de uso popular – perderam o acento agudo. Como ilustração, “feiura, bocaiuva, Sauipe” são agora assim grafados.
Por fim, penso que a credibilidade da informação inicia-se no respeito às questões gramaticais:
“No último fim de semana, houve políticos e não políticos nas ruas. Houve gente até na Costa do Sauipe.”
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Instagram!
Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa – Damásio Educacional
Autor Gramatical pela Editora Saraiva
* Escrito por Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa do Damásio Educacional
Com a intensidade política dos últimos meses, vê-se muito conteúdo na internet. No entanto, poucos são os textos coerentes, desfeitos de ambiguidade, revisados e em acordo às regras gramaticais. Analisemos o trecho abaixo (que me foi enviado):
“No último final de semana, teve políticos e não-políticos nas ruas. Teve gente até na Costa do Sauípe.”
É desnecessário o uso de “final de semana” em referência ao tempo decorrido entre a noite de sexta-feira e a manhã de segunda, aproveitado para o descanso e o lazer. A expressão adequada é “fim de semana” – com a correspondência ao inglês “weekend”.
Ademais, vale registrar que “fim de semana”, antes hifenizado, perde o sinalzinho por critério do Novo Acordo Ortográfico. É também registrado pela Academia Brasileira de Letras que, de agora em diante, quando não- e quase- forem prefixos e formarem um vocábulo, o hífen deixa de existir.
Com a crítica sangrenta às mãos, muita gente ainda se esquece de que o verbo “ter” não deve ser utilizado para a relação de existência. Ter não é acontecer, ocorrer; para isso, existe – por exemplo - o invariável verbo “haver” nesse sentido.
Caro leitor, a reforma ortográfica não extinguiu o acento gráfico apenas de paroxítonos, como “ideia, estreia, voo, enjoo, creem, leem”. Hiatos (formados por i/u) precedidos de ditongo decrescente – por questões de uso popular – perderam o acento agudo. Como ilustração, “feiura, bocaiuva, Sauipe” são agora assim grafados.
Por fim, penso que a credibilidade da informação inicia-se no respeito às questões gramaticais:
“No último fim de semana, houve políticos e não políticos nas ruas. Houve gente até na Costa do Sauipe.”
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Instagram!