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As lições de carreira do atual presidente da AB Inbev

Executivo acaba de liderar a 3ª maior operação financeira da história, a compra da SABMiller. Veja o que a história dele pode ensinar à sua carreira

(Roberto Stuckert Filho/Wikimedia Commons)

Claudia Gasparini

Publicado em 3 de novembro de 2016 às 15h00.

Última atualização em 3 de novembro de 2016 às 15h00.

Conhecido por sua incansável disposição, o empresário brasileiro Carlos Brito é CEO da AB Inbev , a maior fabricante de cervejas do mundo – cargo que ocupa desde 2005.Ainda este mês, o grupo – que já era dono de marcas como Budweiser, Corona, Stella Artois, Leffe, Skol, Brahma, Original e Antarctica – concluiu a compra da cervejaria anglo-sul africana SABMiller , em uma operação cheia de superlativos.

A SABMiller era, até então, a segunda maior companhia de bebidas do mundo, atrás da própria AB Inbev. Trata-se da terceira maior aquisição da história e a maior da Inglaterra. Agora ampliada, a AB Inbev torna-se a quinta maior fabricante de bens de consumo do planeta em termos de faturamento.

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Embora os números da operação chamem atenção, essa representa apenas a mais recente em uma longa série de fusões e aquisições bilionárias realizadas pelo grupo cervejeiro, e que colocaram os brasileiros que o comandam ( Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, principais nomes do fundo 3G Capital) no mapa do capitalismo mundial.

Carlos Brito, atual CEO, esteve profundamente envolvido em todos passos do crescimento exponencial do grupo. A seguir, descubra mais sobre a sua trajetória profissional e veja o que sua carreira pode lhe ensinar.

A trajetória de sucesso de Carlos Britto

Um dos pontos de virada na carreira do empresário foi ser aceito em um MBA da universidade Stanford, nos Estados Unidos. Na época trabalhando na Shell e sem dinheiro para pagar as altas taxas do curso, ele pediu ajuda para Jorge Paulo Lemann, banqueiro a frente do Banco Garantia. O banqueiro aceitou pagar a pós-graduação de Brito com a condição de que ele fizesse o mesmo por outro estudante no futuro. Assim surgiu a Fundação Estudar, que hoje possui um programa de bolsas que apoia os brasileiros mais talentosos.

Desde então a carreira de Carlos Brito nunca parou. Em 1999, recém-chegado do MBA, Brito mal havia começado a trabalhar no Garantia quando o banco adquiriu a cervejaria Brahma. Marcel Telles, um de seus principais sócios, ficou encarregado da companhia e levou Brito como parte do time que iria implementar um choque de gestão na empresa.

Em 2000, compraram a sua maior rival no Brasil, a Antártica, formando a Ambev, hoje maior empresa da América Latina em valor de mercado. Em 2004, Brito assumiu como CEO. No mesmo ano, aAmbev trocou ações com a cervejaria belga Interbrew, fabricante de marcas como Stella Artois, formando a InBev. Na nova companhia, Brito foi nomeado presidente para a América do Norte e, um ano mais tarde, para CEO.

Já como executivo-chefe da InBev, Carlos Brito negociou a compra da gigante americana Anheuser-Busch, cervejaria responsável pela Budweiser, criando a AB InBev. Ano passado, em mais um movimento ousado, deu início a compra da cervejaria britânica SABMiller, até então a maior concorrente do grupo. Esta aquisição garante à gigante o controle de um terço do mercado mundial de cerveja.

Os valores por trás do sucesso

Em lista elaborada pela Harvard Business Review no ano passado, Carlos Brito aparece como o 16º melhor líder de empresa do mundo. Grande parte desse reconhecimento é devido ao sua gestão eficiente e obsessão por resultados. Segundo o próprio executivo, seu estilo é baseado em três valores fundamentais: sonho grande, pessoas e cultura – colocando em prática (e difundindo) os princípiosforjados pelos fundadores do Garantia.

O sonho, segundo Brito, é mirar em um grande objetivo a ser conquistado no longo prazo. Para o empresário, este objetivo era fazer da AB InBev a maior empresa de bebidas do mundo.Já as pessoas são fundamentais, pois são elas que fazem o negócio crescer.

Para Brito é importante que as pessoas tenham como objetivo fazer a carreira dentro da empresa, evitando o perfil de executivos profissionais, que pulam de negócio em negócio a cada dois ou três anos. “[O Carlos Brito] é extremamente ligado, ele sabe de cor a lista dos ‘high potentials’ da empresa, tem uma ideia de quais são os trainees bons, onde estão, e como estão evoluindo”, comentou o próprio Jorge Paulo Lemann em uma entrevista do ano passado.

A cultura, por sua vez, é responsável por unir os dois fatores anteriores. Carlos Brito considera importante colocar as pessoas certas em sintonia com o sonho da empresa, estimulando a visão de dono em todos os seus colaboradores.É por isso que os executivos não recebem carros ou viagens de primeira classe como benefício. O dinheiro da empresa é tratado como o dinheiro de todos e os colaboradores sempre descobrem melhores formas de poupá-lo.

Este artigo foi originalmente publicado peloNa Prática, portal da Fundação Estudar

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