12 truques de linguagem corporal para entrevistas de emprego
Quer você queira, quer não, o seu corpo transmite muitos recados numa entrevista de emprego. Veja dicas para mostrar calma e confiança diante do recrutador
Claudia Gasparini
Publicado em 2 de outubro de 2015 às 06h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h30.
São Paulo - As variáveis para o sucesso numa entrevista de emprego são muitas. Mas há um componente crítico que permanece inconsciente para a maioria dos candidatos: a imagem transmitida pela linguagem corporal . Como você se senta na cadeira? Onde concentra o seu olhar? Qual é a sua expressão facial enquanto fala? De acordo com Paulo Sérgio Camargo, especialista no assunto, muitos recrutadores são treinados para interpretar os sinais transmitidos pela postura física dos candidatos. No entanto, a influência dos sinais do corpo é garantida mesmo que o seu avaliador não conheça tão bem o assunto. "Ele sempre será impactado pela linguagem corporal do entrevistado, seja num nível consciente ou inconsciente", explica. A boa notícia é que é possível evitar alguns recados indesejáveis. E você nem precisa sacrificar a sua espontaneidade - basta saber o que alguns gestos e posições normalmente representam e evitá-los na próxima vez que for entrevistado. Nesta galeria, você conhecerá 12 detalhes que podem mudar radicalmente as mensagens que você passa com o corpo num processo seletivo. As informações são do especialista Paulo Sérgio Camargo e do livro "A linguagem corporal no trabalho", de Allan e Barbara Pease (Editora Sextante). Navegue pelos slides para vê-las.
Ao entrar na sala, o primeiro recado que você passa está no seu rosto. Sorrir suavemente para todos os presentes denota segurança e simpatia. "Pode parecer um detalhe irrelevante, mas o sorriso é uma arma poderosíssima para criar um vínculo interpessoal imediato", afirma Camargo.
A forma de trocar um aperto de mão contém muito mais mensagens do que você imagina. Segundo Allan e Barbara Pease, autores do livro "A linguagem corporal no trabalho" (Sextante), é importante evitar o cumprimento por cima da mesa do entrevistador. Tudo porque a posição fará com que você receba um aperto de mão com as palmas viradas para baixo - o que o colocará simbolicamente numa posição inferior em relação ao entrevistador. Para escapar desse "papel", o ideal é se aproximar da mesa, dar um passo à esquerda e cumprimentar o outro com a sua mão por cima.
Enquanto você está sentado, o ideal é manter as costas eretas ou ligeiramente inclinadas na direção do outro. Essa postura denota equilíbrio e interesse na situação, segundo Camargo. É perigoso se recostar para trás ao ouvir uma pergunta. "Mostra defensividade, como se você não gostasse do que está sendo dito", explica o especialista. Agarrar os braços da cadeira é outra postura a evitar, porque pode transmitir ansiedade, tensão e insegurança.
Ao fazer ou responder perguntas, não desvie o olhar do interlocutor nem abaixe a cabeça. De acordo com Camargo, o ideal é olhar para o rosto do entrevistador durante cerca de 70% do tempo, com foco no triângulo entre os olhos e a boca. Embora o cuidado seja essencial para transmitir confiança, é preciso tomar cuidado com a dose. Se você fixar exageradamente o olhar na outra pessoa, diz o especialista, ela pode se sentir desconfortável e constrangida.
Você costuma fazer todo o tipo de caretas quando fala sobre algo desagradável? É bom frear essa tendência enquanto você estiver diante de um entrevistador. Não que você deva ficar com um rosto inexpressivo. "O ideal é manter uma expressão serena, confiável e neutra, a famosa 'poker face' que vemos nos filmes", afirma Camargo.
Na hora da entrevista, evite mexer no celular, roer unhas, morder a ponta de uma caneta ou brincar com colares, relógios e pulseiras. Segundo Barbara e Allan Pease, candidatos que não conseguem manter as mãos em repouso durante a conversa são frequentemente percebidos como inseguros e ansiosos.
As suas mãos não precisam ficar completamente paradas durante a entrevista. Gestos são permitidos - e até aconselháveis - caso acrescentem expressividade à sua fala. Mas é bom ser econômico. "Gesticular demais pode tirar a atenção do recrutador sobre a sua fala e transmitir uma ideia de que você é uma pessoa pouco equilibrada, muito teatral", diz Camargo.
Além de denotar impaciência, cruzar os braços na frente do corpo pode causar a impressão de que você está querendo se defender do outro. De acordo com Camargo, a posição é especialmente desaconselhável quando você é o foco, ou seja, quando é a sua vez de falar ou perguntar algo.
De acordo com Camargo, é importante fazer pequenos sinais de concordância com a cabeça enquanto ele fala. "Isso demonstra interesse e facilita a conexão pessoal com o entrevistador", explica. Também vale tomar cuidado com o queixo: o ideal é que ele fica na posição horizontal, paralelo ao chão. Se você ficar com a cabeça inclinada para baixo, pode transmitir cansaço ou desânimo.
Vai levar uma bolsa ou pasta para a entrevista? Carregue-a sempre ao lado do corpo. Segundo Allan e Barbara Pease, o ideal é deixá-la à esquerda, para deixar a mão direita livre para apertos de mão. Ao se sentar, é uma péssima ideia colocar o objeto na frente do corpo, como uma barreira entre você e o recrutador. "Isso transmite uma impressão de insegurança e ansiedade, pois deixa claro que está tentando se proteger e disfarçar o nervosismo", escrevem os autores.
Manter a coluna reta é importante para transmitir vivacidade e interesse na conversa. No entanto, vale reclinar o corpo ligeiramente para a frente enquanto o entrevistador pergunta algo. De acordo com Camargo, essa é uma forma simples de transmitir humildade, disposição e abertura para as demandas do outro.
A conversa terminou? A dica de Allan e Barbara Pease é arrumar os seus pertences com calma: se você agir com pressa, pode dar a impressão de que quer "fugir" logo da situação. Em seguida, basta apenas dar um aperto de mão no entrevistador, virar-se e sair. Se a porta estava fechada quando você entrou, é importante fechá-la ao abandonar o recinto - de preferência, olhando para o entrevistador e fechando o encontro com um último sorriso.
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