O que o recrutador avalia na entrevista de emprego sem você saber
A forma e o conteúdo das suas respostas dizem mais do que você imagina em uma entrevista de emprego. Entenda
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 15h00.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2018 às 15h00.
Em uma entrevista de emprego , o que se fala e como se fala importam ainda mais do que parece. Isso porque até as perguntas mais simples têm objetivos implícitos de conhecer melhor alguns aspectos do perfil profissional do candidato. Afinal, que tipo de informação dá para captar com suas respostas? E o que o recrutador avalia sem você saber?
Sabendo mais acerca do processo de avaliação em uma entrevista, você consegue se preparar melhor para as próximas. Por isso, o Na Prática conversou sobre o assunto com Leonardo Gomes, coordenador de seleção e responsável pelo recrutamento do programa Líderes Estudar, da Fundação Estudar.
O Líderes Estudar, ou antigo Programa de Bolsas da Fundação Estudar, oferece mentoria, orientação de carreira , acesso a uma rede de mais de 600 líderes de diversas áreas de atuação, além da bolsa de estudo. As inscrições para a edição 2018 estão abertas até 26/03.
#1 Grau de autoconhecimento (e capacidade de autorreflexão)
A partir das respostas a perguntas do tipo “Qual seu animal favorito?” ou “Quem você admira?”, o recrutador procura entender o grau de autoconhecimento do candidato. De acordo com Leonardo, “em geral, o que vai ser interpretado é que ele valoriza as características [do que mencionou]. Pode ser o que ele tem ou não tem. Se ele valoriza, então o que faz para ter aquelas habilidades?”
E com aquelas questões do tipo “Qual seu sonho?”, “Onde quer estar em X anos?”, o entrevistador percebe “se tem coerência entre o que o candidato espera dos próximos passos de carreira, sua ambição e o que já fez”, diz Leonardo.
“Muitas vezes o que está se avaliando nas perguntas relacionadas a erro, fracasso e defeito, é o que ele aprendeu e como aplica o aprendizado. Muito mais do que se o erro é grave ou não”.
Por isso, é interessante procurar refletir anteriormente sobre algumas situações importantes da sua carreira – o que foi resultado, erro, aprendizado e aplicação.
#2 Valorização das conquistas
Quando perguntam sobre ações passadas e o impacto delas, os entrevistadores também procuram analisar questões ligadas à autopercepção. “Comparamos quanto que o candidato atribui de valor às suas conquistas e habilidades com a percepção de outras pessoas”.
Como os recrutadores, geralmente, têm alguma experiência com o tipo de perfil, vaga, faixa etária ou expertise, é fácil saber o que é ou não relevante dentre as conquistas apresentadas. Por isso, quem tentar “inflar” ou supervalorizar seu desafio ou as próprias entregas é facilmente identificado.
#3 Curiosidade intelectual
Curiosidade intelectual é um aspecto interessante a ser analisado nas diferentes fases da carreira, segundo Leonardo. As questões sobre atividades intelectuais – como “Qual o último livro que você leu?” – servem para que o recrutador avalie o nível de interesse pela busca por conhecimento.
Leonardo explica que o recrutador espera entender “como o candidato busca informação, digere e com que frequência faz isso, além de perceber a capacidade do candidato de aprender coisas novas”.
O entrevistador também busca saber se o candidato é capaz de se aprofundar na conversa sobre alguma área do conhecimento pela qual tenha apresentado interesse. Mas, aqui, ainda vale a dica: fale com honestidade. De acordo com Leonardo, “um bom entrevistador vai explorar até descobrir que o candidato não está embasado”.
#4 Nível de resiliência
É muito importante para o recrutador entender como o candidato lidaria com as possíveis situações adversas trabalhando na empresa. “Quais são suasreações emocionais em relação às situações-problema, estresse, pressão, imprevistos”, esclarece Leonardo.Para isso servem as perguntas sobre conflitos do seu passado.
“O tempo de reação e maturidade ao lidar com situações adversas e estressantes ” também são avaliados. Por último, se e como o candidato evolui de um conflito para resultados e melhorias pessoais e profissionais.
* Este artigo foi originalmente publicado peloNa Prática, portal da Fundação Estudar