"Enquanto presidente": você consegue achar o erro desta frase? Professor explica
Na coluna desta semana, o professor Diogo Arrais explica por que o uso de algumas expressões como "inclusive", "enquanto" e "vitória para cima" estão equivocadas
Redação Exame
Publicado em 4 de maio de 2023 às 11h43.
Por Diogo Arrais, professor de português (@diogoarrais)
É muito curioso notar como algumas expressões têm mais popularidade, em uma determinada época. Há aqueles que não vivem sem o uso de "inclusive", e seu uso exagerado prejudica muito o discurso.
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No dicionário Aulete, da Língua Portuguesa, encontram-se algumas definições para essa expressão adverbial:
1. Com inclusão de, de forma inclusiva: Preencha os seus dados, inclusive telefone.
2. Também: A revista tem inclusive artigos sobre saúde.
3. Até; até mesmo: Ele pode inclusive se desculpar, mas não muda nada.
Enquanto não deve ser usado para substituir "na função de"
Dentre os mais estranhos modismos, um está em usar "enquanto" no sentido de "na função de" ou "sob o aspecto de":
"Ele, enquanto presidente, deve assumir todos os riscos da Economia."
A palavra "enquanto" indica tempo simultâneo e exige correlação de tempo verbal. Vejamos o uso correto:
"A inflação cresceu enquanto a renda dos assalariados caiu."
Vitório para cima está correto?
Outra expressão que vem se destacando como viciosa é “vitória para cima”. No uso do substantivo “vitória”, conforme o dicionário Houaiss, basta haver a preposição “sobre” para se estabelecer a mensagem:
“O século XX testemunhou a vitória da vacina sobre inúmeras doenças.”
Um grande abraço e até a próxima,
DIOGO ARRAIS
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Professor de Língua Portuguesa