10 carreiras que mudaram muito nos últimos anos
Confira como eram e como são hoje os profissionais que se destacam em 10 carreiras de acordo com especialistas do mercado de recrutamento
Camila Pati
Publicado em 7 de maio de 2013 às 10h51.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h37.
São Paulo - De maneira geral, o mercado de trabalho tem mudado bastante ao longo dos anos. De acordo com especialistas, hoje, além de conhecimentos técnicos, competências comportamentais é que podem fazer a diferença na carreira profissional, principalmente quando se trata de um cargo de chefe . Essas mudanças fizeram com que várias carreiras passassem a demandar um novo perfil de profissional. “As posições de gestão mudaram todas de perfil, sem exceção. Já para os especialistas a mudança ocorre, mas depende do tipo de profissão”, diz Patricia Fadini, headhunter da De Bernt Entschev. EXAME.com consultou 7 especialistas para saber quais as posições que mais mudaram nos últimos anos. Confira quais são e qual o novo perfil profissional para ter sucesso no mercado
Como era antigamente: “Os profissionais de RH estavam mais preocupados com o aspecto humano e operacional”, explica João Marco, diretor da Michael Page. O foco do RH, diz Patrícia, headhunter da De Bernt Entschev, era administração de pessoas, concessão de benefícios e folha de pagamento. “Era uma área de atendimento”, diz Mario Custódio gerente da divisão de RH da Robert Half. Como é hoje: “Hoje o RH influencia no negócio”, diz João Marco. Ou seja, para se dar bem no departamento de RH, o profissional precisa entender bem do negócio da empresa. “Essa proximidade permite identificar onde há potencial de melhora, tanto de processos como também em relação aos profissionais”, diz Custódio. Para ele, a diferença é que, hoje, o trabalho é mais proativo e há mais preocupação com os resultados atingidos. “O desafio desses profissionais é entender como podem, através de sua atuação, alavancar resultados por meio das pessoas”, explica Carina Budin, diretora regional da Asap.
Como era antigamente: “O diretor financeiro se preocupava com pagamentos já realizados e olhava somente para dentro da empresa. Por isso a gente diz que o executivo só olhava para trás e para dentro da empresa”, explica João Marco, diretor da Michael Page. Alda Araújo, diretora da Fesa, diz que a técnica e a experiência eram as principais forças de um diretor financeiro. Como é hoje: “Hoje o mercado exige que os diretores financeiros também olhem para fora da empresa e para frente”, diz João Marco. Ou seja, ele passa a ser também um tomador de decisão em novos negócios e, por isso, está atento ao mercado. “Cada vez mais diretores financeiros se tornam presidentes e, quando não se tornam, têm um grande percentual da empresa respondendo para eles”, diz o diretor da Michael Page. “Os profissionais da área financeira de uma empresa, hoje em dia, estão mais alinhados à estratégia de negócios”, diz Carina Budin, diretora regional da Asap. O conhecimento técnico valida o profissional, mas a questão de relacionamento é também importante, de acordo com Alda Araújo, diretora da Fesa. “Hoje as empresas não vão atrás de um diretor financeiro que tenha apenas conhecimentos específicos, elas vão atrás de executivos que sejam bons de relacionamento. A modelagem é de um conhecedor, não um especialista”, diz Alda.
Como era antigamente: A área tributária de uma empresa era encarada como um departamento de custo. “Eram profissionais operacionais”, diz João Marco, diretor da Michael Page. Como é hoje: “O mercado hoje demanda uma visão mais planejada dos profissionais tributários para que a área deixe de ser de custo e passe a ser de receita”, diz o diretor da Michael Page. “Os profissionais precisam entender quais são os incentivos que existem e de qual forma o planeamento tributário pode ser realizado para resultar em dinheiro no caixa”, concorda Carina Budin, diretora regional da Asap.
Como era antigamente: Era um mercado essencialmente técnico que demandava profissionais especializados na área. Como é hoje: “Está havendo um investimento em profissionais com características pessoais de desenvolvimento de negócios”, diz João Marco, da Michael Page. De acordo com ele, há mais espaço para migração de profissionais que vêm do mercado financeiro. “É um mercado que está se reinventando e está trazendo pessoas que consigam pensar fora da caixa”, diz o especialista.
Como era antigamente: Não havia segmentação e os advogados trabalhavam a questão de jurídica de forma mais abrangente, mesmo nas grandes empresas. Como é hoje: Os advogados estão mais especializados. “Hoje em dia você tem profissionais que olham apenas para a parte societária, ou para área de fusões e aquisições, ou na área trabalhista”, diz João Marco, ressaltando que esta mudança trouxe a exigência de um perfil específico para cada um dos profissionais.
Como era antigamente: Bons negociadores que conseguiam redução de preço a todo custo com fornecedores eram mais valorizados. Como é hoje: “Demanda tem sido por profissionais que tenham uma visão de desenvolvimento de fornecedor e amplo conhecimento de diferentes mercados e negócios”, explica Carina Budin. A atenção deixa de ser apenas em garantir o contrato no curto prazo. Desenvolver parcerias duradouras com fornecedores ganha destaque.
Como era antigamente: “Competência técnica e força de vontade e lucro bastavam para se dar bem no mercado”, diz Maria Beatriz Henning, da Exceed Executive Search. Como é hoje: “A eficiência a produtividade são mais valorizadas hoje, se dá bem que produz mais em menos tempo”, explica a especialista. Organização, planejamento e metodologia são palavras de ordem dentro das grandes instituições financeiras. “É a capacidade de entregar resultado com mais produtividade”, diz Maria Beatriz.
Como era antigamente: Competência técnica e experiência eram a chave para o sucesso profissional na área de TI. Como é hoje: Ao lado da habilidade técnica e experiência despontam competências comportamentais. “Trabalho em equipe, proatividade, flexibilidade e comunicação são essenciais”, diz Eliana Oliveira, gerente de Recursos Humanos da Cast. Segundo ela, o mercado demanda profissionais que tenham visão estratégica. “Para conseguir identificar a necessidade do cliente e trazer a solução”, explica.
Como era antigamente: a avaliação profissional recaía na competência técnica. Não havia muita preocupação com competências comportamentais. Como é hoje: “As competências técnicas não deixaram de ser importantes. Pelo contrário, o mercado entende que isso você já tem, e demanda, agora, habilidades comportamentais”, diz Patrícia Fadini, headhunter da De Bernt Entschev. Saber transitar entre os mais diferentes níveis hierárquicos, trabalhar para minimizar conflitos e capacidade para liderar equipes multifuncionais são características que fazem os engenheiros se destacarem no mercado.