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4 dados de pesquisas para você entender a crise Rússia x Ucrânia

Entenda o grande contexto no qual o conflito está inserido e como a relação governo e opinião pública é importante para pensar em desdobramentos

Ucranianos protestam contra a Rússia do lado de fora da embaixada russa em Kiev 22/02/2022 (Umit Bektas/Reuters)
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Bússola

Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 18h49.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2022 às 18h49.

Por André Jácomo*

Enquanto o mundo assiste a invasão Russa na Ucrânia e acompanha com tensão os possíveis desdobramentos políticos e econômicos que a nova guerra pode ter no sistema global, algumas pesquisas de opinião foram divulgadas nos últimos dias e revelam como a opinião pública de diferentes países estão reagindo ao conflito.

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Na minha coluna desta semana, mostro quatro dados de pesquisas de opinião que ajudam muito a entender o grande contexto no qual o conflito está inserido e como a relação governo e opinião pública dos países envolvidos é importante para pensar em possíveis desdobramentos.

Putin possui apoio popular suficiente

O presidente russo Vladimir Putin possui confiança majoritária da população de seu país. De acordo com o Yuri Levada Analytical Center, que possui a série histórica mais longa de pesquisas de popularidade presidencial no país, Putin possui atualmente 71% de aprovação pela população de seu país.

Putin está longe de seu melhor desempenho à frente do governo. Segundo a série histórica do Levada Center, Putin chegou a ser aprovado por 88% da população russa em outubro de 2015. Mas o evento da tensão com a Ucrânia teve resultados positivos na popularidade do Presidente Russo: Putin cresceu oito pontos percentuais na sua aprovação nos últimos três meses.

População russa endossa os argumentos de Putin

A invasão Russa na Ucrânia tem alguns motivos bem explícitos, que foram claramente expostos no vídeo onde Putin anuncia a invasão ao país. O principal deles e o mais frequente usado no discurso foi o controle da expansão dos países da Otan a este.

Em ambos aspectos, a opinião pública russa tende a convergir ao enquadramento dado pelo Presidente Russo em seu discurso. A CNN Internacional divulgou na quarta-feira (23/02) uma pesquisa de opinião, feita com uma amostra representativa da população russa, que mostra que 50% dos russos apoiam o uso da força militar na Ucrânia para prevenir ameaças internas. Enquanto isso, apenas um quarto (25%) da população russa desaprova a ação militar no país e outros 25% ficaram incertos com a pergunta.

Argumento de reunião dos povos não é aprovada

Os laços históricos entre os dois países também foram reforçados por Putin em seu anúncio de invasão. Para muitos analistas internacionais, as origens comuns são razões para grupos políticos das regiões de Donetsk e Luhansk peçam a separação da Ucrânia.

Entretanto, a opinião pública de ambos países não aprova a reunião de ambos territórios. De acordo com a mesma pesquisa divulgada pela CNN Internacional apenas 36% dos russos aprovam a tensão militar sob o argumento de unificação territorial, enquanto que 43% desaprovam-na e 21% não souberam opinar. Na Ucrânia, a tendência é parecida. Apenas 13% da população do país aprova a união territorial e 73% desaprovam-na. Outros 14% não opinaram.

População de outros países do ocidente apoiam sanções militares

Embora nenhum líder dos principais países que compõem a Otan tenha manifestado publicamente a ideia de responder às ações de Putin com uma escalada militar, as populações de alguns países parecem concordar com a possibilidade de endurecimento à Rússia.

Estudo divulgado pela Schoen Cooperman Research com a população de seis países ocidentais (Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha e Polônia) mostrou que a população desses países endossa fortes medidas diplomáticas e econômicas, além do apoio ao engajamento militar para impedir a agressão russa.

Em termos gerais, a pesquisa realizada mostrou que a maioria da opinião pública desses países é favorável ao compromisso da OTAN em defender a Ucrânia da eventual invasão russa, precisamente 66% na Polônia, 61% nos Estados Unidos, 61% no Canadá e 57% na França. A opinião pública do Reino Unido e da Alemanha são as únicas que não apoiam majoritariamente algum tipo de intervenção militar ocidental, com 47% e 49% respectivamente.

*André Jácomoé diretor do Instituto FSB Pesquisa

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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