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Produtores de feijão lançam programa contra a pirataria de sementes

Dados do Ibrafe apontam que cerca de 90% das sementes no Brasil não são certificadas e têm origem desconhecida

Cerca de 90% das sementes de feijão usadas no Brasil não têm origem conhecida (iStock/GettyImages/Reprodução)
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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2021 às 20h21.

Última atualização em 27 de maio de 2021 às 20h37.

Por Bússola

O Brasil está se preparando para combater com mais afinco o mercado pirata de sementes. Não é para menos: de acordo com o Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), cerca de 90% das sementes de feijão não têm origem conhecida. Uma semente fora do padrão pode causar queda na produtividade, disseminação de pragas e doenças, além de incentivar o mercado que não segue as normas legais oficiais.

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Para o enfrentamento desse problema, a Ceptis Agro e o Ibrafe lançaram hoje, 27, o Programa Semente Legal. O objetivo é, além de reduzir a pirataria, aumentar os padrões de qualidade do processo produtivo de feijão e pulses no país.

Segundo o instituto, o programa é focado em três ações: a garantia de origem, a verificação da qualidade e a rastreabilidade segura. Todo o processo é realizado pela Ceptis Agro. Além de combater esse comércio ilegal, sementes certificadas também geram boas oportunidades de negócio: a comercialização de grãos dentro dos padrões de conformidade estabelecidos pelos organismos de controle e certificação diferencia os produtores e revendedores, tornando os produtos mais atrativos ao consumidor final.

A solução vai certificar sementes produzidas e distribuídas nacional e internacionalmente. Pela parceria, produtores de sementes, revendedores, distribuidores e consumidores poderão contar com o selo Semente Legal nas embalagens e sacarias de distribuição. Os produtos com a etiqueta são monitorados por um sistema de rastreabilidade. O selo será um diferencial competitivo no mercado de sementes de feijões em todo o país.

Tiago Pilon, coordenador do Programa Semente Legal na Ceptis, afirma que a iniciativa vai muito além de uma etiqueta. “Esse é um programa de rastreabilidade segura em cadeia, um recurso desenvolvido sob medida para o agronegócio brasileiro para combater grandes problemas do setor, como comercialização abaixo do padrão, concorrência desleal, mercado ilegal e prejuízos milionários. A pirataria traz danos imensuráveis para o nosso mercado”, declarou.

A certificação não é obrigatória e poderá ser feita por adesão voluntária das empresas interessadas. Grandes players do mercado de sementes de feijão e pulses já estão em processo de adesão ao programa.

A qualidade das sementes produzidas é atestada pelo sistema de Verificada Externa da Qualidade (VEQ), feita com o trabalho de amostradores certificados junto com o Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem), do Ministério da Agricultura, e laboratórios acreditados pelo ministério. As etiquetas e os lacres de segurança são afixados nas sacarias e bigbags das sementes, com códigos de segurança antifraude e tecnologias antifalsificação.

Além dos benefícios já citados, o Semente Legal também conta com o TrustScore como diferencial competitivo. As propriedades rurais são monitoradas por mais de 100 indicadores de sustentabilidade, facilitando o acesso a fundos de investimento verdes e gerando dados que auxiliam a relação com os órgãos de fiscalização.

Para o presidente do Ibrafe, Marcelo Eduardo Lüders, a iniciativa do Semente Legal traz uma evolução para o mercado. “O feijão é um alimento consumido por todas as classes sociais. Além de envolver milhares de produtores e famílias que geram emprego e renda com essa atividade, o programa de qualificação do feijão e pulses também vai impactar diretamente no consumidor, que está cada vez mais atento e que vai priorizar sementes de qualidade, procedência e segurança”, diz.

O Programa Semente Legal, criado em 2017, é uma solução desenvolvida pela Ceptis Agro, empresa brasileira detentora do direito de exploração da tecnologia suíça para a promoção do agronegócio por meio de soluções tecnológicas integradas. Com certificação desde as sementes forrageiras, até as de uso comum e insumos agrícolas e veterinários, o Semente Legal tem a finalidade de garantir a rastreabilidade segura e a origem aos produtos agrícolas.

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