Como você ousa (não) ser um CEO?
Confira o mitos e benefícios da carreira corporativa e o impacto que a atuação de um CEO pode ter no mundo
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2015 às 14h00.
Durante os últimos quinze anos eu tenho trabalhado com os altos executivos das maiores empresas operando no Brasil. Planejamento estratégico, execução operacional, transformação cultural, desenvolvimento de lideranças, excelência em vendas e formação de times têm sido nossas principais agendas nessas organizações, e tivemos mais de 75 mil executivos e gerentes envolvidos de alguma forma com nossas ferramentas e nosso serviço de consultoria.
Diante disso, eu posso dizer: os altos cargos executivos nas grandes corporações são, de fato, charmosos e estimulantes para aqueles que têm vontade de desenvolver uma trajetória de carreira sólida rumo ao topo. Pessoalmente, eu tenho um tremendo respeito por esses homens e mulheres encarregados de dirigir milhares de pessoas, entregar bilhões de dólares em lucro e servir a milhões de consumidores. Eles realmente têm um impacto no mundo.
Ainda assim, de acordo com pesquisas recentes, os jovens da geração millennial (nascidos nos anos 1980 e 1990, também chamados de geração Y ) têm rejeitado ofertas de trabalho nestas grandes empresas para, no lugar disso, escolherem ser pequenos empreendedores ou colaborarem com companhias de pequeno e médio porte. Gerentes seniores estão deixando seus cargos e levando consigo uma larga fatia do conhecimento tático.
Essa é uma situação complicada.
Os tradicionais modelos de comando-controle, inspirados em estruturas militares, não são mais capazes de garantir alta produtividade e laços de longo prazo com os funcionários. Para milhões de pessoas, da Ásia aos Estados Unidos, empregos para a vida toda, em um mesmo lugar, deixaram de ser uma proposta de valor interessante.
Diante desse cenário, lendas urbanas sobre a vida corporativa em grandes empresas surgem a todo tempo e começam a se tornar a opinião generalizada.
Abaixo, compartilho o que considero cinco mitos sobre como é a vida profissional e pessoal de um CEO:
1. Alma a venda: O sucesso é medido pela quantidade de dinheiro que você tem.
2. Ausência de equilíbrio: A razão de viver é ser produtivo, influente e poderoso. Toda a atenção é completamente focada em objetivos corporativos e conquistas profissionais.
3. Vaidade: Os CEOs acreditam ter um toque especial, são seres iluminados e arrogantes.
4. Poder monárquico: Reis, rainhas, castelos… Você pode pensar que eles se foram com o fim das monarquias europeias, mas eles continuam entre nós vestindo ternos.
5. Coração de pedra: Enquanto as pessoas de bom coração se dão bem em áreas como educação e terceiro setor, as batalhas corporativas demandam uma postura fria e rígida.
Não ficou nada inspirado, certo? Então talvez eu deva contrapor esse raciocínio baseado em mitos com cinco argumentos reais sobre porque você deve se atrever a se tornar o CEO de uma grande empresa: poder de fazer o bem; networking com as as pessoas certas, no momento e lugar certos; oportunidade de liderar pessoas brilhantes; atuar no topo do conhecimento humano e da tecnologia; e, por fim, gerar um impacto profundo e duradouro no mundo.
No entanto, para ser honesto, também é necessário falar das principais razões que levam os CEOs a falharem e impedem que eles consigam obter esse impacto. São elas: desenvolver escotoma, ou seja, só enxergar o que quer; ter um bobo-da-corte; ter um elevador privativo; liderar as tropas sem conhecer bem o campo de batalha e os adversários; esquecer que um dia (quem sabe amanhã) outra pessoa assumirá esse posto.
Não importa qual seja a sua escolha, vale a pena lembrar que nada é permanente. No final, você será lembrado e julgado de acordo com o seu legado e o impacto que causou em outras pessoas. É humano desejar e trabalhar para aumentar o seu poder e o seu dinheiro. Mas é superior buscar melhorar o seu próprio equilíbrio. Isso é algo que todo CEO deveria saber.
*Daniel Augusto Motta é PhD em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP). Ele é fundador e CEO do BMI Brazilian Management Institute
Este artigo foi originalmente publicado no Na Prática, portal de carreira da Fundação Estudar
Durante os últimos quinze anos eu tenho trabalhado com os altos executivos das maiores empresas operando no Brasil. Planejamento estratégico, execução operacional, transformação cultural, desenvolvimento de lideranças, excelência em vendas e formação de times têm sido nossas principais agendas nessas organizações, e tivemos mais de 75 mil executivos e gerentes envolvidos de alguma forma com nossas ferramentas e nosso serviço de consultoria.
Diante disso, eu posso dizer: os altos cargos executivos nas grandes corporações são, de fato, charmosos e estimulantes para aqueles que têm vontade de desenvolver uma trajetória de carreira sólida rumo ao topo. Pessoalmente, eu tenho um tremendo respeito por esses homens e mulheres encarregados de dirigir milhares de pessoas, entregar bilhões de dólares em lucro e servir a milhões de consumidores. Eles realmente têm um impacto no mundo.
Ainda assim, de acordo com pesquisas recentes, os jovens da geração millennial (nascidos nos anos 1980 e 1990, também chamados de geração Y ) têm rejeitado ofertas de trabalho nestas grandes empresas para, no lugar disso, escolherem ser pequenos empreendedores ou colaborarem com companhias de pequeno e médio porte. Gerentes seniores estão deixando seus cargos e levando consigo uma larga fatia do conhecimento tático.
Essa é uma situação complicada.
Os tradicionais modelos de comando-controle, inspirados em estruturas militares, não são mais capazes de garantir alta produtividade e laços de longo prazo com os funcionários. Para milhões de pessoas, da Ásia aos Estados Unidos, empregos para a vida toda, em um mesmo lugar, deixaram de ser uma proposta de valor interessante.
Diante desse cenário, lendas urbanas sobre a vida corporativa em grandes empresas surgem a todo tempo e começam a se tornar a opinião generalizada.
Abaixo, compartilho o que considero cinco mitos sobre como é a vida profissional e pessoal de um CEO:
1. Alma a venda: O sucesso é medido pela quantidade de dinheiro que você tem.
2. Ausência de equilíbrio: A razão de viver é ser produtivo, influente e poderoso. Toda a atenção é completamente focada em objetivos corporativos e conquistas profissionais.
3. Vaidade: Os CEOs acreditam ter um toque especial, são seres iluminados e arrogantes.
4. Poder monárquico: Reis, rainhas, castelos… Você pode pensar que eles se foram com o fim das monarquias europeias, mas eles continuam entre nós vestindo ternos.
5. Coração de pedra: Enquanto as pessoas de bom coração se dão bem em áreas como educação e terceiro setor, as batalhas corporativas demandam uma postura fria e rígida.
Não ficou nada inspirado, certo? Então talvez eu deva contrapor esse raciocínio baseado em mitos com cinco argumentos reais sobre porque você deve se atrever a se tornar o CEO de uma grande empresa: poder de fazer o bem; networking com as as pessoas certas, no momento e lugar certos; oportunidade de liderar pessoas brilhantes; atuar no topo do conhecimento humano e da tecnologia; e, por fim, gerar um impacto profundo e duradouro no mundo.
No entanto, para ser honesto, também é necessário falar das principais razões que levam os CEOs a falharem e impedem que eles consigam obter esse impacto. São elas: desenvolver escotoma, ou seja, só enxergar o que quer; ter um bobo-da-corte; ter um elevador privativo; liderar as tropas sem conhecer bem o campo de batalha e os adversários; esquecer que um dia (quem sabe amanhã) outra pessoa assumirá esse posto.
Não importa qual seja a sua escolha, vale a pena lembrar que nada é permanente. No final, você será lembrado e julgado de acordo com o seu legado e o impacto que causou em outras pessoas. É humano desejar e trabalhar para aumentar o seu poder e o seu dinheiro. Mas é superior buscar melhorar o seu próprio equilíbrio. Isso é algo que todo CEO deveria saber.
*Daniel Augusto Motta é PhD em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP). Ele é fundador e CEO do BMI Brazilian Management Institute
Este artigo foi originalmente publicado no Na Prática, portal de carreira da Fundação Estudar