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Startup social de construção, Vivenda consolida holding e lança instituto

Novo instituto deve apoiar pesquisa em tecnologia para colaborar com a redução do déficit habitacional para população de baixa renda

Fernando Assad, cofundador da Vivenda: "Nossa missão é trabalhar atendendo aqueles que não têm condição de pagar um financiamento.” (Bússola/Reprodução)

Fernando Assad, cofundador da Vivenda: "Nossa missão é trabalhar atendendo aqueles que não têm condição de pagar um financiamento.” (Bússola/Reprodução)

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Publicado em 10 de julho de 2021 às 09h32.

Última atualização em 10 de julho de 2021 às 10h54.

A Vivenda, startup social que surgiu em 2014 como uma empresa de reformas de casas da periferia e de favelas de São Paulo, anunciou um novo passo na consolidação de sua holding, o lançamento do Instituto Vivenda. Em abril, a empresa deixou de ser uma executora de obras e se transformou em holding.

Por meio de três iniciativas – uma plataforma, uma aceleradora e agora o instituto –, passou a unir todos os elos da cadeia da construção civil com o objetivo de ampliar acessos e estabelecer novas relações comerciais, reforçando seu papel como estruturadora do mercado formal de reformas em comunidades.

O Instituto Vivenda chega com o objetivo de viabilizar subsídios, por meio de esforços públicos e privados, para soluções geradoras de valor não só em obras, mas também em pesquisa, tecnologia social e habilitações técnicas.

Segundo Fernando Assad, cofundador da Vivenda, o instituto vai trabalhar com a disseminação de conhecimento dentro das universidades. O objetivo é trazer os arquitetos interessados na causa para a discussão do propósito e da possibilidade de ele se tornar um profissional no contexto de atender a população em situação de vulnerabilidade. "Nossa missão é trabalhar com a obra subsidiada, atendendo aqueles moradores que não têm condição de pagar uma parcela e estão fora da estrutura de financiamento.”

Por meio dessa disseminação de conhecimento, o Instituto Vivenda vai atuar como vetor de engajamento com a causa da Vivenda para conscientizar, informar e formar uma nova classe de realizadores com interesses sociais. O instituto terá também um importante papel a cumprir na realização de ações sociais nas comunidades com as quais se relaciona. “Nosso propósito é criar caminhos e viabilizar acessos onde não há, para que todos, sem exceção, possam morar bem e viver dignamente, com conforto, segurança e sentindo orgulho de seus lares”, diz Assad.

Com o objetivo de colaborar com a redução do déficit habitacional qualitativo brasileiro, a Vivenda lança também, como uma iniciativa do Instituto, o movimento nacional "Causa em Casa", que se compromete a dar visibilidade ao problema do déficit habitacional e suas consequências, provocando a criação de soluções colaborativas e convidando a todos para participarem nessa transformação. Segundo  dados de 2019 da Fundação João Pinheiro,existem cerca de 14 milhões de brasileiros residindo em moradias inadequadas.

A Vivenda também deixou de executar obras com equipe própria e, via uma plataforma, passou a conectar clientes a negócios parceiros espalhados pelo país, contando com uma rede de empresas homologadas. Na prática, um marketplace online conecta o cliente que quer contratar a reforma diretamente com os executores do serviço. Ao todo já foram realizadas cerca de 3 mil reformas, beneficiando mais de 12 mil pessoas.

Em sua aceleradora, a Vivenda Play, a empresa disponibiliza programas periódicos de incubação e aceleração para arquitetos que se identificam com causas sociais. “A gente pega esse arquiteto que se interessa em trabalhar com pessoas em situação de vulnerabilidade, e ele passa por uma jornada de educação empreendedora que o transforma no arquiteto da causa.”

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