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E agora, engenheiros, seguir na área ou migrar?

Crise afeta em cheio áreas tradicionais da engenharia. Quais os caminhos para os profissionais?

Engenheiros: muitos estudantes já ampliam o olhar para outras áreas (VOCÊ S.A.)
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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2016 às 17h31.

São Paulo - Tempos atrás, a economia brasileira estava aquecida e setores tidos como tradicionais de engenharia - construção, energia, petróleo e gás - possuíam grande demanda de profissionais e altas remunerações .

Mais recentemente, com a retração econômica e os escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras e grandes construtoras, os investimentos caíram, o mercado se desvalorizou e o número de projetos diminuiu.

Após dez anos de crescimento, estas áreas ‘tradicionais’ da engenharia foram justamente as que mais sofreram com a crise. Segundo o gerente da coordenação de serviços e comércio do IBGE , Roberto Saldanha, esses setores foram afetados por muitos cortes de investimento, fato que resulta em menos contratações, sobretudo, na área de projetos.

Diego Barbosa, consultor de recrutamento da Kelly Brasil, afirma que algumas áreas estão retomando o crescimento aos poucos. “Temos mercados que estão aquecendo devido à alta do dólar, a exemplo do de engenharia química com foco em produção para o agronegócio”, explica.

Entre as estratégias para as empresas que estão cortando gastos e reduzindo custos, está a de aprimoramento dos setores de produção. Nesse caso surgem oportunidades para profissionais especializados em otimizações de processos.

Para Isis Borges, gerente de divisão da Robert Half, esse perfil de colaborador contribui para amenizar prejuízos com processos internos. “Dentro da área de engenharia vemos oportunidade para quem consegue trabalhar em metodologias e ferramentas para reduzir custos. Também existe demanda para quem coordena vendas técnicas, logística, planejamento e melhoria continuada”, diz.

As saídas para quem já está no mercado

Aceitar remunerações mais baixas ou buscar aprimoramento técnico são algumas das saídas apontadas pela gerente da Robert Half para engenheiros que querem seguir na área.

“Se o engenheiro gostar da área que atua recomenda-se que avalie aceitar uma remuneração mais baixa do que ele já havia alcançado como um recomeço para se recolocar”, aponta.

Diego Barbosa reforça a ideia de que, no momento atual, engenheiros devem buscar atualização. “Existem mercados que precisam ser alimentados com profissionais especializados”, diz. Barbosa também destaca que flexibilidade, domínio sobre outros idiomas e abertura cultural são habilidades importantes para se destacar.

E quem está começando a carreira?

No início de março a Escola Politécnicada Universidade de São Paulo ( USP ) recebeu 807 calouros em 16 cursos de engenharia, números que, segundo o presidente da comissão de graduação, Francisco Cardoso, representam a necessidade que o mercado ainda possui por esses profissionais. “Independentemente da crise, produtos que são resultado da engenharia precisam ser construídos. Olhando em um recorte de tempo maior, com a mudança do perfil da família, envelhecimento da população e outros fatores, teremos sim demanda em áreas como a da construção civil nos próximos anos”, afirma.

Apesar da afirmação de Cardoso, muitos estudantes já ampliam o olhar para outras áreas do mercado de trabalho. O estudante de engenharia civil, Gabriel Ribeiro é um deles e sentiu durante o estágio a redução de investimentos afetando as contratações no mercado de engenharia: “o escritório em que comecei a trabalhar tinha mais de 60 pessoas e em pouco tempo passou para próximo de 30”.

Quando demitido, assim como alguns colegas de curso, Gabriel procurou emprego em outras áreas. “Acabei ganhando uma oportunidade para trabalhar em um banco. Agora considero fazer uma pós-graduação em administração ou em finanças para continuar no setor bancário”, diz.

São Paulo - Graças à internet , você não precisa sair de casa - nem desembolsar um centavo - para ter aulas com alguns dos melhores professores do planeta. Para os engenheiros , a oferta é generosa: instituições de peso na área, como MIT e Stanford , mantêm sites dedicados exclusivamente à divulgação de aulas gratuitas.  Nesta galeria, reunimos cursos online sobre assuntos tão diversos quanto eletricidade, computação, mecânica e gestão de projetos. A lista inclui um MBA em engenharia e inovação ministrado por professores da USP (Universidade de São Paulo) e UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), em parceria com a plataforma Veduca. Conheça os cursos clicando nas fotos.
  • 2. MBA em engenharia e inovação

    2 /13(Reprodução)

  • Veja também

    Em parceria com a USP (Universidade de São Paulo) e com a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), este é um curso de MBA online e gratuito oferecido pela plataforma Veduca. O conteúdo programático inclui temas como gestão da inovação, engenharia financeira e desenvolvimento de produtos e serviços. Início: ainda não divulgado
    Link para registrar interesse pelo curso no Veduca
  • 3. Introdução à engenharia mecânica

    3 /13(Reprodução)

  • O objetivo é mostrar ao aluno iniciante as ferramentas necessárias para resolver problemas de engenharia mecânica, com base em conceitos básicos de matemática e física. O foco está nas aplicações práticas e concretas. As aulas são ministradas pelo professor Wayne Whiteman, do Georgia Institute of Technology. Início: 15 de setembro de 2015
    Link para as aulas no Coursera
  • 4. Engenharia de sistema em movimento: a dinâmica do movimento tridimensional (3D)

    4 /13(Reprodução)

    O curso é um estudo avançado sobre a dinâmica de corpos rígidos em movimento 3D. A ideia é capacitar o aluno a aplicar conhecimentos de cinemática para construir sistemas e estruturas diversas. O responsável pelas aulas é o professor Wayne Whiteman, do Georgia Institute of Technology. Início: imediato
    Link para as aulas no Coursera
  • 5. Introdução à aerodinâmica

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    O objetivo é estudar o fluxo de ar em torno de um avião - embora os mesmos conceitos também sejam aplicáveis a outros corpos, como barcos e automóveis. Serão abordados conceitos básicos de aerodinâmica e modelos para projetar aparelhos subsônicos, transônicos e supersônicos. O professor é David Darmofal, do MIT (Massachusetts Institute of Technology). Início: 28 de setembro de 2015
    Link para as aulas no edX
  • 6. Princípios da engenharia de som e produção musical - Parte 1

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    Aqui, o conteúdo é para interessados em engenharia acústica. Os professores Robert Clark e Mark Bocko, da University of Rochester, ensinam os conceitos por trás da produção musical, como ondas de som, eletrônica básica e design de amplificadores. Início: imediato
    Link para as aulas no Coursera
  • 7. Princípios de circuitos elétricos

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    O foco do curso está na matemática básica para estudar circuitos, além de aplicações práticas da eletricidade. O aluno também tem contato com técnicas para analisar circuitos em qualquer escala e contendo qualquer elemento. Os professores são Wei Zhao, Yu Shen e outros, da Tsinghua University. Início: 7 de setembro de 2015
    Link para as aulas no edX
  • 8. Ciência computacional e engenharia I

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    Ministradas pelo professor Gilbert Strang, do MIT (Massachusetts Institute of Technology), as aulas apresentam métodos matemáticos úteis para engenheiros. O curso oferece uma revisão de álgebra linear, além de cobrir assuntos como equações diferenciais de equilíbrio e a série de Fourier. Início: imediato
    Link para as aulas no MIT Open Courseware
  • 9. Metodologia da programação

    9 /13(Reprodução)

    Ministrado por Mehran Sahami, da Stanford University, o curso serve como introdução à engenharia de software, com ênfase na linguagem Java. Decomposição, encapsulamento, abstração e outros princípios de computação compõem a programação do curso. Início: imediato
    Link para vídeos no YouTube
  • 10. Linguagem R

    10 /13(Reprodução)

    As aulas ensinam a usar a linguagem R para analisar dados. Os professores abordarão questões práticas da estatística na programação, como construção de funções, depuração e códigos em R. Os responsáveis são Roger Peng, Jeff Leek e Brian Caffo, da Johns Hopkins University. Início: 7 de setembro de 2015
    Link para as aulas no Coursera
  • 11. Gerenciamento do escopo de projetos

    11 /13(Reprodução)

    Oferecido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), o curso oferece uma visão abrangente da gestão de projetos - um mercado que atrai muitos engenheiros no Brasil. Os professores João Vieira de Araújo e Maria Barbosa da Costa enfatizam a importância de documentar e alinhar as expectativas de todos os envolvidos durante o processo. Início: imediato
    Link para aulas no site da FGV Online
  • 12. Engenharia econômica

    12 /13(Reprodução)

    O professor Erik Rego, da Escola Politécnica da USP, ensina métodos e conceitos básicos da engenharia econômica. As aulas abordam assuntos como matemática financeira e ferramentas para avaliar investimentos. Início: imediato
    Link para as aulas no Veduca
  • 13. Agora, veja quais são as empresas dos sonhos dos alunos de engenharia no Brasil

    13 /13(Getty Images)

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