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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h31.
Desde que chegou aos Estados Unidos, Meirelles foi convidado a fazer parte dos conselhos de administração de várias empresas e instituições. A Sloan School of Management, a escola de negócios do MIT, e o New York City Investment Fund, um fundo que investe em pequenas empresas na cidade de Nova York, são dois deles. Entre as empresas, estiveram a BestFoods, dona da Refinações de Milho Brasil, e a indústria de papel Champion. Por coincidência, as duas sofreram ataques hostis de compradores indesejáveis enquanto Meirelles sentava-se em seu conselho. Azar das empresas, que acabaram compradas. Ótimo para Meirelles. Durante o período de negociação, Meirelles pôde conviver com pesos-pesados da economia americana. No caso da BestFoods, seus colegas eram caciques como o então chairman da empresa, Charles Shoemate, e o ex-banqueiro Leo Higdon, presidente do Babson College. Na Champion não foi diferente. As decisões do conselho da Champion eram tomadas em reuniões numa mansão da década de 20, a 1 hora e meia de Nova York. O encontro de trabalho era precedido de um jantar na noite anterior. À mesa, na companhia de Meirelles, estava, por exemplo, Larry Bossidy, CEO da AlliedSignal.
Da convivência com os profissionais de peso da gestão norte-americana, Meirelles tirou algumas lições. "Eles são capazes de posições duras, de movimentos rápidos, falam de maneira direta, clara, mas exercem um senso de justiça e ética muito apurado", diz. "As regras do jogo são bem definidas, mas dentro delas o jogo é muito duro." Não há espaço, diz Meirelles, para timidez ou falta de autoconfiança. Nos quase 27 anos de convivência no BankBoston, ele se acostumou com a cultura americana de fazer negócios. "Gosto de ser direto, ouvir muito, responder com precisão e tomar decisões em tempo hábil."