Jasmine Fernandez: “Na minha escola, as pessoas nem sabiam o que era preciso para se candidatar às universidades” (Reprodução)
Camila Pati
Publicado em 10 de novembro de 2016 às 19h00.
Última atualização em 13 de novembro de 2016 às 11h20.
São Paulo — Andando pela Avenida Paulista, Jasmine Fernandez se confunde bem com a multidão de brasileiros. Os cabelos longos, enrolados, e o sotaque quase perfeito não dão indícios de que a americana, que acabou de se formar em Harvard, está no Brasil “apenas” por um ano, enquanto desenvolve seu projeto de pesquisa no David Rockfeller Center for Latin American Studies, de Harvard.
Além do passaporte, porém, Jasmine não tem nada de ‘gringa’. Sua identificação com a comunidade latina é tão grande que, depois de alguns estágios no Brasil durante a graduação, ela decidiu ficar mais um pouco no país. Seu trabalho hoje é fortalecer parcerias entre professores e pesquisadores de Harvard e de universidades brasileiras. No longo prazo, seu sonho é entrar para a Escola de Medicina (que, nos Estados Unidos, é uma pós-graduação) e trabalhar com saúde de crianças e minorias – uma paixão de infância.
Identidade Imigrante
Jasmine nasceu em Los Angeles, filha de um mexicano e de uma salvadorenha. Por toda a sua vida, estudou em escolas públicas e viu muitos dos seus colegas abandonarem o colégio antes de concluírem o Ensino Médio. “Na minha escola, as pessoas nem sabiam o que era preciso para se candidatar às universidades”. O ambiente adverso fez com que a aprovação em Harvard – feito incomum até para estudantes das melhores escolas particulares – se tornasse ainda mais impressionante.
O segredo da aprovação? Paixão. “Tem que ser apaixonado por alguma coisa”, afirma ela, que desde muito jovem se interessou pela área da saúde. “Não há uma receita de bolo porque eles buscam justamente formar uma turma diversa. Mas eles gostam de ver que você está sendo vulnerável, genuíno”, completa.
Nos vídeos abaixo, a mexico-americana (e quase brasileira) fala sobre a sua trajetória, como se preparou para a candidatura e como foi a sua experiência em Harvard – onde se envolveu com diversos grupos de minorias, estudantes de Primeira Geração ou defesas dos direitos das mulheres. “Nos Estados Unidos, a maioria das pessoas que vão para universidades são brancos e ricos. Muitas vezes não há suporte para os estudantes diversos, que são minorias… Mesmo Harvard, apesar de ser diverso em relação às outras universidades, não era diverso”.
Além disso, na próxima semana, ela também compartilhará com o Estudar Fora a sua preparação para a concorrida Medical School e dará mais detalhes sobre a sua pesquisa no Brasil.
Confira: