Sem Bolsonaro, Haddad vira alvo em debate presidencial
Assim como nos primeiros debates, este tampouco foi um evento de embates
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2018 às 19h05.
Última atualização em 26 de setembro de 2018 às 20h09.
Os candidatos à presidência iniciaram às 17h45 o antepenúltimo debate do primeiro turno. Participaram Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Cabo Daciolo (Patriota). Hospitalizado, Jair Bolsonaro (PSL), não compareceu. Ciro Gomes, que deu entrada nesta terça-feira (25) no Hospital Sírio-Libanês, com quadro de sangramento urinário espontâneo, teve alta e seguiu direto para o debate.
Assim como nos primeiros debates, este tampouco foi um evento de embates. Bolsonaro foi poupado pelos adversários e apareceu em raras citações de candidatos como Alvaro Dias pedindo rejeição à extrema direita ou à extrema esquerda, em frase que também cutuca o PT. Isso fez de Haddad, o candidato que mais sobe nas pesquisas, um dos alvos preferidos dos adversários.
Logo em sua primeira pergunta, Ciro tentou se mostrar mais conhecedor do país e de seus problemas que o petista, seu principal adversário no primeiro turno. Haddad respondeu que tanto ele quanto o Ciro foram ministros de Lula, e que teria rodado o país no cargo. Mais tarde, Ciro Gomes, afirmou que, se eleito, “prefere” governar sem a participação do PT.
A candidata da Rede, Marina Silva, afirmou que não apoiaria o PT no segundo turno das eleições presidenciais em virtude do envolvimento do partido na Operação Lava Jato. Haddad e Marina divergiram sobre a “culpa” do impopular governo Temer. Para a ex-senadora, a culpa é do PT, que escolheu Temer como candidato a vice-presidente. Para o presidenciável petista, é de quem apoiou, como Marina, o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Haddad também foi questionado se suas constantes viagens a Curitiba fazem de Lula o “Posto Ipiranga” de sua campanha. Ele afirmou que vai ao Paraná por ser advogado de Lula e que sua relação com o ex-presidente será a de se seguir o programa de governo definido em conjunto.
Em boa parte de suas respostas, Haddad tratou de citar seus projetos no ministério da educação, como o ProUni e o Fies, que, segundo ele, fizeram o "filho de pedreiro virar doutor" e também relembrou os empregos gerados durante os governos Lula, ressaltando as oportunidades criadas. É nesta lembrança dos governos Lula, e no esquecimento da crise econômica dos governos de Dilma Rousseff, que reside a estratégia petista para responder aos ataques.