O edital trouxe muitas novidades como novos perfis com direito à isenção da taxa de inscrição, novas reservas de vagas e novos conteúdos (Divulgação: andreswd/Getty Images)
Repórter
Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 11h50.
Última atualização em 11 de janeiro de 2024 às 11h55.
O edital do Concurso Nacional Unificado (CNU) foi publicado nesta quarta-feira,10, e traz novidades para a maior seleção de cargos público do Brasil. Organizado pela Fundação Cesgranrio, o “Enem dos Concursos” oferta neste ano 6.640 vagas de níveis médio, técnico e superior, com remuneração de até R$ 22 mil.
As provas objetivas serão aplicadas em maio em 220 cidades, com mais de 5.500 pontos de aplicação. O cronograma do CNU indica que as inscrições podem ser feitas exclusivamente na plataforma Gov.br, de 19 de janeiro até 9 de fevereiro de 2024. A taxa de inscrição foi fixada em R$ 60, para os cargos de nível médio, e R$ 90, para nível superior.
Esse é o primeiro concurso unificado na esfera federal, uma iniciativa do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos para centralizar os certames autorizados para diferentes órgãos e entidades federais. De acordo com o MGI, esse modelo agiliza a contratação de servidores após a perda de 73 mil servidores ao longo dos últimos 6 anos.
O edital trouxe muitas novidades, como a inclusão de pessoas que tenham sido bolsistas do Prouni ou que tenham tido financiamento do Fies no ensino superior entre as aptas para isenção de taxa, além dos inscritos no CadÚnico e doadores de medula óssea, o que já era de praxe.
Sobre a reserva de vagas, além dos 5% para Pessoas com Deficiência e 20% para pessoas negras, há também a reserva de 30% para indígenas para os cargos da FUNAI.
São oito editais no total na maior seleção da história do país, com previsão de convocação para posse de novos servidores já a partir do dia 5 de agosto de 2024. Mas, para chegar até lá, os candidatos precisarão passar por um formato totalmente novo de concurso.
Com a distribuição das vagas, cargos e órgãos em blocos temáticos, o candidato terá que escolher o bloco, os cargos, e ordenar a preferência entre cargos e entre especialidades. Segundo o professor do Gran e especialista em aprendizagem, Eduardo Cambuy, a escolha do cargo vai ser decisiva, por isso o aluno vai ter que entender e se apropriar de como fazer a escolha do seu cargo e sua especialidade.
Além disso, foram atribuídos pesos diferentes para cargos e especialidades dentro do mesmo bloco, ou seja, a mesma prova dentro de um bloco será sentida de formas diferentes conforme a escolha do candidato.
“O candidato vai ter que estar atento ao nível de preferências, porque isso impacta na convocação. Além disso, a atribuição de pesos diferentes também vai ser determinante. Em resumo, se você está em um cargo A e outra pessoa em um cargo B dentro do mesmo bloco, vocês vão fazer a mesma prova, mas a pessoa do cargo A vai ter um peso maior em umas matérias, já a pessoa do cargo B vai ter um peso maior em outras matérias. Tudo isso vai depender da escolha do cargo e da especialidade que o candidato fez lá no início.”
“Por isso não dá para escolher aleatoriamente ou só de acordo com a quantidade de vagas e concorrência. O candidato terá que fazer uma escolha minuciosa, avaliando os pesos, as matérias com as quais ele tem mais afinidade e tempo hábil para estudo”, diz o professor.
Há novidades também em relação aos conteúdos, segundo Cambuy, com destaque para as matérias que são tradicionais na parte de conhecimentos básicos dos concursos, como língua portuguesa, matemática e raciocínio lógico, informática e inglês, que não apareceram em muitos cargos. Houve também a inclusão de matérias não tão comuns nos concursos públicos, como realidade brasileira, políticas públicas, aspectos de diversidade e direitos humanos.
O professor traz um alerta para o bloco 8, que concentra as oportunidades de nível médio, com aproximadamente 10% das vagas, e chamou a atenção também para a aplicação de prova de títulos para diversos cargos, que vai valer no máximo até 10% da nota.
“Outro ponto importante é que não será permitido fazer a inscrição para mais de um bloco, mas será possível indicar a ordem de preferência dentro do bloco no ato da inscrição”, afirma Cambuy, que se refere a oportunidade do candidato concorrer dentro de um bloco a cargos de diferentes instituições.
O novo concurso veio acompanhado de uma outra novidade positiva para os candidatos, segundo o professor: o decreto do presidente da república que desconsidera o dispositivo que sobre limite do cadastro de reserva, que era de 25%, passando 100%, ou seja, o cadastro reserva pode ser de até o dobro do número de vagas indicadas nos editais, o que pode aumentar - e muito - as oportunidades.
A parte mais importante será a escolha do bloco, cargo e especialidade, segundo Cambuy, que recomenda que o candidato leia bem o edital, entenda bem a distribuição das especialidades, os pesos dos eixos e as matérias que estão contidas dentro dos eixos.
Como próximo passo, o professor sugere avaliar a quantidade de vagas, a remuneração e a concorrência para ajudar na decisão. Sobre o estudo, a prioridade deve ser as matérias tradicionais de todo o concurso.
“Partindo para o estudo, a dica é priorizar a parte básica geral, tem matérias que não são incomuns no meio do concurso público, como finanças, direito Constitucional, direito administrativo e outras, e aí o candidato pode estudar bem essa parte e depois refinar o estudo, priorizando os eixos de maior peso para o seu respectivo cargo.”
Para ver o edital, acesse a página do Concurso Nacional Unificado.