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Gestão Sustentável: como fazer um bom relatório ESG

Em resumo, um bom relatório deve ser desenvolvido considerando sete aspectos

O objetivo de uma estratégia ESG é perenizar a organização e sua capacidade de geração de valor (pcess609/Getty Images)

O objetivo de uma estratégia ESG é perenizar a organização e sua capacidade de geração de valor (pcess609/Getty Images)

Danilo Maeda
Danilo Maeda

Head da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 22 de maio de 2024 às 15h00.

Seja pelo valor do processo ou por exigências normativas como a normativa 193/2023 da CVM ou a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD, na sigla em inglês) da União Europeia, reportar desempenho em sustentabilidade vale a pena. Ao conduzir esse processo de acordo com normativas e orientações reconhecidas e padronizadas, produz-se um primeiro (e mais óbvio) benefício para investidores, que poderão ter informações comparáveis sobre desempenho ESG, o que facilita a avaliação de riscos sociais, ambientais ou de governança.

Mas quem relata também pode capturar valor com o relatório. Além de atender demandas de mercado — e agora regulatórias — o processo do relato, quando bem feito, torna-se um mecanismo de gestão e transparência poderoso, que vai muito além de uma mera obrigação. Publicar relatórios sobre estratégia, impactos e resultados sociais, ambientais e econômicos é uma prática de engajamento e transparência valorizada por outros stakeholders. Talentos, clientes, comunidades e outros públicos demandam informação sobre aspectos relevantes de um negócio que tem impacto em suas vidas e operações. 

Se da porta para fora os (bons) relatórios contribuem com a qualificação dos relacionamentos, ao dar transparência para informações úteis, tempestivas e relevantes, da porta para dentro o processo tem potencial de ser uma prática de gestão e melhoria contínua. Afinal, se o objetivo de uma estratégia ESG é perenizar a organização e sua capacidade de geração de valor, é preciso entender quais são os impactos que afetam a sustentabilidade do negócio e que são afetados por ele.

Mas para todos esses benefícios serem capturados é necessário cuidar do processo com diligência. Em nossa consultoria temos implantado diversos processos do tipo com sucesso e reconhecimento público em premiações, o que nos levou a organizar algumas boas práticas para produção de bons relatórios de sustentabilidade em um guia disponível para download no nosso site. Em resumo, um bom relatório deve ser desenvolvido considerando os seguintes aspectos:

  1. Gestão de projetos, para garantir que o processo de desenvolvimento e entrega ocorra de maneira organizada, eficiente, dentro dos prazos estabelecidos e com o devido controle de qualidade e gerenciamento de riscos;
  2. Engajamento de stakeholders internos e externos, incluindo (mas não limitado) a avaliação de materialidade, que irá conferir legitimidade e direcionar o reporte para temas mais relevantes;
  3. Seleção cuidadosa de indicadores e normas, para medir e reportar informações relevantes, dirigindo a tomada de decisão para a direção desejada (redução de impactos negativos, mitigação de riscos e captura de oportunidades);
  4. Coleta e análise de dados cuidadosa, de modo que as informações prestadas sejam corretas, verificáveis e adequadas às exigências das normas utilizadas;
  5. Humanização do conteúdo, com contextualização adequada dos desafios e conquistas, exemplos e histórias reais que darão vida e leveza aos  textos;
  6. Linguagem visual adequada ao perfil da marca e de seus leitores. Considerando a diversidade de canais utilizados pelas pessoas atualmente para se informar, é necessário ajustar ou desdobrar o conteúdo aos formatos que mais funcionam com sua audiência;
  7. Princípios inegociáveis, como os pautados pela GRI (Global Reporting Initiative): Exatidão, Equilíbrio, Clareza, Comparabilidade, Completude, Contexto, Tempestividade e Verificabilidade.

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