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Cientista de dados: a profissão do futuro continua em alta

Profissionais que atuam com métodos estatísticos e computacionais são cada vez mais disputados pelas empresas

(Insper/Divulgação)
BY

Bruna Yuri Ouchi

Publicado em 27 de maio de 2019 às 09h00.

Última atualização em 27 de maio de 2019 às 09h00.

Um dos profissionais mais relevantes dos últimos anos permanece forte no mercado. O cientista de dados é capaz de analisar grandes volumes de dados gerados diariamente e transformá-los em informações relevantes. E isso é cada vez mais valorizado pelas empresas. Para se ter uma ideia, a média de salário mensal para o cargo no Brasil, segundo o site Love Mondays, é de 9 000 reais, podendo chegar a 20 000 reais.

Mas ainda falta mão de obra qualificada para ocupar o posto, com habilidades para lidar com data science, visualization, big data, inteligência artificial e machine learning. “A demanda é significativa, mas desorganizada”, explica Hedibert Freitas Lopes, Ph.D. em estatística pela Universidade Duke e professor e pesquisador do Insper.

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Segundo o professor, existe atualmente uma demanda genérica por cientistas de dados. “Nisso se englobam engenheiros de dados, estatísticos, cientistas da computação etc. Atualmente, o mercado e também a academia começaram a moldar o que de fato seria o cientista de dados”, afirma.

É nesse contexto que o Insper lançou seu Programa Avançado em Data Science e Decisão (PADS). “No final do curso, os alunos do PADS estarão aptos a dar suporte à tomada de decisão, com auxílio de modelos estatísticos selecionados que expliquem um problema ou uma oportunidade de negócio e as incertezas associadas”, explica Hedibert Lopes, que é o mentor do programa. “Com esse fim em mente, os alunos serão habilitados a extrair, organizar e combinar dados, estruturados ou não, numéricos ou textuais. Finalmente, terão também capacidade de utilizar técnicas de design na formulação de problemas ou oportunidades de negócio e criação de possíveis soluções.”

Atividades práticas

O curso de especialização terá início em julho, com aulas às sextas, à noite, e aos sábados, durante o dia. É recomendado tanto aos que já atuam como cientistas de dados e desejam se aprofundar nos métodos quanto aos que estão migrando para essa área e que possuem entre três e dez anos de experiência.

“O programa é indicado a profissionais com alguma vivência de negócio e familiaridade com métodos estatísticos e/ou computacionais, em especial os que possuem formação com base quantitativa, como estatística, ciências da computação, engenharia, física, economia, administração e áreas correlatas”, afirma Eduardo Colagrossi Paes Barbosa, coordenador do Programa Avançado em Data Science e Decisão.

Serão 424 horas-aula, divididas em 260 horas de aulas, 120 de experiências práticas realizadas em laboratório e 44 voltadas a oficinas e workshops. Entre as disciplinas estão modelos preditivos, computação para ciência de dados, introdução ao design para ciência de dados, modelagem preditiva avançada e big data e computação em nuvem. O curso dura 18 meses, sendo que os últimos dois trimestres são voltados ao trabalho de conclusão de curso. Nesse estágio, os estudantes poderão desenvolver programas e funcionalidades para situações práticas, inclusive das empresas onde atuam.

“Suas disciplinas são divididas em trilhas que agrupam atividades integradoras: trilha de design, de modelagem, de dados e de processamento”, explica o coordenador do programa. “O segundo e o quarto trimestre contam com projetos integradores, que permitem ao aluno aplicar em conjunto os fundamentos aprendidos de modelagem, utilizando dados estruturados e não estruturados e técnicas de design em diferentes contextos de negócio e condições tecnológicas, de forma a propor uma solução que atenda à necessidade ou oportunidade colocada.”

Frentes de ação

A capacidade de analisar e apresentar grandes quantidades de informação é crucial para a sobrevivência de diferentes setores da economia, desde a logística até a análise de comportamento do consumidor. Para dar conta de lidar com métodos e ferramentas específicas de análise e perfis qualificados no transporte, tratamento e disponibilização da informação, surgiu a profissão de cientista de dados.

Esse profissional deve ser capaz de orientar os líderes na tomada de decisões estratégicas. Para tanto, precisa ser ativo e buscar soluções com criatividade e autonomia. Mas as instituições de ensino ainda estão desenhando seus programas de formação desse perfil tão qualificado de profissional. O Programa Avançado em Data Science e Decisão do Insper visa garantir que os alunos estejam aptos a atuar em quatro frentes.

A primeira é dar suporte à tomada de decisão, com auxílio de modelos estatísticos. A segunda consiste em extrair, organizar e combinar dados, estruturados ou não, numéricos ou textuais. A terceira aposta no desenvolvimento de sistemas de processamento de dados (incluindo larga escala) que viabilizem a análise de modelo estatístico aplicado aos dados referentes ao assunto. Já a quarta utiliza técnicas de design na formulação de problemas ou oportunidades de negócio e criação de possíveis soluções.

Os alunos formados pelo PADS encontrarão um mercado de trabalho ávido por profissionais com essa qualificação. Afinal, o mundo vive um momento de transformação digital sem precedentes. Todos os setores precisam lidar com dados massivos analisados em tempo real, provenientes de diversas fontes e com estruturas diversas.

“A ciência dos dados já é parte da tomada de decisão e de produtos e serviços de diversas indústrias, desde empresas de tecnologia até indústria financeira e do varejo. Além disso, os cientistas de dados atuam em quase todas as áreas dentro de uma empresa”, explica Eduardo Barbosa. “Como a formação desse tipo de profissional é algo recente, existe uma clara falta de oferta, tornando o mercado de contratação muito aquecido. Sem dúvida é uma das carreiras mais promissoras dos próximos anos.”

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