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China: o que você precisa saber para sua carreira

Aprender mandarim é sim, essencial e facilidade para adaptar a diferentes culturas também

A Expo 2010 em Shanghai atraiu 73 milhões de visitantes e 246 participantes de diversos países (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2012 às 11h56.

São Paulo – Com o título de segunda maior economia do mundo, atualmente, a China é um dos mercados mais visado por profissionais de todo o mundo. O número de empresas chinesas no Brasil é crescente e uma experiência na China pode ser um diferencial no currículo. “Tem muita empresa brasileira indo para lá e há oportunidades aqui também”, afirma Ling Wang, consultora e sócia da W!N Education & Business Support.

Ser fã da cultura chinesa foi o que motivou Priscilla Franco Butler a investir sua carreira na China. A advogada mora em Shanghai há três anos e meio e começou a estudar mandarim ainda no Brasil, pois sempre teve gosto por aprender novos idiomas - ela é fluente em inglês, espanhol, francês, italiano, alemão e chinês. Inicialmente ficou na China durante seis meses trabalhando para o escritório de advocacia inglês, Clyde & Co.

Em 2009, voltou ao Brasil para fazer o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e terminar a faculdade. “Depois sabia que ia continuar minha carreira na China, pois há muitas empresas brasileiras e latino americanas que precisam de auxilio de advocacia para abrir empresas lá”, conta. Hoje, ela trabalha no escritório da Jones Day e os seus chefes são chineses que estudaram nos Estados Unidos.

Como co-fundadora do grupo Profissionais Brasileiros na China (P.B.C.), Priscila explica que queria uma maneira de trocar experiências com brasileiros no país, pois “para quem cai de paraquedas na China é difícil”, diz. Criado em fevereiro do ano passado, o grupo hoje conta com 1.600 membros em Shanghai e outras cidades como Beijing, Hong Kong e Dongguan. “O grupo já ajudou pessoas a conseguirem trabalho e empresas brasileiras nos procuram atrás de currículos”, diz ela.

Para profissionais interessados em trabalhar em uma empresa chinesa, que tenham ou venham a ter relações de negócios com profissionais chineses, a EXAME.com listou algumas recomendações de acordo com as dúvidas mais comuns, confira:

Precisa aprender mandarim?

Ligia Chen, gerente de comércio exterior na Magnesita na China, conta que conhece profissionais que trabalham em empresas chinesas e se comunicam apenas em inglês, entretanto o mandarim é essencial para o relacionamento (guanxi, em mandarim) no país. “O idioma é como uma ponte para entender o modo de pensar chinês e aprender mandarim faz parte do entendimento da cultura”, afirma Ling.


“O mercado de trabalho na China pode ser bastante competitivo, dependendo de qual área deseje atuar. Por isso um profissional que fale inglês não possui um diferencial, mas um profissional que fale inglês e mandarim já é mais requisitado pelas empresas”, completa Ligia.

“A gente nunca pode falar que aprendeu o mandarim, a gente está sempre aprendendo, pois o idioma é carregado de tradições e jargões”, afirma a jornalista Julia Paletta Crespo que fez mestrado em Economia Internacional e Comércio Exterior na Universidade de Shanghai em 2008.

O que é preciso para trabalhar na China?

Para Ligia, o profissional precisa ter mente aberta e flexibilidade para compreender as diferenças culturais. “Adquirir mais conhecimento sobre o país e trocar informações com quem mora ou morou na China”, afirma.

Julia explica que ter facilidade de se adaptar em um país em que os hábitos e a cultura são diferentes é essencial. “O importante é que os chineses sintam que você não está agindo de forma arrogante. Tem que ter humildade, se esforçar e vontade de aprender”, diz.

Ela retornou ao Brasil no ano passado e trabalhou durante três anos na consultoria chinesa South America Investment Shanghai Co. Como ela queria trabalhar em empresas chinesas, ela buscou empresas em Shanghai com interesse em ter ou tinham relações de negócios com a América Latina.

Como é trabalhar para empresas chinesas?

Ling explica que em relação à hierarquia no trabalho, brasileiros e chineses se parecem. Para Ligia, enquanto um chefe brasileiro solicita um trabalho para entregar em curto prazo, um chefe chinês solicita com um prazo maior de antecedência, mas “há mais similaridade entre brasileiros e chineses do que imaginamos”, afirma.


Há três meses, Natalia de Almeida Cardoso trabalha como analista de homologação na Huawei, empresa chinesa presente no Brasil desde 1999. “Meu chefe direto é chinês, meu chefe indireto é chinês e meu colega de trabalho também é chinês, mas nossa comunicação é em inglês”, explica.

No ambiente de trabalho, a preferência é pelo chá em vez do café, e ela afirma que as relações de trabalho são similares como em outras empresas, “eles são exigentes como os chefes brasileiros”, diz.

Quais são as principais barreiras culturais para trabalhar na China ou na relação com profissionais chineses?

“Para o chinês, negociar é uma coisa prazerosa”, afirma Ling. Ela explica que os profissionais brasileiros normalmente não identificam o momento da negociação com chineses, pois ele não existe, “todo mundo negocia o tempo inteiro”.

“O chinês só vai confiar se você cultivar o relacionamento com ele, sem pressa. Muita gente chega à China e acha que vai fazer negócios rápido”, conta Priscilla.

Ligia afirma que barreiras culturais sempre vão existir em qualquer lugar do mundo, por isso o bom senso é necessário para que essas barreiras não afetem o relacionamento profissional entre brasileiros e chineses.

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São Paulo – Com o título de segunda maior economia do mundo, atualmente, a China é um dos mercados mais visado por profissionais de todo o mundo. O número de empresas chinesas no Brasil é crescente e uma experiência na China pode ser um diferencial no currículo. “Tem muita empresa brasileira indo para lá e há oportunidades aqui também”, afirma Ling Wang, consultora e sócia da W!N Education & Business Support.

Ser fã da cultura chinesa foi o que motivou Priscilla Franco Butler a investir sua carreira na China. A advogada mora em Shanghai há três anos e meio e começou a estudar mandarim ainda no Brasil, pois sempre teve gosto por aprender novos idiomas - ela é fluente em inglês, espanhol, francês, italiano, alemão e chinês. Inicialmente ficou na China durante seis meses trabalhando para o escritório de advocacia inglês, Clyde & Co.

Em 2009, voltou ao Brasil para fazer o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e terminar a faculdade. “Depois sabia que ia continuar minha carreira na China, pois há muitas empresas brasileiras e latino americanas que precisam de auxilio de advocacia para abrir empresas lá”, conta. Hoje, ela trabalha no escritório da Jones Day e os seus chefes são chineses que estudaram nos Estados Unidos.

Como co-fundadora do grupo Profissionais Brasileiros na China (P.B.C.), Priscila explica que queria uma maneira de trocar experiências com brasileiros no país, pois “para quem cai de paraquedas na China é difícil”, diz. Criado em fevereiro do ano passado, o grupo hoje conta com 1.600 membros em Shanghai e outras cidades como Beijing, Hong Kong e Dongguan. “O grupo já ajudou pessoas a conseguirem trabalho e empresas brasileiras nos procuram atrás de currículos”, diz ela.

Para profissionais interessados em trabalhar em uma empresa chinesa, que tenham ou venham a ter relações de negócios com profissionais chineses, a EXAME.com listou algumas recomendações de acordo com as dúvidas mais comuns, confira:

Precisa aprender mandarim?

Ligia Chen, gerente de comércio exterior na Magnesita na China, conta que conhece profissionais que trabalham em empresas chinesas e se comunicam apenas em inglês, entretanto o mandarim é essencial para o relacionamento (guanxi, em mandarim) no país. “O idioma é como uma ponte para entender o modo de pensar chinês e aprender mandarim faz parte do entendimento da cultura”, afirma Ling.


“O mercado de trabalho na China pode ser bastante competitivo, dependendo de qual área deseje atuar. Por isso um profissional que fale inglês não possui um diferencial, mas um profissional que fale inglês e mandarim já é mais requisitado pelas empresas”, completa Ligia.

“A gente nunca pode falar que aprendeu o mandarim, a gente está sempre aprendendo, pois o idioma é carregado de tradições e jargões”, afirma a jornalista Julia Paletta Crespo que fez mestrado em Economia Internacional e Comércio Exterior na Universidade de Shanghai em 2008.

O que é preciso para trabalhar na China?

Para Ligia, o profissional precisa ter mente aberta e flexibilidade para compreender as diferenças culturais. “Adquirir mais conhecimento sobre o país e trocar informações com quem mora ou morou na China”, afirma.

Julia explica que ter facilidade de se adaptar em um país em que os hábitos e a cultura são diferentes é essencial. “O importante é que os chineses sintam que você não está agindo de forma arrogante. Tem que ter humildade, se esforçar e vontade de aprender”, diz.

Ela retornou ao Brasil no ano passado e trabalhou durante três anos na consultoria chinesa South America Investment Shanghai Co. Como ela queria trabalhar em empresas chinesas, ela buscou empresas em Shanghai com interesse em ter ou tinham relações de negócios com a América Latina.

Como é trabalhar para empresas chinesas?

Ling explica que em relação à hierarquia no trabalho, brasileiros e chineses se parecem. Para Ligia, enquanto um chefe brasileiro solicita um trabalho para entregar em curto prazo, um chefe chinês solicita com um prazo maior de antecedência, mas “há mais similaridade entre brasileiros e chineses do que imaginamos”, afirma.


Há três meses, Natalia de Almeida Cardoso trabalha como analista de homologação na Huawei, empresa chinesa presente no Brasil desde 1999. “Meu chefe direto é chinês, meu chefe indireto é chinês e meu colega de trabalho também é chinês, mas nossa comunicação é em inglês”, explica.

No ambiente de trabalho, a preferência é pelo chá em vez do café, e ela afirma que as relações de trabalho são similares como em outras empresas, “eles são exigentes como os chefes brasileiros”, diz.

Quais são as principais barreiras culturais para trabalhar na China ou na relação com profissionais chineses?

“Para o chinês, negociar é uma coisa prazerosa”, afirma Ling. Ela explica que os profissionais brasileiros normalmente não identificam o momento da negociação com chineses, pois ele não existe, “todo mundo negocia o tempo inteiro”.

“O chinês só vai confiar se você cultivar o relacionamento com ele, sem pressa. Muita gente chega à China e acha que vai fazer negócios rápido”, conta Priscilla.

Ligia afirma que barreiras culturais sempre vão existir em qualquer lugar do mundo, por isso o bom senso é necessário para que essas barreiras não afetem o relacionamento profissional entre brasileiros e chineses.

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