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Rodoviários do Rio dizem não ter garantia de 70% trabalhando

Rodoviários adiantaram que a paralisação só terminará a partir dos primeiros minutos da próxima quinta-feira (15)

Central do Brasil: cerca de dois milhões sofreram com interrupção da circulação dos coletivos (Tomaz Silva/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2014 às 20h48.

Os rodoviários do município do Rio de Janeiro disseram que não têm como garantir 70% dos trabalhadores em atividade, como exigiu hoje (13) o Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Eles adiantaram que a paralisação só terminará a partir dos primeiros minutos da próxima quinta-feira (15).

Durante entrevista coletiva concedida na tarde de hoje, na sede da Central Sindical e Popular (CSP – Conlutas), o comando de greve explicou que não tem como convencer nem mesmo 30% dos empregados das empresas de ônibus a voltarem amanhã (14), conforme prevê a lei que trata da prestação de serviços essenciais em caso de greve.

O motorista Hélio Alfredo Teodoro, uma das principais lideranças dos trabalhadores, calcula que 80% dos rodoviários do município estejam paralisados.

Ele afirma que os rumos do movimento serão definidos em nova assembleia da categoria, marcada para as 16h de quinta-feira, na praça da Igreja da Candelária, no centro do Rio.

“Como eu vou conseguir chamar o pessoal agora para fazer outra assembleia? Na quinta-feira, a classe volta a trabalhar normalmente. Depois haverá nova assembleia. Até lá, esperamos que alguém venha negociar. Nós estamos abertos à negociação, a aceitar propostas. O sindicato [das empresas] não quer negociar, mas nós queremos. Espero que a prefeitura intervenha a favor nosso, que intime o sindicato a sentar e negociar”, disse Hélio.

A advogada da Conlutas, Isabela Blanco, que está dando assistência aos grevistas, ressaltou que a liminar concedida pelo TRT diz respeito ao Sindicato Municipal dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Município do Rio (Sintraturb) e não ao comando de greve da categoria.

Os grevistas reivindicam 40% de aumento sobre o salário-base de R$ 1.779, no caso dos motoristas, e R$ 982 para cobradores, além de um tíquete-alimentação de R$ 400, contra os atuais R$ 140.

Além disso, querem o fim da dupla função, o que na prática significa que muitos rodoviários dirigem enquanto recebem dinheiro e passam o troco.

A cobradora Maura Lúcia Gonçalves, integrante da comissão de greve, disse que a situação da categoria é dramática, com excesso de trabalho e registro de diversos casos de doença.

“Somos contra a dupla função, porque coloca em risco o motorista e o passageiro. O motorista tem que dar troco e ainda olhar para trás, para ver que tipo de gratuidade é, a fim de liberar a roleta. A categoria está muito revoltada. Já chegou ao limite. Estão sugando o nosso sangue. As condições de trabalho são péssimas”, criticou Maura Lúcia.

Segundo ela, a greve atingiu 44 empresas e cerca de 30 mil trabalhadores.

A Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) estimou, em nota, que 888,5 mil trabalhadores do setor do comércio tenham sido afetados pela paralisação dos ônibus.

O contingente corresponde a 44% dos cerca de dois milhões de passageiros que sofreram consequências da interrupção da circulação dos coletivos, segundo a federação.

“A Fecomércio RJ espera que a situação seja regularizada o mais breve possível para que o atendimento nos estabelecimentos do setor seja normalizado de forma que todos possam usufruir das oportunidades oriundas, nas próximas semanas, com a Copa do Mundo”, disse a entidade.

Também em nota, o Sindicato das Empresas de Ônibus do Município do Rio (Rio Ônibus) informou que foram depredados 158 ônibus desde o início da paralisação desta terça-feira.

Os principais problemas são quebra de para-brisas, janelas e retrovisores, além do furto de chaves.

“O Rio Ônibus aguarda a volta dos rodoviários para regularizar o serviço de transporte coletivo, que é essencial para a população da cidade do Rio de Janeiro”, disse o sindicato patronal, responsável pela liminar que gerou a determinação do TRT.

Já a prefeitura do Rio anunciou que repetirá amanhã o plano de contingência para a paralisação dos rodoviários, reforçando os serviços de trens, barcas e metrô.

Haverá reforço na segurança, por parte da Polícia Militar, nas garagens de ônibus, e de efetivos da Guarda Municipal, no controle do trânsito. A frota que está circulando pela cidade é de 18% do número total dos ônibus.

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Os rodoviários do município do Rio de Janeiro disseram que não têm como garantir 70% dos trabalhadores em atividade, como exigiu hoje (13) o Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Eles adiantaram que a paralisação só terminará a partir dos primeiros minutos da próxima quinta-feira (15).

Durante entrevista coletiva concedida na tarde de hoje, na sede da Central Sindical e Popular (CSP – Conlutas), o comando de greve explicou que não tem como convencer nem mesmo 30% dos empregados das empresas de ônibus a voltarem amanhã (14), conforme prevê a lei que trata da prestação de serviços essenciais em caso de greve.

O motorista Hélio Alfredo Teodoro, uma das principais lideranças dos trabalhadores, calcula que 80% dos rodoviários do município estejam paralisados.

Ele afirma que os rumos do movimento serão definidos em nova assembleia da categoria, marcada para as 16h de quinta-feira, na praça da Igreja da Candelária, no centro do Rio.

“Como eu vou conseguir chamar o pessoal agora para fazer outra assembleia? Na quinta-feira, a classe volta a trabalhar normalmente. Depois haverá nova assembleia. Até lá, esperamos que alguém venha negociar. Nós estamos abertos à negociação, a aceitar propostas. O sindicato [das empresas] não quer negociar, mas nós queremos. Espero que a prefeitura intervenha a favor nosso, que intime o sindicato a sentar e negociar”, disse Hélio.

A advogada da Conlutas, Isabela Blanco, que está dando assistência aos grevistas, ressaltou que a liminar concedida pelo TRT diz respeito ao Sindicato Municipal dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Município do Rio (Sintraturb) e não ao comando de greve da categoria.

Os grevistas reivindicam 40% de aumento sobre o salário-base de R$ 1.779, no caso dos motoristas, e R$ 982 para cobradores, além de um tíquete-alimentação de R$ 400, contra os atuais R$ 140.

Além disso, querem o fim da dupla função, o que na prática significa que muitos rodoviários dirigem enquanto recebem dinheiro e passam o troco.

A cobradora Maura Lúcia Gonçalves, integrante da comissão de greve, disse que a situação da categoria é dramática, com excesso de trabalho e registro de diversos casos de doença.

“Somos contra a dupla função, porque coloca em risco o motorista e o passageiro. O motorista tem que dar troco e ainda olhar para trás, para ver que tipo de gratuidade é, a fim de liberar a roleta. A categoria está muito revoltada. Já chegou ao limite. Estão sugando o nosso sangue. As condições de trabalho são péssimas”, criticou Maura Lúcia.

Segundo ela, a greve atingiu 44 empresas e cerca de 30 mil trabalhadores.

A Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) estimou, em nota, que 888,5 mil trabalhadores do setor do comércio tenham sido afetados pela paralisação dos ônibus.

O contingente corresponde a 44% dos cerca de dois milhões de passageiros que sofreram consequências da interrupção da circulação dos coletivos, segundo a federação.

“A Fecomércio RJ espera que a situação seja regularizada o mais breve possível para que o atendimento nos estabelecimentos do setor seja normalizado de forma que todos possam usufruir das oportunidades oriundas, nas próximas semanas, com a Copa do Mundo”, disse a entidade.

Também em nota, o Sindicato das Empresas de Ônibus do Município do Rio (Rio Ônibus) informou que foram depredados 158 ônibus desde o início da paralisação desta terça-feira.

Os principais problemas são quebra de para-brisas, janelas e retrovisores, além do furto de chaves.

“O Rio Ônibus aguarda a volta dos rodoviários para regularizar o serviço de transporte coletivo, que é essencial para a população da cidade do Rio de Janeiro”, disse o sindicato patronal, responsável pela liminar que gerou a determinação do TRT.

Já a prefeitura do Rio anunciou que repetirá amanhã o plano de contingência para a paralisação dos rodoviários, reforçando os serviços de trens, barcas e metrô.

Haverá reforço na segurança, por parte da Polícia Militar, nas garagens de ônibus, e de efetivos da Guarda Municipal, no controle do trânsito. A frota que está circulando pela cidade é de 18% do número total dos ônibus.

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