Confira o erro mais grave de uso da vírgula e veja outros comuns
Que erro de vírgula deixa os professores de português de cabelo em pé? Confira
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2018 às 06h00.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2018 às 06h00.
O uso da vírgula em nossa Língua Portuguesa está diretamente ligada a questões sintáticas, referentes à organização da frase, da oração. Como afirma o estudioso Celso Pedro Luft: "Não vale consultar o ouvido: ouvido não entende de pontuação." A princípio, lembremo-nos de que - na relação Sujeito-Verbo-Complemento - não deve haver vírgula isolada. Vejamos:
"A imprensa solicitou, cópias da gravação."
(vírgula inadequada entre verbo e complemento)
"A imprensa, solicitou cópias da gravação."
(vírgula inadequada entre sujeito e verbo)
VÍRGULA E APOSTO
Vejamos agora estas duas sentenças:
a) O escritor brasileiro Machado de Assis nasceu em 1839.
b) O criador de Capitu, Machado de Assis, nasceu em 1839.
Por que as vírgulas apenas em " b "? Porque a informação entre esses sinais de pontuação é de ordem explicativa, a mais, uma informação adicional, intitulada gramaticalmente como aposto explicativo.
Pensemos assim também: em "b", a expressão Machado de Assis poderia ser retirada sem que houvesse alteração de sentido. Sintaticamente, as vírgulas expõem essa informação (já que o criador da personagem Capitu é apenas Machado).
Em " a ", a supressão de "Machado de Assis" causaria mudança brusca no enunciado, uma vez que o nome do escritor é responsável pela restrição, especificação do sujeito. Expressões assim - especificativas - recebem a nomenclatura de aposto especificativo; não são sinalizadas por vírgulas.
VÍRGULA E VOCATIVO
Vocativo, função sintática responsável pelo chamamento, convoca o virgular na estrutura escrita. Repare estes exemplos:
a ) Não é minha esposa?
b ) Não é, minha esposa?
Consegue entender a diferença entre eles, caro leitor? Em "a", há uma indagação sobre ser ou não ser a esposa de alguém; em "b", a "esposa" é chamada, invocada.
É isto: a vírgula (ou vírgulas) deve separar o vocativo, o chamamento:
"Pai, afasta de mim este cálice!"
"Afasta de mim, pai, este cálice!"
"Afasta de mim este cálice, pai!"
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!
Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa - CPJUR - portalcpjur.com.br
Autor Gramatical pela Editora Saraiva