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Se aparecer uma 3ª vaga no STF, Aras entra fortemente, diz Bolsonaro

Presidente disse que indicação de um evangélico é um "compromisso com a bancada" e argumentou que "uma pitada de religiosidade, é muito bem vinda"

Bolsonaro e Augusto Aras: segundo o presidente, PGR não deve ser indicado para nenhuma das duas vagas que serão abertas em seu mandato (Isac Nóbrega/PR/Flickr)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de maio de 2020 às 21h14.

Última atualização em 29 de maio de 2020 às 17h09.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que pretende indicar um cristão evangélico para uma das duas vagas previstas para serem preenchidas no Supremo Tribunal Federal (STF) durante o seu mandato. Bolsonaro disse que a indicação de um evangélico é um "compromisso que eu tenho com a bancada evangélica" e argumentou também que "uma pitada de religiosidade, de cristianismo, é muito bem vindo".

Segundo o presidente, o atual procurador-geral da República, Augusto Aras, não deve ser indicado para nenhuma das duas vagas que serão abertas em seu mandato, mas deixou claro que "se aparecer uma terceira vaga, espero que ninguém ali do STF desapareça, mas o Augusto Aras entra fortemente na terceira vaga".

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Para o presidente, um ministro evangélico serviria para representar a parcela da população brasileira que é cristã, especialmente em questões como "ideologia de gênero". "Nessas pautas ele pode até perder, mas vai mostrar aos demais ministros que existem 90% de cristãos no Brasil que não concordam com esse tipo de pauta", explicou Bolsonaro.

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Bolsonaro disse que conheceu Aras somente em novembro de 2019, quando ele foi apresentado para suceder Raquel Dodge na PGR. "Gostei muito dele, a primeira impressão foi a melhor possível e está tendo uma atuação excepcional. Em especial nas pautas econômicas. Ele procura cada vez mais defender o livre mercado e defender o governo federal nessas questões", falou o presidente.

Conflito entre poderes

Bolsonaro ainda afirmou, sobre a consulta do ministro Celso de Mello à Procuradoria-Geral da República da possibilidade de confisco do celular presidencial, que não quer "brigar com Poder nenhum, mas a recíproca tem de ser verdadeira".

"Eu não estou sendo acusado de corrupção, de tráfico internacional de drogas ou do que for e acho que mesmo se fosse dessa maneira, esse telefone é um segredo de Estado", disse Bolsonaro durante transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais.

Segundo disse o presidente: "Meu telefone não é meu, eu não comprei na loja no shopping. Quem forneceu foi o GSI (Gabinete de Segurança Institucional)". O presidente alegou que no celular mantém conversas com líderes de outros países, como o presidente do Paraguai, Mario Benítez, do Chile, Sebastián Piñera, e o ex-presidente da Argentina, Maurício Macri. Por isso Bolsonaro disse que o conteúdo "não pode cair em domínio público, seja na mão de quem quer que seja".

Fake news

O presidente afirmou que não contribui financeiramente para a disseminação de fake news e que está "chateado" com o inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema. "De mim não recebem (recursos), até porque eu não tenho fonte para isso. Zero", afirmou, em transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais.

Bolsonaro disse que a operação de ontem, que teve como alvo militantes próximos a ele e foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, foi "um desfecho triste para todos os que amam a liberdade de imprensa".

Segundo o presidente, a operação "não tem nenhuma base". Bolsonaro afirmou que a "liberdade de imprensa e liberdade de expressão estão contidas num dos pilares da democracia."

O presidente disse ainda "muita gente sofre com fake news, mas da minha parte, eu mato no peito". "Tudo o que me acusam cai por terra, como a questão do porteiro e a reunião ministerial", afirmou.

Privatizações

Bolsonaro também disse que o governo está preocupado em acelerar a privatização de empresas estatais. Segundo ele, no entanto, há dificuldades para se efetivar isso. "Têm empresas que passam pelo Congresso, não é fácil."

O presidente disse que os Correios "estão na fila" para serem privatizados, mas que tirou deste organograma a Casa da Moeda por entender que ela é uma "questão estratégica". Ele também citou a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o "núcleo da Petrobras" como exemplos de empresas para as quais não há planos de desestatização.

O presidente afirmou que o governo está preocupado em "abrir o mercado" de petróleo e gás para diminuir o preço ao consumidor e também que o ministro da Economia, Paulo Guedes, "quer voltar à questão da carteira de trabalho verde e amarela" para diminuir os custos de contratação. "Não adianta ter todos os direitos e não ter empregos pela frente. Tem de desonerar, simplificar a questão trabalhista", argumentou Bolsonaro.

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