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Quais os principais problemas para a defesa agropecuária brasileira?

Inovação tecnológica e prevenção são fundamentais para proteger a sanidade agropecuária brasileira e manter o país como referência na produção de alimentos. Confira o artigo de Janus Pablo Macedo

Peste suína africana é um dos principais problemas enfrentados atualmente (Paulo Whitaker/Reuters)
Bússola

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Publicado em 24 de setembro de 2024 às 07h00.

Por Janus Pablo Macedo*

O agronegócio é, sem dúvida, um dos pilares centrais da economia brasileira. O Brasil é mundialmente reconhecido pela sua capacidade de produzir alimentos de alta qualidade, e esse reconhecimento só é possível graças a um sistema robusto de defesa agropecuária, que garante a sanidade e a segurança dos produtos. No entanto, ainda enfrentamos desafios significativos para manter esse status e garantir que os alimentos cheguem à mesa do consumidor de forma segura e adequada.

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Principais ameaças à sanidade agropecuária

Entre as ameaças mais preocupantes estão a influenza aviária e a peste suína africana, que acendem um alerta na defesa agropecuária do mundo inteiro.

A i nfluenza aviária é uma doença viral altamente contagiosa que ameaça aves domésticas e silvestres, com potencial para afetar outras espécies, incluindo humanos. No Brasil, não chegou aos plantéis comerciais de aves.

Já a peste suína africana, embora não afete humanos, possui alto nível de contágio entre suínos, ameaçando toda a cadeia de produção e gerando sérios impactos econômicos. A doença está ausente no Brasil.

Sedagro

É fundamental manter essas e outras ameaças longe de nosso território. É por isso que a defesa agropecuária precisa ser constantemente reforçada, e esse tema será amplamente discutido no III Seminário de Defesa Agropecuária (Sedagro), que será realizado em São Paulo, de 24 a 26 de setembro, durante a IV Feira Internacional da Indústria de Processamento Animal e Vegetal (Expomeat).

A terceira edição do Sedagro será um marco para o setor. Reuniremos os maiores especialistas da área para discutir questões imprescindíveis ao futuro da agropecuária brasileira, desde as atividades no campo até as ações nas fronteiras e nas indústrias.

Serão debatidos os desafios relacionados à prevenção e ao controle de doenças, além de temas como a regulamentação de produtos vegetais análogos a produtos de origem animal ( plant-based ) e sua coexistência com produtos de origem animal. Em 2023, este mercado movimentou R$ 700 milhões, segundo a Associação Brasileira de Proteína Vegetal.

Com o aumento da demanda por alternativas sustentáveis, será fundamental informar o público sobre inovações, rotulagem e ressaltar como o Brasil está trabalhando para se nivelar a regulamentações internacionais.

Uma novidade desta edição será o painel sobre "Combate ao Trânsito e Comércio Irregulares de Insumos Pecuários ", que discutirá a atuação da recém-criada Coordenação de Operações e Pronta Resposta da Secretaria de Defesa Agropecuária. Esta nova área de inteligência do Ministério da Agricultura e Pecuária visa combater práticas ilícitas e a pirataria que prejudicam a qualidade e a segurança dos produtos aos consumidores.

Sistemas inteligentes

Neste sentido, é importante mencionar o papel da inovação tecnológica. A transformação digital tem possibilitado monitoramentos mais precisos e a criação de sistemas inteligentes que ajudam a identificar possíveis ameaças à sanidade dos rebanhos e cultivos, antes mesmo que se tornem problemas graves.

A utilização de drones, sistemas de mapeamento por satélite e ferramentas de análise de dados têm ajudado os auditores fiscais federais agropecuários e os fiscais que atuam nos estados, além de produtores, a identificar e combater focos de doenças e pragas com maior rapidez e eficiência, além de crimes.

Capacitação e valorização

Outro aspecto a se considerar é a necessidade da capacitação e valorização contínua dos auditores agropecuários. Treinamentos constantes garantem que esses profissionais estejam atualizados com as melhores práticas de controle de doenças e pragas, além de inovações que podem coibir práticas ilegais.

Para isso, é urgente a necessidade de investimentos na defesa agropecuária. Uma luz no fim do túnel é a possibilidade de reativação do Fundo Federal de Defesa Agropecuária, proposta que compõe o Projeto de Lei nº 3179/2024, atualmente em discussão na Câmara dos Deputados.

Esses são temas que exigem atenção contínua e um esforço coordenado entre governo, iniciativa privada e sociedade civil. Nosso objetivo é claro: fortalecer a regulamentação e garantir a segurança dos alimentos, mantendo a agropecuária como um pilar da economia brasileira.

A prevenção é fundamental para garantir uma agropecuária competitiva e segura, e esse tema será amplamente abordado nas discussões ao longo dos três dias do Sedagro. O Brasil já se destaca como referência em excelência, inovação e segurança no setor, e é essencial que continuemos a fortalecer essa posição no cenário global.

*Janus Pablo Macedo é presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), auditor agropecuário, farmacêutico e mestre em Ciências da Saúde, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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