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Gestão Sustentável: um marco para o financiamento verde no Brasil

Esta semana, Danilo Maeda fala sobre a repercussão do primeiro título de dívida sustentável emitido pelo governo brasileiro no mercado internacional

A operação foi realizada ontem, dia 13 de novembro (Drs Producoes/Getty Images)
Danilo Maeda

Head da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 14 de novembro de 2023 às 17h09.

O governo brasileiro emitiu seu primeiro título de dívida sustentável no mercado internacional. A operação realizada ontem (13/11) captou US$ 2 bilhões, com prazo de sete anos e taxa de retorno de 6,5% ao ano. Segundo o Tesouro Nacional, a operação teve o objetivo de reafirmar o compromisso do Brasil com políticas sustentáveis, “convergindo com o crescente interesse de investidores não residentes e com a expansão do mercado de títulos temáticos no mundo". Em outras palavras, buscou-se aproveitar o interesse de investidores em sustentabilidade para alongar o prazo da dívida externa, diversificar indexadores e a base de investidores.

Impacto financeiro

Mais do que o impacto direto de contribuir para o alongamento da dívida externa com prazos melhores, a emissão inédita pode abrir caminhos para futuras captações de recursos e impulsionar ainda mais o já crescente mercado privado de renda fixa com critérios ESG . A operação soberana servirá de parâmetro para empresas baseadas no Brasil também buscarem financiamento internacional para suas operações com taxas mais atrativas, ligadas aos compromissos sociais, ambientais ou de governança assumidos.

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Impacto social

Além de viabilizar o crescimento do mercado de dívida verde, a captação de ontem pode gerar outros impactos positivos, por conta do compromisso assumido de investimentos em preservação ambiental , como mitigação das mudanças climáticas; conservação de recursos naturais; e desenvolvimento social. Como parte do seu compromisso com investidores, será necessário prestar contas  sobre com indicadores quantitativos e qualitativos.

Motivo para otimismo?

A operação teve oferta inicial de títulos de US$ 1 bilhão, mas a alta procura dos investidores levou o governo brasileiro a elevar o valor da captação para US$ 2 bilhões. A demanda total "superou largamente" o volume emitido e alcançou valor próximo a US$ 6 bilhões. O interesse de investidores e a taxa obtida - 181,9 pontos-base acima do título do Tesouro norte-americano de referência, o menor nível em novas emissões em quase uma década - sinalizam que há interesse de financiadores em fomentar a preservação ambiental e promover direitos humanos.

Na seara internacional, a emissão fortalece a narrativa brasileira de liderança na transição climática justa e inclusiva. O País chegará à COP28 com um conjunto de entregas relevantes que o legitimam como porta-voz do mundo em desenvolvimento para, entre outras coisas e não coincidentemente, demandar financiamento de países ricos para viabilizar uma transição justa e inclusiva.

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