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Se pandemia durar mais, restarão 20% dos bares e restaurantes, diz Abrasel-SP

"O governo deveria punir estabelecimentos que não cumprem as normas de segurança, não penalizar todo o setor", avalia Abrasel-SP

São Paulo: associações se posicionam sobre a decisão do governo estadual em colocar todo estado em fase vermelha (Germano Lüders/Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de dezembro de 2020 às 18h45.

Última atualização em 22 de dezembro de 2020 às 18h54.

O aumento dos casos da pandemia de covid-19 no Estado de São Paulo levou o governo a regredir a flexibilização do isolamento social para a fase vermelha, a mais rígida. Assim, entre os dias 25 e 27 de dezembro e 1 e 3 de janeiro.

O comércio e todas as atividades consideradas não essenciais ficarão fechadas. Para o presidente do conselho estadual da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP), Percival Maricato, é preciso que a sociedade civil trabalhe em conscientização da população, já que com a continuidade da alta de casos, para além das vidas perdidas, cresce o desemprego.

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"Se a pandemia durar mais 3 ou 4 meses, vão restar cerca de 20% dos bares e restaurantes do País. A cada restaurante fechado, são pelo menos 5 pessoas sem trabalho", afirma Maricato. A perspectiva dele é de que até abril o setor encontre dificuldades e restrições em razão do recrudescimento da pandemia.

Ele considera que o setor tem sido penalizado como uma espécie de 'bode expiatório do avanço da doença, já que shoppings e comércios conseguiram acordos melhores com o governo do Estado na última regressão à fase amarela. Na ocasião, o horário de funcionamento do comércio foi expandido, enquanto bares e restaurantes tiveram de deixar de vender bebida alcoólica depois das 20h.

"O governo deveria punir estabelecimentos que não cumprem as normas de segurança, não penalizar todo o setor", avalia Maricato.

Outras associações também se posicionaram

A Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos) afirmou que a regressão do Plano São Paulo para a fase vermelha na semana entre Natal e ano-novo é autoritária e vai prejudicar um período forte de vendas.

"Apesar da medida ser uma tentativa para evitar a alta na contaminação da covid-19 que vem crescendo diariamente no País, é uma decisão autoritária sem dados que comprovem que o comércio e principalmente os shoppings centers, ou até mesmo bares e restaurantes, são os causadores desta disseminação", diz o presidente da associação, Tito Bessa Junior.

Segundo a instituição, o faturamento das lojas satélites está entre 65% e 70% do total registrado no mesmo período no ano passado. De hoje até o dia 31 de dezembro, o faturamento costuma representar 25% do resultado do mês.

Para a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, as novas restrições ao comércio no Estado são duras, porém necessárias. "Venho a público para afirmar que as novas restrições ao funcionamento do varejo vão aumentar as dificuldades do setor, mas que, considerando a situação atual de agravamento da pandemia, fazem-se necessárias", afirma o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alfredo Cotait Neto.

O Governo do Estado regrediu o Plano São Paulo para a fase vermelha do plano de flexibilização econômica entre os dias 25 e 27 de dezembro e 1º e 3 de janeiro. O comércio e todas as atividades consideradas não essenciais ficarão fechadas.

"Faço um apelo também para que a população colabore, evitando aglomerações nas comemorações das festas de fim de ano, em benefício das famílias e de toda população. Espero também que novas restrições não sejam necessárias e que o comércio possa voltar a funcionar normalmente no menor prazo possível, pois os custos das medidas restritivas foram bastante significativos para as empresas, especialmente as menores. Estas ainda deverão suportar muitas dificuldades até que a economia retorne à normalidade", afirma Cotait em comunicado.

O presidente da Facsp pede ainda que o governador João Doria suspenda o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços ( ICMS), previsto para entrar em vigor em janeiro. O que traria "um impacto significativo sobre os preços".

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