Brasileiro começa a se esquecer, mas máscaras ainda não são peças de museu
Proteger-se com máscaras faz parte da lista de ações básicas para evitar a contaminação
Bússola
Publicado em 20 de dezembro de 2021 às 15h57.
Última atualização em 20 de dezembro de 2021 às 16h08.
Por André Jácomo*
Há um ano muitas famílias deixaram de se encontrar para as festas de final de ano por conta da covid-19. Algumas se encontraram, mas com muito controle e rigor na hora de ficar mais próximo de parentes e pessoas queridas. E agora, nas vésperas do final de ano, o uso de máscaras está se tornando um hábito menos comum entre os brasileiros.
As máscaras ainda não são peças de museu, representativas de um tempo distante. Ao contrário. Proteger-se com máscaras ainda faz parte da lista de ações básicas para evitar a contaminação pela covid-19 e suas variantes. Mas a obrigatoriedade de seu uso já é bastante questionada por muitos brasileiros.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), junto com o Instituto FSB Pesquisa, realizou uma pesquisa divulgada no começo de dezembro a qual mostra que há mais brasileiros concordando com a continuidade do uso de máscaras no país, mas a diferença entre quem discorda não é tão grande assim. Ao todo, 49% dos brasileiros são contrários à ideia de desobrigar o uso de máscaras, ao passo que 39% são favoráveis ao uso de máscaras deixar de ser obrigatório, ou seja, liberar que pessoas circulem sem máscaras em todos os lugares. Outros 10% dizem que a liberação depende da situação e outros 2% não responderam à pergunta.
A pesquisa mostra algo curioso: os indivíduos não vacinados são aqueles mais favoráveis ao fim do uso de máscaras. A aprovação do fim da obrigatoriedade do uso de máscaras é de 50% entre quem não está imunizado contra a covid-19, diminui para 43% entre os brasileiros parcialmente imunizados (quem tomou apenas a primeira dose) e chega a 38% entre aqueles que já completaram seus ciclos vacinais.
E, prospectivamente, os brasileiros estão totalmente divididos em relação ao uso de máscaras no futuro. A pesquisa mostrou que 36% afirmam que vão usar máscaras apenas em algumas situações, 35% falam que vão continuar a usar máscaras mesmo que não seja obrigatório e 28% dizem que vão deixar de usar máscaras quando não for mais obrigatório.
Há algumas diferenças de comportamento entre os perfis sociodemográficos ouvidos na pesquisa. Os brasileiros mais velhos (acima de 60 anos) são aqueles que mais falam que vão continuar usando máscaras (47%), enquanto os mais jovens (16 a 24 anos) são aqueles com comportamento mais flexível quando ao uso de máscaras (45%).
Regionalmente, a pesquisa mostra que os moradores da Região Sul do país são os brasileiros mais dispostos a não usar mais máscaras (41%), enquanto que os moradores da Região Sudeste dizem que vão usar máscaras a depender da situação (40%) e entre os moradores das outras regiões (Norte, Centro-Oeste e Nordeste) predomina um comportamento mais cauteloso, com mais pessoas falando que vão continuar a usar máscaras, mesmo se não for mais obrigatório.
*André Jácomoé diretor do Instituto FSB Pesquisa
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a EXAME. O texto não reflete necessariamente a opinião da EXAME.
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