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CEO com 25 anos? Presidente da Eureca conta 3 verdades sobre o cargo

Carolina Utimura, CEO da Eureca, fala sobre sua história, lições de liderança e dificuldades da juventude no Brasil

Carolina Utimura, CEO da Eureca (Eureca/Divulgação)

Carolina Utimura, CEO da Eureca (Eureca/Divulgação)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 17 de janeiro de 2021 às 08h00.

Já imaginou ser CEO de uma empresa aos 25 anos? Carolina Utimura foi promovida a presidente da Eureca, empresa de recrutamento para estágio e trainee, com essa idade em 2020, mas conta no podcast Como Cheguei Aqui que existe muito por trás dessa história.

Para ela, é essencial destacar que teve diversos privilégios que a ajudaram a chegar aonde está e desmistificar seu cargo. “Faço um pouco de cada coisa e esse é só um nome”, diz a CEO.

Ela é formada em Relações Públicas pela Unesp e entrou na Eureca em 2018. No entanto, sua história com o negócio começou antes: na faculdade, ela participou de um processo seletivo organizado pela Eureca. Em 2017, como presidente executiva da Brasil Júnior, a Confederação Brasileira de Empresas Juniores, ela era a responsável pela captação financeira e seu primeiro contrato foi fechado com a Eureca.

“Não imaginava que estaria aqui hoje. A Eureca me impactou primeiro como jovem”, fala ela.

Como exemplo de liderança jovem e de uma carreira exponencial, Carolina tem algumas lições interessantes para os jovens profissionais. Confira:

Autoconhecimento

A executiva conta que uma parte essencial do processo de sucessão na Eureca foi seu trabalho de autoconhecimento. Assim, ela percebeu como seu propósito e objetivos a médio e longo prazo estavam alinhados com os da empresa.

“Para mim foi crucial poder parar e refletir. E ter um grupo de apoio, de amigos e profissionais, para ouvir e entender por que que tinha de ser eu, quais eram as competências que eu podia somar e por que tinha que ser esse momento agora. Ao longo desses meses, tenho me descoberto cada vez mais. Em competências que eu não achava que seria boa ou em coisas que eu admito que não sou boa e que preciso de alguém que me complemente nesse quesito”, diz.

Síndrome de impostor

“Essa é uma questão chave quando você vem de grupos pouco representados em cargos de liderança. Desde a Brasil Júnior, a organização jovem que liderei, eu não tinha lideranças que se pareciam comigo, que tem características similares das minhas, que falam como eu, que tomam decisões parecidas com as minhas. Esse ponto de ter um espelhamento é muito chave”, conta ela.

Para qualquer momento de dúvida sobre o valor de seu trabalho, ela compartilha que ter uma rede de apoio e inspirações são coisas que ajudam no combate ao sentimento de impostora. A terapia é outro passo importante, assim como ter aprendido a celebrar suas vitórias.

“Muitas vezes a gente se esforça para caramba, atinge uma meta e no mesmo segundo já é ‘bora pra próxima’. E nem reconhece aquilo, comemora. Acho que isso é super importante”, fala ela.

Faça como eu faço?

“Eu venho de um contexto muito privilegiado, de poder fazer faculdade pública e poder fazer trabalho voluntário. E eu sei que isso não é realidade para a maior parte da nossa população. E o tanto que eu tenho de privilégio, eu tenho que ter de responsabilidade”, fala ela.

Parte do propósito que Carolina compartilha com a empresa é a de diversificar as experiências vistas como vantajosas dentro do mercado e na carreira dos jovens. Sem dúvida, sua experiência na faculdade com o movimento júnior e com trabalho voluntário a ajudaram a alcançar um cargo de liderança mais rápido.

Porém, ela também acredita que existem muitas formas dos jovens adquirirem experiência prática. E, com a pandemia dificultando o acesso a oportunidades para os jovens, ela vê que enxergar essa pluralidade deveria ser prioridade.

E deixa o recado: “Você que faz entrevistas de processo seletivo, se conseguir rever e ressignificar as experiências que a pessoa teve. Então, se ela não teve um intercâmbio, não teve essa oportunidade, mas ajudava no grupo da igreja e fazia acampamentos, ela organizava uma roda de conversa ou conseguiu um emprego temporário de final de ano. O que ela aprendeu com isso? Todas essas experiências trazem a gente para a prática”.

Ouça o episódio completo do podcast Como Cheguei Aqui:

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