Executivos brasileiros têm maior bônus do mundo
Remuneração fixa dos profissionais em cargos de gestão no Brasil deve crescer 5,5% em 2010, segundo pesquisa
Talita Abrantes
Publicado em 17 de junho de 2010 às 15h41.
São Paulo - O salário variável dos executivos brasileiros, proporcional à remuneração fixa, foi o maior do mundo em 2009, de acordo com pesquisa elaborada pelo Hay Group.
No ano passado, os incentivos de curto prazo pagos para profissionais em cargos de chefia no Brasil representaram 42% do salário. Esse valor refere-se aos bônus pagos durante o ano mais a participação em lucro e resultados (PLR).
Nesse quesito, o Brasil está à frente de outros sete países analisados pela pesquisa. Na Alemanha, os executivos recebem o equivalente a 40% de seus salários em bônus, enquanto na China o percentual é de 39 %. Os profissionais dos Estados Unidos e Índia vêm em seguida com 30%. Na França, a remuneração variável para esses cargos é de 29%.
"O barateamento do custo da remuneração é o principal fator para isso", afirma Olavo Chiaradia, gerente da área de Serviços e Informações de Remuneração e Benefícios do Hay Group Brasil.
Segundo ele, desde 1995, quando entraram em vigor as isenções tributárias sobre as remunerações via PLR, as empresas brasileiras começaram a focar nos incentivos de curto prazo. "Hoje o salário base é mais conservador", diz.
O desenvolvimento da economia nacional, nos últimos anos, também contribui para o cenário. "Numa perspectiva de entrada de capital estrangeiro e crescimento do PIB,as empresas precisam ter um programa de metas atraente", afirma o especialista.
Segundo a pesquisa, os setores de varejo e telecomunicações foram os que mais investiram em bonificação variável em 2009.
A perspectiva é de que, em 2010, a remuneração variável tenha um crescimento de 8% com relação ao ano passado. Os salários fixos, de acordo com a projeção, devem ter reajuste de 5,5%.
Na China, os salários devem crescer até 7% nos próximos doze meses. Na Índia, 10,6%; Estados Unidos, 2,5%; França, 2,2%; Inglaterra, 2% e Alemanha, 1,8%.
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