Bússola

Mercado de foodservice em 2022: principais tendências e desafios do setor

Em entrevista à Bússola, empreendedor diz que tecnologia será indispensável para que bares e restaurantes melhorem atendimento e ofereçam praticidade

Felipe Maia Lo Sardo, CEO e fundador da Goomer  (Divulgação/Divulgação)

Felipe Maia Lo Sardo, CEO e fundador da Goomer (Divulgação/Divulgação)

B

Bússola

Publicado em 12 de março de 2022 às 15h04.

Última atualização em 12 de março de 2022 às 15h06.

O setor de foodservice, um dos mais afetados pela crise pandêmica e econômica, começou a se recuperar. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), pela primeira vez desde o início da pandemia, estabelecimentos com lucro superaram os com prejuízo, entre dezembro e janeiro. Outra pesquisa, realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), aponta que, após cair 24% em 2020, a participação do foodservice nas vendas da indústria de alimentos e bebidas cresceu 26% em 2021, somando faturamento de R$ 176,3 bilhões.

Esses dados recentes divulgados pelas entidades do segmento mostram esse movimento e trazem maior otimismo para a atividade neste ano. Pensando nisso, a Bússola conversou com Felipe Maia Lo Sardo, CEO da Goomer, startup que oferece soluções digitais para bares e restaurantes e tem a missão de apoiar o setor de foodservice em sua transformação digital, para entender sobre os desafios do setor em 2022 e as tendências para este mercado.

Bússola: Com a vacinação avançada no Brasil as pessoas voltaram a se encontrar e a fazer refeições fora de casa. Você acha que o setor viverá uma retomada mais robusta?

Felipe Maia Lo Sardo: Sem dúvida, os encontros em grupos com familiares e amigos estão voltando gradualmente ao normal. O setor de foodservice vive agora a expectativa de uma retomada mais consistente, que ao mesmo tempo vem cheia de desafios. No que diz respeito ao atendimento em espaços físicos de bares e restaurantes, certamente a tecnologia é uma das ferramentas mais indispensáveis para empreendedores que pretendem conceder maior praticidade e segurança aos frequentadores.

Por isso, é necessário, mais do que nunca, digitalizar e automatizar os serviços e operações. Além de ajudar a trazer mais eficiência e personalização no atendimento e deixar o cliente mais confortável para escolher o seu pedido e visualizar as promoções, a digitalização possibilita que os estabelecimentos atuem com uma equipe um pouco mais enxuta, otimizando o atendimento dos consumidores.

Bússola: Quais serão as principais tendências em 2022 para o foodservice?

Felipe Maia Lo Sardo: Além da digitalização, um dos pontos muito importantes é que donos de bares e restaurantes devem estar atentos às novas tendências de vendas. Neste ano, o investimento em marketing digital para atração e retenção dos clientes será tão importante quanto contratar um contador para cuidar das atribuições fiscais e financeiras do negócio. Isso porque a potencialização dos canais prioritários, realizada de forma estratégica, pode ajudar a trazer tráfego ao estabelecimento, permitindo que o empreendedor não se torne refém dos marketplaces.

Outro ponto de extrema importância é o Customer Centric, que apesar de ser um termo já batido, se torna novamente uma prática indispensável, até porque é preciso sempre ouvir o consumidor, afinal, são eles quem fazem um negócio acontecer. Portanto, entender as mudanças de comportamento é essencial para criar ações e estratégias direcionadas a essas novas necessidades. Basicamente, hoje o consumidor deseja ter boas experiências, quer ser atendido pelo canal onde tem maior familiaridade — normalmente os digitais — e busca serviços ágeis e de qualidade.

Bússola: Você tem alguma dica prática para ajudar os estabelecimentos na retomada?

Felipe Maia Lo Sardo: Como mencionei, a tecnologia será indispensável. Além disso, com os aumentos nos preços dos alimentos e bebidas nos últimos meses, investir na engenharia do cardápio se tornará fundamental para os estabelecimentos reterem os clientes. Uma estratégia eficiente para não repassar integralmente os custos da inflação aos clientes, é colocar força na venda de itens do cardápio que tragam maior margem e repaginar outras opções no menu, tornando-as mais rentáveis na operação.

Sem dúvida, os restaurantes que seguirem essas estratégias e incorporarem a tecnologia como aliadas do negócio tendem a se sobressair e ganhar relevância no mercado. 2022 tem tudo para ser o ano da virada do foodservice.

Siga a Bússola nas redes: Instagram | LinkedinTwitter | Facebook | Youtube

Mais de Bússola

Enel avança plano para dobrar efetivo e abre mais 500 vagas para eletricistas

Energia nuclear renovável? Empresa russa aposta em reprocessamento do combustível

Opinião: o Estado no papel de indutor de inovação nas Parcerias Público-Privadas de Educação

Bússola Cultural: Natal no Mundo do Circo, nas Fábricas de Cultura, no Museu de Arte Sacra e mais