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Conheça em detalhes como secretários serão recrutados pelo governo Zema

Os secretários da Saúde e Mobilidade e Infraestrutura do governador eleito Romeu Zema serão escolhidos por meio de recrutamento profissional

Romeu Zema: o salário é uma questão delicada para a gestão de Minas Gerais (Reprodução/Facebook/Divulgação)

Luísa Granato

Publicado em 13 de novembro de 2018 às 11h04.

Última atualização em 13 de novembro de 2018 às 17h17.

São Paulo - Nesta segunda-feira, dia 12, o novo governo de Minas Gerais contratou a consultoria EXEC para fazer o recrutamento de profissionais para comandar duas secretarias do estado.

As vagas de secretários da Saúde e Mobilidade e Infraestrutura do governador eleito Romeu Zema , do Partido Novo, serão preenchidas por candidatos selecionados por recrutadores da consultoria. Os secretários de Educação e Impacto Social serão selecionados pela assessoria Agenda Brasil do Futuro.

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Essa foi uma das propostas de campanha de Zema, que quer trazer profissionais experientes do mundo corporativo para a gestão pública, fazendo indicações por critérios técnicos e não políticos. Segundo Mateus Simões, coordenador da equipe de transição de Minas Gerais, pelo menos essas quatro passarão pelo processo de recrutamento em primeiro momento.

Carlos Eduardo Altona, sócio da EXEC, conta com exclusividade para EXAME que a parceria foi firmada após conversas com o empresário João Amoêdo, candidato à Presidência pelo Novo.

Fundada em 2009, a consultoria é especializada em recrutamento de executivos para a iniciativa privada, mas tem experiência com o terceiro setor. Um time de oito pessoas ficará responsável pela seleção dos secretários.

O processo constituirá de três etapas típicas dos processos seletivos tradicionais: uma entrevista, um teste virtual para avaliar o estilo de liderança e um processo de investigação de carreira e referências. No final, será apresentada uma lista de candidatos e o governador fará a escolha final. O prazo final para a nomeação será no final de novembro.

Segundo Altona, eles vão priorizar a experiência com gestão nos profissionais. A procura será preferencialmente em Minas Gerais, mas pode se estender para São Paulo e Rio de Janeiro.

Eles buscam um perfil alinhado a cultura e valores do Partido Novo, com capacidade de adaptação a um novo ambiente de trabalho, resiliência e habilidade de relacionamento interpessoal. “Será avaliada a maturidade do profissional para entender o outro ritmo em que funciona a máquina pública. O ambiente é mais complexo e procuramos um perfil aberto e democrático”, explica Altona.

Um diferencial, no entanto, será a busca por uma motivação pessoal diferente nos candidatos. “Ter uma motivação pela causa social pode contribuir na contratação. Vamos buscar executivos que já receberam ou recebem mais do que um salário público pode oferecer. E para um cargo que terá desafios maiores”, fala ele.

O salário é uma questão delicada para a gestão de Minas Gerais, uma vez que uma das promessas de campanha de Zema, empresário e dono do Grupo Zema, era a ausência de salários para si mesmo e sua equipe até que as contas do estado estivessem equilibradas.

De acordo com Simões,os profissionais serão contratados no cargo de secretário que, em Minas Gerais, tem remuneração abaixo de outros estados. E a equipe do novo governo só receberá após os servidores públicos estiveram com sua remuneração em dia.

Sem entrar em detalhes, o sócio da EXEC adianta que estão avaliando pessoas que tenham condições financeiras para aceitar o desafio do cargo sem precisar depender da remuneração. Ele também afirmou que o serviço prestado pela consultoria não terá custo para o governo.

Em outros países onde o modelo já é aplicado, como Chile, Reino Unido e França, um dos benefícios observados é a maior transparência na contratação de servidores públicos de vários níveis hierárquicos.

“Não é nenhuma surpresa, internacionalmente, contratar executivos para funções públicas. No momento crítico que estamos, precisamos de bons gestores. Secretarias técnicas devem ser ocupadas por pessoas com conhecimentos técnicos”, defende o coordenador.

Para Altona, o primeiro ponto positivo do processo será a independência para selecionar os colaboradores de acordo com a capacidade técnica. “O segundo ponto será o conhecimento detalhado do perfil do profissional, que será avaliado em grau de profundidade maior. Em terceiro lugar, temos a chance de fazer uma busca mais ampla, que abre mais possibilidade para preencher os cargos”, fala ele.

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