Evento da INFO debate os desafios do Big Data no mercado brasileiro
CIOs e profissionais de TI
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2015 às 16h14.
A falta de profissionais capacitados, de regulamentação para uso de dados e de políticas corporativas são alguns dos pontos que mais afetam a adoção de ferramentas de big data por empresas brasileiras. Esses foram alguns dos pontos levantados hoje (25/03) durante o Encontros INFO, evento realizado pela revista INFO que reuniu mais de 100 CIOs e profissionais de TI.
Durante um café da manhã, os convidados assistiram e participaram do debate Big Data - Análises de dados. O melhor caminho para tomar decisões que vão gerar bons resultados e inovação. A mesa-redonda teve a participação de Pietro Delai, gerente de pesquisa e consultoria enterprise Brasil do IDC; Mauro Negrete, diretor executivo de operações e tecnologia da Cetip; Marcio Alfonso, diretor de engenharia da Ford; e Augusto Stracieri, gerente da plataforma multicanal do Banco Itaú.
A conversa começou com alguns cases do uso de big data. Hoje, coletamos uma série de dados em nossos testes para estudar a experiência dos usuários no carro. Usamos sensores e equipamentos como eye-trackers para refinar o produto, afirmou Alfonso, da Ford. Os rastreadores de visão indicam os locais que chamam a atenção do usuário. Juntos, esses equipamentos geram mais de 200 mil horas de simulação, coletadas apenas no Brasil, que serão analisadas para o desenvolvimento de novos produtos.
Outro caso apresentado foi o da Cetip, integradora do mercado financeiro que, entre outras coisas, é responsável por reunir e cadastrar todos os dados de veículos financiados no país. Uma das nossas áreas de atuação é desenvolver ferramentas de analytics para o mercado, disse Negrete. Podemos cruzar volume de financiamentos, que é um dado fechado dos bancos, com a venda de veículos total do país, um dado aberto do mercado, e descobrir a penetração do financiamento, afirmou. Esse tipo de ferramenta permite ao banco entender melhor o comportamento do consumidor ou estimar, por exemplo, quais veículos perdem valor de mercado mais rápido.
Apesar de estar crescendo no país, o big data ainda é usado mais de forma reativa, para evitar perdas, como no caso de detecção de fraudes bancárias, disse Pietro Delai, do IDC. Segundo ele, o próximo passo seria aproveitar essa capacidade de cruzar e analisar enormes quantidades de informação para criar projetos que não apenas cortem custos, mas aumentem a produtividade. Existe um grande potencial. O mercado de big data deve crescer 17% este ano no país, se comparado a apenas 5% do mercado de TI como um todo. Mas um dos principais desafios é a falta de mão-de-obra.
Segundo Delai, o mercado hoje poderia absorver mais do que os 30 000 profissionais formados por ano nas áreas de tecnologia. No caso do big data, uma área específica dentro de TI, o caso é mais grave. Temos que formar muitas das nossas equipes. Procuramos profissionais do mercado, mas, na maioria das vezes, esse treinamento acontece dentro da empresa, afirmou Augusto Stracieri, do Itaú.
Outro problema seria a carência de dados disponíveis no mercado e a ausência de uma regulamentação sobre o uso daqueles existentes. Por exemplo, nos Estado Unidos, é possível acessar dados públicos sobre compra e venda de imóveis, diz Negrete, da Cetip. Aqui, a referência de preços dos imóveis é baseada na oferta, e não na transação real. Não temos dados seguros, disse.
Negrete aponta ainda outro desafio do setor, dessa vez ligado à postura das empresas. Elas precisam dissociar o big data de seu negócio principal, ter uma estrutura própria, armazenar os históricos desses dados para que eles possam ser usados. É preciso uma mudança de mindset, completa Stracieri. Segundo o profissional do Itaú, as empresas precisam entender que os dados armazenados não resolverão apenas as dúvidas de hoje. Eles conseguem responder perguntas no futuro e diminuir os ciclos da área de negócios. Você pode gerar uma simulação de cenário em minutos, e não mais em dias ou meses.
Mas em meio a tantos dados, é fácil perder o foco. Encerrando a conversa, Pietro Delai, do IDC, diz que o principal para evitar este problema é sempre pensar na experiência de usuário. Você pode fidelizar um cliente ao dar a ele a melhor experiência em seu serviço ou produto. O Brasil produziu em 2013 300 hexabytes de dados. Mas Big Data não é medido por bytes..
A falta de profissionais capacitados, de regulamentação para uso de dados e de políticas corporativas são alguns dos pontos que mais afetam a adoção de ferramentas de big data por empresas brasileiras. Esses foram alguns dos pontos levantados hoje (25/03) durante o Encontros INFO, evento realizado pela revista INFO que reuniu mais de 100 CIOs e profissionais de TI.
Durante um café da manhã, os convidados assistiram e participaram do debate Big Data - Análises de dados. O melhor caminho para tomar decisões que vão gerar bons resultados e inovação. A mesa-redonda teve a participação de Pietro Delai, gerente de pesquisa e consultoria enterprise Brasil do IDC; Mauro Negrete, diretor executivo de operações e tecnologia da Cetip; Marcio Alfonso, diretor de engenharia da Ford; e Augusto Stracieri, gerente da plataforma multicanal do Banco Itaú.
A conversa começou com alguns cases do uso de big data. Hoje, coletamos uma série de dados em nossos testes para estudar a experiência dos usuários no carro. Usamos sensores e equipamentos como eye-trackers para refinar o produto, afirmou Alfonso, da Ford. Os rastreadores de visão indicam os locais que chamam a atenção do usuário. Juntos, esses equipamentos geram mais de 200 mil horas de simulação, coletadas apenas no Brasil, que serão analisadas para o desenvolvimento de novos produtos.
Outro caso apresentado foi o da Cetip, integradora do mercado financeiro que, entre outras coisas, é responsável por reunir e cadastrar todos os dados de veículos financiados no país. Uma das nossas áreas de atuação é desenvolver ferramentas de analytics para o mercado, disse Negrete. Podemos cruzar volume de financiamentos, que é um dado fechado dos bancos, com a venda de veículos total do país, um dado aberto do mercado, e descobrir a penetração do financiamento, afirmou. Esse tipo de ferramenta permite ao banco entender melhor o comportamento do consumidor ou estimar, por exemplo, quais veículos perdem valor de mercado mais rápido.
Apesar de estar crescendo no país, o big data ainda é usado mais de forma reativa, para evitar perdas, como no caso de detecção de fraudes bancárias, disse Pietro Delai, do IDC. Segundo ele, o próximo passo seria aproveitar essa capacidade de cruzar e analisar enormes quantidades de informação para criar projetos que não apenas cortem custos, mas aumentem a produtividade. Existe um grande potencial. O mercado de big data deve crescer 17% este ano no país, se comparado a apenas 5% do mercado de TI como um todo. Mas um dos principais desafios é a falta de mão-de-obra.
Segundo Delai, o mercado hoje poderia absorver mais do que os 30 000 profissionais formados por ano nas áreas de tecnologia. No caso do big data, uma área específica dentro de TI, o caso é mais grave. Temos que formar muitas das nossas equipes. Procuramos profissionais do mercado, mas, na maioria das vezes, esse treinamento acontece dentro da empresa, afirmou Augusto Stracieri, do Itaú.
Outro problema seria a carência de dados disponíveis no mercado e a ausência de uma regulamentação sobre o uso daqueles existentes. Por exemplo, nos Estado Unidos, é possível acessar dados públicos sobre compra e venda de imóveis, diz Negrete, da Cetip. Aqui, a referência de preços dos imóveis é baseada na oferta, e não na transação real. Não temos dados seguros, disse.
Negrete aponta ainda outro desafio do setor, dessa vez ligado à postura das empresas. Elas precisam dissociar o big data de seu negócio principal, ter uma estrutura própria, armazenar os históricos desses dados para que eles possam ser usados. É preciso uma mudança de mindset, completa Stracieri. Segundo o profissional do Itaú, as empresas precisam entender que os dados armazenados não resolverão apenas as dúvidas de hoje. Eles conseguem responder perguntas no futuro e diminuir os ciclos da área de negócios. Você pode gerar uma simulação de cenário em minutos, e não mais em dias ou meses.
Mas em meio a tantos dados, é fácil perder o foco. Encerrando a conversa, Pietro Delai, do IDC, diz que o principal para evitar este problema é sempre pensar na experiência de usuário. Você pode fidelizar um cliente ao dar a ele a melhor experiência em seu serviço ou produto. O Brasil produziu em 2013 300 hexabytes de dados. Mas Big Data não é medido por bytes..