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O que se pode e o que se deve no trabalho

Da próxima vez que estiver diante de uma decisão de fazer ou não fazer algo, questione-se: você age com autonomia?

sessão de coaching (Getty Images)

sessão de coaching (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2014 às 13h04.

São Paulo - A autonomia é um dos comportamentos que as empresas mais desejam em seus funcionários. Por definição, autonomia é a condição de escrever as próprias normas (auto = próprio, nomos = norma, lei, gestão). Isso não significa que você vai fazer só o que quer.

Significa fazer o que os outros esperam de você, mas não por medo de algum castigo ou pela expectativa de algum prêmio, e sim porque você entendeu a natureza do pedido e decidiu atender.

Nesse caso, você aceita a demanda porque a entendeu e a considerou correta. Quem obedece cegamente, sem se preocupar com a qualidade da norma ou do pedido, é chamado heterônomo (hetero = diferente, o outro). Estes não decidem, só obedecem.

Autonomia no trabalho corresponde a tomar atitudes e antecipar-se aos problemas. Um profissional autônomo não fica esperando ordens, não se limita à sua função específica nem se dedica a encontrar culpados. Simplesmente faz, motivado pelo sentido do dever. Ele decide o que deve ou não fazer, depois de interpretar a situação com que está lidando e, importante, assume a responsabilidade por sua decisão.

O psicólogo Lawrence Kohl­berg identificou seis fases de amadurecimento entre a pessoa que é um mero repetidor de ordens e aquele que não espera ser mandado, que se posiciona como protagonista das pequenas histórias que compõem uma vida, e não como um mero repetidor de comandos que responde aos comandos de fios manipulados pela mão invisível do condicionamento.

As fases de Kohlberg são:

1 Medo da punição.

2 Expectativa de recompensa.

3 Expectativa de reconhecimento.

4 Cumprimento do dever.

5 Respeito ao contrato social.

6 Princípios universais da moralidade. 

No último estágio, no qual estão as pessoas verdadeiramente autônomas, o que se busca evitar é a autopunição, e a maior recompensa é o sentimento pessoal de ter feito o que era certo fazer.

É claro que autonomia requer maturidade, o que não necessariamente tem a ver com idade. Tem a ver com consciência, com capacidade de análise crítica. As regras institucionais têm uma razão para existir, portanto devem ser obedecidas, mas o melhor é quando as compreendemos e as aceitamos.

Esse é o espírito do autônomo, aquele que se orienta mais pelo que deve fazer do que pelo que pode fazer. Felizmente essas duas condições costumam vir juntas. Pelo menos nas boas empresas para trabalhar.

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