Hidrovias devem ser solução para expansão do agronegócio, diz Schettino
Investimento no modal será estratégica para rodovias que não conseguem suprir a demanda
Bússola
Publicado em 11 de agosto de 2021 às 13h40.
Investir no sistema hidroviário pode ser a solução para garantir a expansão da demanda do agronegócio e da indústria de mineração no Brasil. Os dois setores tiveram contribuição expressiva para a economia brasileira durante a pandemia, tendência que deve se manter nos próximos anos.
“O agronegócio se expandirá nos próximos anos e precisará de infraestrutura qualificada, que seja sustentável, e a rodovia não atende essas demandas. Por isso, é preciso investir no sistema hidroviário”, diz Fabio Schettino, CEO da Hidrovias do Brasil, em entrevista exclusiva para Alon Feuerwerker para a Bússola Líderes.
Schettino falou sobre o potencial do sistema hidroviário no Brasil e a colaboração do modal para suprir as novas demandas. A Hidrovias é uma empresa de soluções logísticas integradas, que atua em quatro segmentos: transbordo, navegação fluvial, navegação costeira e portos de exportação.
A companhia tem como marco a construção do Arco Norte, que permite realizar exportações a partir do norte do Brasil, sem precisar passar pelo sudeste. “Quanto mais para o norte vai a fronteira agrícola, mais barato é para exportar”, afirma Schettino.
E, no sistema hidroviário brasileiro, há uma clara defasagem entre o potencial do sistema e o que é de fato aproveitado. “O rio Tocantins é um exemplo do que pode dar certo ao ser um rio mais navegável durante o ano, utilizando a eclusa da hidrelétrica, convivendo em paralelo”, diz.
Hoje, o Brasil investe na construção de hidrelétricas, mas ainda pensa pouco sobre como usar as hidrovias justamente em um momento em que crescem as exportações de commodities e mineração.
Os indicadores mostram que essa tendência positiva continua não só para o próximo semestre de 2021, mas também para os próximos anos. Segundo Schettino, investimentos nas hidrovias, para melhorar a infraestrutura de qualidade e a sustentabilidade, devem fazer parte da estratégia para suprir as demandas.
“Espera-se que o mundo importe 900 milhões de toneladas adicionais nos próximos oito anos e metade virá do Brasil, especialmente do Mato Grosso”, declara o CEO.
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