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Dona de marca de luxo descobre que colegas homens ganhavam mais

Tamara Mellon, co-fundadora de marca de sapatos de luxo, descobriu que seu salário era menor do que o de colegas homens e a justificativa dada foi absurda

(vtmila/Thinkstock)

Camila Pati

Publicado em 11 de abril de 2017 às 15h00.

Última atualização em 11 de abril de 2017 às 15h00.

São Paulo –Co-fundadora e diretora de criação da luxuosa marca de sapatos Jimmy Choo, Tamara Mellon descobriu que ganhava menos do que os diretores homens na empresa que ela própria fundou, ao lado do designer de calçados Jimmy Choo. Mas, ao pedir a equiparação salarial recebeu não como resposta.

A revelação da empresária está em texto que ela escreveu para a revista Forbes, encorajando mulheres a negociarem mais os seus salário s. Antes de descobrir que a desigualdade salarial a vitimava dentro da empresa que criou, ela mesma nunca tinha, em 16 anos de empresária, negociado sua própria remuneração , nem procurado saber quanto os outros diretores ganhavam.

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Só descobriu que recebia menos do que seus colegas durante uma das negociações de venda da empresa para um fundo de private equity, segundo seu relato à revista Forbes. E foi naquele instante que Tamara percebeu que, pela primeira vez, seria necessário negociar o seu salário diante do conselho de administração da empresa.

Foram várias conversas depois disso, já que a resposta que ela recebeu logo na primeira tentativa de acordo deu a medida da importância da luta pela igualdade salarial: a equiparação do seu salário ao dos diretores homens foi negada.

“Disseram-me não e que as ações, da minha própria empresa e que eu tinha comprado com meu próprio dinheiro, eram parte do meu pacote de remuneração”, contou a empresária.

Ou seja, na “lógica” dos executivos do conselho de administração, as ações eram parte do seu salário, ainda que ela tivesse pago por elas. “Fui julgada, e até penalizada, por pedir aumento”, disse à Forbes.

Segundo ela, há um elefante na sala do feminismo: “trabalhe tão duro quanto homens e tenha o mesmo nível de entrega do que eles, mas não peça o que não querem dar”.

E esse é o principal motivador que levou Tamara à linha de frente do ativismo em relação às questões de gênero no trabalho.
No texto, ela ainda dá três conselhos às mulheres para negociar salário: seja dona da sua própria voz, saiba o seu valor e, por fim, negocie, de fato.

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